20 de dez. de 2011

Dilma elogia militares e fala em modernizar setor

Em almoço no Clube da Aeronáutica, presidente quebra protocolo e troca até beijinhos; no discurso, promete melhores salários e equipamentos

VANNILDO MENDES , RAFAEL MORAES MOURA , BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Em meio à austeridade com que vem tratando pressões dos Poderes Legislativo e Judiciário por aumentos de gastos, a presidente Dilma Rousseff reconheceu, em discurso, que as Forças Armadas necessitam urgentemente de recursos para sua atualização tecnológica e para atender às novas exigências do País na área de defesa.

Ao falar para os oficiais generais em almoço de confraternização de fim de ano, Dilma disse que "a sociedade brasileira reconhece as virtudes de lealdade, abnegação e patriotismo naqueles que dedicam a vida à defesa da soberania, da democracia e da integridade territorial do Brasil".

Do mesmo modo, acrescentou ela, "o Brasil também tem de reconhecer que esses homens e mulheres necessitam de recursos" enfatizou. "Não só aqueles (destinados) a equipamentos, mas também aqueles que garantam uma vida digna à família militar". Ela não detalhou, porém, os valores desses investimentos, nem os índices de reajuste salarial para a tropa.

Dilma, que no passado participou da resistência armada à ditadura, foi recebida com honras militares e tratada com afeto por oficiais das três armas. O almoço foi organizado pelo Ministério da Defesa no Clube da Aeronáutica. Com alguns, ela quebrou o protocolo e trocou beijinhos.

Incorporar ciência. A presidente destacou os feitos do seu primeiro ano de governo e disse que o País "ingressa num novo ciclo de desenvolvimento em que o crescimento econômico se combina com a inclusão social". Isso vai exigir do governo "uma grande preocupação com a nossa capacidade de manter as nossas indústrias - em especial a da defesa e também a nossa capacidade de incorporar ciência, tecnologia e inovação nos serviços e bens derivados".

A despeito da crise que abate os países desenvolvidos, a presidente garantiu que "o Brasil crescerá em 2012". Afirmou que até outubro foram criados 2,2 milhões de empregos formais, que a inflação está sob controle e que o País avançou na consolidação fiscal, com uma política monetária que permite margem de manobra. "Temos atraído volumes recordes de investimentos diretos externos e nossas reservas internacionais ultrapassam os US$ 350 bilhões", observou. "Temos também um colchão de liquidez sob a forma de depósitos compulsórios do BC em torno de R$ 430 bilhões."

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