18 de fev. de 2015

Cessar Fogo na Ucrânia é ameaçado por combates em Debaltsevo

Rebeldes pró-Rússia atacaram e tomaram posições importantes em cidade estratégica em que milhares de soldados ucranianos estão sitiados


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Uma testemunha perto da linha de frente afirmou que a artilharia atingiu a cidade de Debaltseve a cada cinco segundos, levantando uma fumaça preta, apesar da trégua que reduziu os confrontos em muitas regiões desde que o acordo negociado pelos europeus entrou em vigor, no domingo.
Os rebeldes declararam que haviam capturado partes de Debaltseve, que fica numa junção ferroviária estratégica, e alguns soldados ucranianos haviam se rendido. Em um comunicado, o Ministério da Defesa ucraniano confirmou que parte da região foi tomada. "Os combates nas ruas continuam, rebeldes atacam a cidade em grupos com artilharia e tanques.
Parte da cidade foi tomada por eles". Em Debaltseve, estão cerca de oito mil soldados ucranianos. A esperança de que o acordo firmado na semana passada terminaria com o conflito que já matou mais de cinco mil pessoas foi reduzida depois que um avanço rebelde em janeiro terminou com um cessar­fogo anterior. No entanto, a intensidade dos combates em Debaltseve não era esperada e aumenta as preocupações de Kiev e do Ocidente de que os separatistas e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem consolidar os recentes ganhos rebeldes, antes que a paz seja implementada.
Caminhões militares e tanques se movimentavam na bastante destruída vila de Nikishine, ao mesmo tempo que os rebeldes atacavam a próxima Debaltseve com foguetes, artilharia pesada e morteiros. A fumaça cobria a cidade.
Mais cedo, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou por telefone com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Petro Poroshenko, e acordou "passos concretos" para que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) possa supervisionar o cumprimento do acordo de cessar­fogo no leste ucraniano.
A expectativa é que observadores da OSCE tentassem chegar à Debaltseve. No entanto, um novo chamado de Berlim pela paz e pela retirada do armamento pesado, como programado em Minsk, a partir desta terça, parece não ter sido ouvido. "Não temos o direito (de parar a luta em Debaltseve). É uma questão moral. É território interno”, disse Denis Pushilin, representante dos separatistas, estabelecendo o objetivo de “destruir as posições de combate do inimigo”

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