GENEBRA - Investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) encontraram mais de cem corpos nas últimas 24 horas no oeste da Costa do Marfim, no que pareciam ser homicídios por motivações étnicas, afirmou nesta sexta-feira, 8, o escritório de direitos humanos da entidade. "A equipe de direitos humanos investigando no oeste da Costa do Marfim encontrou mais de cem corpos nas últimas 24 horas em três localidades", disse Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. "Todos os incidentes parecem ter pelo menos em parte motivação étnica." Cerca de 40 corpos foram encontrados em Blolequin, a oeste de Duekoue, e os autores dos crimes "parecem ser mercenários liberianos". "A equipe também foi à cidade vizinha de Guiglo, onde eles viram mais de 60 corpos", afirmou o porta-voz. Algumas das vítimas pareciam não ter nascido na Costa do Marfim, mas eram de outros países do oeste africano. Outros 15 corpos foram encontrados em Duekoue. Anteriormente, haviam sido encontrados 229 corpos nesta cidade. "Há muito de um elemento étnico existente nisso", afirmou Colville, notando que algumas vítimas foram queimadas vivas, enquanto outras foram lançadas ao chão de prédios. Colville disse que é preciso cautela antes de se apontar os culpados. Mas reconheceu que o recente impasse político no país causou tensões étnicas na região. "Certamente, houve uma escalada nas duas últimas semanas." Nesta sexta, o Ministério das Relações Exteriores da França afirmou que a era do líder político Laurent Gbagbo acabou na Costa do Marfim. O rival político dele, Alassane Ouattara, bloqueou Gbagbo em sua residência. "Nós entramos na era pós-Gbagbo . O fim agora está à vista", disse o porta-voz da chancelaria Bernard Valero a jornalistas. "A era Gbagbo acabou." Segundo o porta-voz, o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, falou na manhã de hoje com Ouattara, apontado como vencedor das eleições presidenciais de novembro. As forças de Ouattara tomaram a cidade de Abidjã, principal do país, para confrontar Gbagbo. O porta-voz negou que forças da França - que foram enviadas a Abidjã para apoiar a missão de mantenedores de paz da ONU - estivessem envolvidas no cerco à residência de Gbagbo. "Ele está em seu porão", disse Valero sobre Gbagbo, que se recusa a entregar o poder, apesar de perder o controle da cidade.
8 de abr. de 2011
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