A Embraer está buscando novos fornecedores da indústria aeronáutica brasileira para o programa da aeronave de transporte militar KC-390, que está sendo desenvolvida pela empresa para a Força Aérea Brasileira (FAB). Na quarta-feira, cerca de 80 empresas nacionais do setor participaram de um workshop, promovido pela FAB, com o objetivo de apresentar oportunidades de curto e médio prazo para a cadeia produtiva da aeronave.
A indústria nacional, segundo o diretor do programa do KC-390 na Embraer, Paulo Gastão Silva, já participa de alguns sistemas considerados estratégicos no avião, como o trem de pouso, que será fornecido pela Eleb, subsidiária integral da Embraer. A AEL Sistemas, de Porto Alegre, foi escolhida para fornecer o computador de missão do KC-390, mas também está selecionada para participar de outros sistemas da aeronave.
Os detalhes sobre essa nova participação da AEL, de acordo com Gastão, serão anunciados nos próximos dias. A Embraer detém participação de 25% na AEL, com quem também criou, no começo de setembro, uma joint-venture - a Harpia - focada nos mercados de veículos aéreos não-tripulados, simuladores e sistemas aviônicos.
Na área de serviços de engenharia e projeto da estrutura do avião, a Embraer já vem trabalhando com quatro empresas brasileiras - Akaer, Aernnova, Sobraer e Alestis - todas elas com unidade industrial em São José dos Campos. Segundo a Embraer, o índice de nacionalização do KC-390, calculado pelo BNDES é estimado em 60%, mas poderá chegar a 80%, se não forem considerados os motores, que representam cerca de um terço do custo total da aeronave.
O motor do KC-390 será fornecido pelo consórcio International Aero Engines (IAE), formado pelas empresas Pratt & Whitney, Rolls-Royce, Japanese Aero Engine Corporation e MTU Aero Engines. O programa de desenvolvimento do KC-390 está orçado em R$ 3 bilhões. O primeiro voo da aeronave foi programado para 2014.
Atualmente, diz Gastão, mais de 500 pessoas, entre engenheiros e projetistas, trabalham diretamente no programa do KC-390 dentro da Embraer. "Estamos na terceira fase do projeto, que contempla as definições conjuntas e trabalho com os principais fornecedores e parceiros da aeronave. O objetivo no momento é detalhar e alinhar as diversas interfaces do projeto."
O próximo passo, segundo o executivo, previsto para meados de 2012, é o detalhamento do projeto e o processo de certificação da aeronave. Além de estimular o fomento e a capacitação da cadeia de fornecedores nacionais, a Aeronáutica está incentivando as empresas a buscarem parcerias com fornecedores de outros países já contratados pela Embraer no programa do novo avião.
Além do motor, a Embraer já anunciou seus parceiros na área de aviônica (Rockwell Collins), sistemas de movimentação de carga e lançamento aéreo (americana DRS Defense Solutions), sistemas de controle ambiental e de pressão da cabine da aeronave (alemã Liebherr Aerospace) e o sistema de automanete (americana Esterline Control Systems), entre outros.
Para os estrangeiros, a Aeronáutica exige compensações comerciais e tecnológicas. Segundo informações divulgadas anteriormente pela FAB, nas negociações dessas compensações, o projeto deverá gerar mais de 14 contratos de transferência de tecnologia.
22 de out. de 2011
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