WASHINGTON. Sob a guerra, as minas e os pés de milicianos talibãs repousa uma boa parte das reservas minerais do Afeganistão, que segundo uma reportagem divulgada ontem pelo "New York Times" valem aproximadamente US$1 trilhão - US$908 bilhões em ferro, ouro, cobre e lítio, substância usada na fabricação de bateria para laptops. Mas a notícia, que tem potencial para transformar a economia do país, vem acompanhada por uma boa dose de ceticismo: especialistas contestam o momento em que ela foi divulgada, os efeitos da corrução sobre o uso dos novos recursos e mesmo "a novidade" da informação.
Segundo o "New York Times", os depósitos vão bem além das reservas já conhecidas e podem transformar o Afeganistão num dos mais importantes centros de mineração do mundo. Para o Pentágono, o país pode se tornar "uma Arábia Saudita do lítio".
Mas a revista "The Atlantic" sugeriu em seu site que a divulgação da descoberta poderia ser parte uma "operação maciça de informação", já que reportagens na internet mostram que em 2007 o governo Bush já levantava a hipótese de o país estar sentado sobre vastos recursos minerais. Isso sem contar que o próprio presidente Hamid Karzai anunciou em janeiro que as reservas minerais do país poderiam chegar a US$1 trilhão. No mês passado, Karzai elevou a estimativa para até US$3 trilhões.
Descoberta pode acirrar disputa com talibãs
As informações de Karzai eram baseadas num estudo, que ainda não havia sido concluído, da U.S. Geological Survey (USGS). Desde 2007, uma força-tarefa do USGS e do Pentágono tentam identificar a extensão das riquezas de Afeganistão e Iraque. O esforço se concentrou primeiro no Iraque e só no ano passado desembarcou com maior empenho no Afeganistão.
- Há indícios de que mesmo a estimativa de US$1 trilhão seja inferior ao real potencial - disse o coronel Dave Lapan, porta-voz do Pentágono.
A maior parte das informações sobre as riquezas minerais do Afeganistão foi produzida entre 1950 e 1985. E o conteúdo de pesquisas foi guardado por cientistas do país durante décadas de conflito - como a retirada soviética, a ascensão e queda talibã. Em 2001, as informações voltaram para o governo.
As reservas estão espalhadas pelo território, incluindo o sul e o leste, ao longo da fronteira do Paquistão, de forte influência talibã. Os depósitos de lítio, por exemplo, estão na província de Ghazni, região de rebeldes, e seriam tão grandes quanto os da Bolívia - que possui a maior reserva mundial da substância.
Mas podem ser necessários anos para desenvolver a indústria mineradora afegã e, embora os EUA pretendam ajudar, há complicadores como a guerra e a corrupção no governo. No ano passado, o ministro de Minas foi substituído após ser acusado de receber propina para dar à China o direito de explorar cobre.
- Há uma grande quantidade de "se", naturalmente, mas acho que (a descoberta) é imensamente significativa - disse o general David H. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA.
Algumas pessoas contestam também o momento em que o estudo foi tornado público - quando a ofensiva liderada pelos americanos tem ganhos limitados e o governo dos EUA necessita de boas notícias.
A descoberta pode ainda ter um efeito colateral: fazer o Talibã lutar ainda mais pelo território que esconde riquezas e abrir desavenças entre o governo e líderes tribais.
Segundo o "New York Times", os depósitos vão bem além das reservas já conhecidas e podem transformar o Afeganistão num dos mais importantes centros de mineração do mundo. Para o Pentágono, o país pode se tornar "uma Arábia Saudita do lítio".
Mas a revista "The Atlantic" sugeriu em seu site que a divulgação da descoberta poderia ser parte uma "operação maciça de informação", já que reportagens na internet mostram que em 2007 o governo Bush já levantava a hipótese de o país estar sentado sobre vastos recursos minerais. Isso sem contar que o próprio presidente Hamid Karzai anunciou em janeiro que as reservas minerais do país poderiam chegar a US$1 trilhão. No mês passado, Karzai elevou a estimativa para até US$3 trilhões.
Descoberta pode acirrar disputa com talibãs
As informações de Karzai eram baseadas num estudo, que ainda não havia sido concluído, da U.S. Geological Survey (USGS). Desde 2007, uma força-tarefa do USGS e do Pentágono tentam identificar a extensão das riquezas de Afeganistão e Iraque. O esforço se concentrou primeiro no Iraque e só no ano passado desembarcou com maior empenho no Afeganistão.
- Há indícios de que mesmo a estimativa de US$1 trilhão seja inferior ao real potencial - disse o coronel Dave Lapan, porta-voz do Pentágono.
A maior parte das informações sobre as riquezas minerais do Afeganistão foi produzida entre 1950 e 1985. E o conteúdo de pesquisas foi guardado por cientistas do país durante décadas de conflito - como a retirada soviética, a ascensão e queda talibã. Em 2001, as informações voltaram para o governo.
As reservas estão espalhadas pelo território, incluindo o sul e o leste, ao longo da fronteira do Paquistão, de forte influência talibã. Os depósitos de lítio, por exemplo, estão na província de Ghazni, região de rebeldes, e seriam tão grandes quanto os da Bolívia - que possui a maior reserva mundial da substância.
Mas podem ser necessários anos para desenvolver a indústria mineradora afegã e, embora os EUA pretendam ajudar, há complicadores como a guerra e a corrupção no governo. No ano passado, o ministro de Minas foi substituído após ser acusado de receber propina para dar à China o direito de explorar cobre.
- Há uma grande quantidade de "se", naturalmente, mas acho que (a descoberta) é imensamente significativa - disse o general David H. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA.
Algumas pessoas contestam também o momento em que o estudo foi tornado público - quando a ofensiva liderada pelos americanos tem ganhos limitados e o governo dos EUA necessita de boas notícias.
A descoberta pode ainda ter um efeito colateral: fazer o Talibã lutar ainda mais pelo território que esconde riquezas e abrir desavenças entre o governo e líderes tribais.
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