Com a reformulação do mercado aéreo, as companhias de baixo custo se tornam realidade
O novo marco regulatório do mercado aéreo, aprovado pelo Congresso e
sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, já começa a provocar
mudanças. Ao expandir a participação de empresas aéreas estrangeiras e
permitir a cobrança de bagagens — eliminando os despachos gratuitos —,
consolidou a estratégia do Ministério da Infraestrutura de abertura na
área. Uma das consequências foi a atração de empresas de aviação de
baixo custo. Ou seja, as chamadas companhias “low cost” finalmente se
tornam realidade. Esses voos, já consolidados nos países desenvolvidos,
concentram-se no transporte de passageiros, dispensando o despacho de
malas e refeições. Assim, é possível cobrar preços inferiores.
Hoje, apenas duas empresas oferecem voos desse tipo no Brasil — a
Norwegian e a Sky Airlines —, mas outras duas devem começar a operar até
janeiro: a Flybondi (Argentina) e a JetSmart (Chile). A chilena, a mais
recente a anunciar a chegada ao País, pretende oferecer o deslocamento
do trecho Guarulhos — Santiago a partir de R$ 299. Hoje, comprar uma
passagem para a capital chilena pelas aéreas convencionais dificilmente
sai por menos de mil reais. O preço médio de algumas rotas já caiu até
23% com a chegada dessas companhias, como no percurso Rio de Janeiro –
Londres.
Expandir a oferta de voos e estimular a competitividade era uma
prioridade do ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura. De
acordo com o Ministério, a meta é aumentar em mais de 50% o número de
cidades no Brasil com voos regulares — das atuais 130 para 200, até
2025. Para isso, ele planeja investir mais de R$ 750 milhões na
manutenção e ampliação de aeroportos até 2022. Um estudo da Associação
Internacional de Transportes Aéreos aponta que a demanda por passagens
para o Brasil e dentro do território nacional dobrará nos próximos 20
anos.
Capital estrangeiro
O aumento do fluxo de voos será garantido pelo capital internacional.
A lei aprovada extinguiu o limite de 20% de capital estrangeiro nas
empresas de aviação que operam no Brasil. De acordo com a Anac, novas
companhias já se movimentam. A Air Europa está em processo de
autorização para oferecer voos para a Espanha e a Air China pretende
expandir a sua atuação no País, incluindo trajetos para o Reino Unido e
Pequim. Há também tratativas com a americanca Jet Blue, a mexicana
Volaris, a chilena Sky Airline e a irlandesa Ryanair. Se os planos forem
confirmados e a competição entre empresas estiver realmente garantida, o
passageiro é quem ganhará.
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