Pela grandiosidade e quantidade de homens envolvidos, certamente a batalha naval do Ria chuelo (somada aos outros combates da Guerra do Paraguai) foi mais importante para o Brasil do que a participação do país na Segunda Guerra Mundial. Mas, ao contrário das inúmeras pesquisas feitas em torno do maior conflito do século passado, há poucos interessados, por exemplo, em levantar a quantidade correta de combatentes no Ria chuelo, mesmo que cada província do Brasil tenha sido obrigada pelo império a enviar um certo número de homens para o combate (eles foram chamados de “voluntários da pátria”). Acre dita-se que foram entre 100 mil a 150 mil homens para toda a Guerra da Tríplice Aliança, enquanto na Segunda Guerra foram enviados 25 mil à Itália.
O Riachuelo também é tema quase desconhecido na história escolar do país, mas foi justamente nesta batalha que o Brasil, pela primeira vez, desenvolveu um espírito de nacionalidade, onde um povo heterogêneo se reconheceu como único. Antes do Riachuelo, os atuais estados (que eram províncias) eram vistos como regiões independentes: a população não se enxergava como brasileira; primeiro dizia que era baiana, gaúcha, mineira.
A batalha naval do Riachuelo marca o início da Guerra do Paraguai e começou às 9h25 do dia 11 de junho de 1865 (há 145 anos). É errado pensar que ela ocorreu por interesses da Inglaterra, que queria “destruir” a possível industrialização do Paraguai, que seria alcançada sem se submeter ao império inglês. “Essa ideia é fruto de trabalhos e especulações feitas em 1960 e 1970. Está mais do que provado que não havia uma possível industrialização no Paraguai”, explica o historiador Fran cisco Doratioto, do departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai.
Na verdade, a batalha foi motivada porque o ditador Solano Lopez temia o poderio brasileiro na América Latina, e também por causa do interesse do Paraguai na navegação pelo estuário do Rio da Prata.
Acredita-se que, por causa da batalha do Riachuelo, o Paraguai já saía perdedor na guerra. A questão, porém, não pode ser simplificada. Doratioto explica que o Riachuelo ajudou a enfraquecer o exército paraguaio, mas que mesmo assim a Guerra do Paraguai durou cinco anos (1865 a 1870), o que mostra que eles eram valentes. A vitória do Riachuelo permitiu ao Brasil, junto com a Argentina, fazer o bloqueio naval dos navios paraguaios. Este bloqueio estratégico reduziu a capacidade militar do Paraguai, que ficou impossibilitado de comprar armamento na Europa.
Muitas baixas
O resultado do combate também foi a morte de mais da metade do exército enviado (tanto de brasileiros como de paraguaios), por isso o número de homens para guerrear começava a ficar escasso. “Curioso notar que grande parte das mortes não ocorria por ferimentos de guerra, mas porque estes homens lutaram em uma região pantanosa. Alguns eram picados por cobras, muitos morreram de cólera ou por falta de comida”, afirma Doratioto.
O Paraguai poderia ter vencido, não fosse um problema em um dos sete navios da frota e que atrasou o ataque: Lopez queria pegar o exército brasileiro de surpresa, durante a madrugada, mas, quando conseguiu arrumar o navio que havia estragado, os brasileiros já haviam despertado e os navios da Marinha do Brasil estavam com as caldeiras em aquecimento: quando avistaram os paraguaios, reagiram de imediato.
O Riachuelo também é tema quase desconhecido na história escolar do país, mas foi justamente nesta batalha que o Brasil, pela primeira vez, desenvolveu um espírito de nacionalidade, onde um povo heterogêneo se reconheceu como único. Antes do Riachuelo, os atuais estados (que eram províncias) eram vistos como regiões independentes: a população não se enxergava como brasileira; primeiro dizia que era baiana, gaúcha, mineira.
A batalha naval do Riachuelo marca o início da Guerra do Paraguai e começou às 9h25 do dia 11 de junho de 1865 (há 145 anos). É errado pensar que ela ocorreu por interesses da Inglaterra, que queria “destruir” a possível industrialização do Paraguai, que seria alcançada sem se submeter ao império inglês. “Essa ideia é fruto de trabalhos e especulações feitas em 1960 e 1970. Está mais do que provado que não havia uma possível industrialização no Paraguai”, explica o historiador Fran cisco Doratioto, do departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai.
Na verdade, a batalha foi motivada porque o ditador Solano Lopez temia o poderio brasileiro na América Latina, e também por causa do interesse do Paraguai na navegação pelo estuário do Rio da Prata.
Acredita-se que, por causa da batalha do Riachuelo, o Paraguai já saía perdedor na guerra. A questão, porém, não pode ser simplificada. Doratioto explica que o Riachuelo ajudou a enfraquecer o exército paraguaio, mas que mesmo assim a Guerra do Paraguai durou cinco anos (1865 a 1870), o que mostra que eles eram valentes. A vitória do Riachuelo permitiu ao Brasil, junto com a Argentina, fazer o bloqueio naval dos navios paraguaios. Este bloqueio estratégico reduziu a capacidade militar do Paraguai, que ficou impossibilitado de comprar armamento na Europa.
Muitas baixas
O resultado do combate também foi a morte de mais da metade do exército enviado (tanto de brasileiros como de paraguaios), por isso o número de homens para guerrear começava a ficar escasso. “Curioso notar que grande parte das mortes não ocorria por ferimentos de guerra, mas porque estes homens lutaram em uma região pantanosa. Alguns eram picados por cobras, muitos morreram de cólera ou por falta de comida”, afirma Doratioto.
O Paraguai poderia ter vencido, não fosse um problema em um dos sete navios da frota e que atrasou o ataque: Lopez queria pegar o exército brasileiro de surpresa, durante a madrugada, mas, quando conseguiu arrumar o navio que havia estragado, os brasileiros já haviam despertado e os navios da Marinha do Brasil estavam com as caldeiras em aquecimento: quando avistaram os paraguaios, reagiram de imediato.
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