19 de dez. de 2013

Ao optar por Gripen, Brasil esnobou Boeing e Dassault, diz FT

Segundo o jornal britânico, a empresa aeroespacial americana foi a maior vítima do escândalo de espionagem da NSA

O caça sueco Gripen NG
O caça sueco Gripen NG (Fabrice Coffrini/AFP)
Boeing pode ser considerada a maior vítima até agora da descoberta da espionagem norte-americana contra autoridades brasileiras. A avaliação consta de reportagem publicada nesta quinta-feira, pelo jornal britânico Financial Times. Com o título 'Boeing esnobada pelo Brasil, que opta por caças Saab em meio ao caso NSA', a reportagem afirma que a decisão de Brasília é uma "amarga derrota" para a norte-americana Boeing e a francesa Dassault. Na quarta-feira, o governo brasileiro anunciou a decisão de comprar da Suécia os 36 caças para equipar a Força Aérea Brasileira (FAB).
"O Brasil escolheu a sueca Saab para fornecer seu caça da próxima geração esnobando a França e os Estados Unidos ao entregar para uma pequena empresa de defesa escandinava um dos maiores negócios de defesa do mercado emergente", diz a reportagem publicada na capa da seção de empresas e mercados da edição impressa do FT nesta quinta-feira. "Analistas dizem que o contrato pode ser a maior perda até agora para os EUA após as revelações da ampla espionagem feita por Washington contra o Brasil, inclusive contra a presidente Dilma Rousseff e sua equipe", diz o texto.
A reportagem chama atenção para o fato de que as negociações se arrastaram por quase 20 anos e os caças dos EUA e da França eram vistos até recentemente como os vencedores mais prováveis.
O FT reconhece que a derrota é especialmente preocupante para Paris, já que a empresa francesa contava com a compra do Brasil para ajudar a manter a linha de produção dos Rafale em operação. Com a crise econômica, estaria cada vez mais difícil para o governo francês apoiar o custo de produção dos caças, diz o FT.
Para a norte-americana Boeing, a venda ao Brasil poderia diminuir a diferença para a líder nos EUA, a Lockheed Martin. O jornal afirma, porém, que as chances da Boeing "sempre foram intimamente ligadas à perspectiva de Brasília estreitar laços com Washington ou de reafirmar sua independência".
(Com Estadão Conteúdo)

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