O agravamento da disputa comercial entre EUA e China deve frear a economia mundial – e complicar a situação do Brasil

AÇÃO Donald Trump impôs novas tarifas
a produtos chineses: acusação de que os asiáticos frustraram negociações em curso
REAÇÃO
Sob comando de Xi Jimping, a China depreciou o yuan: exportações mais competitivas (Crédito: REUTERS/Kevin Lamarque)
O recrudescimento da disputa entre as duas maiores economias do mundo teve efeito imediato e destrutivo: as bolsas mundiais despencaram. A desestabilização de mercados financeiros prosseguiu quando Índia, Nova Zelândia e Tailândia também depreciaram suas moedas. Os investidores retiraram dinheiro da China e de países emergentes procurando proteção – movimento que atingiu também o Brasil.

Guerra prolongada
A iniciativa da China significa que o país prevê um confronto prolongado com os EUA. É uma má notícia. O conflito deve frear o crescimento da economia mundial. Os bancos centrais não têm espaço para diminuir as taxas de juros e estimular a economia em diversos países, já que esses índices estão em níveis extremamente baixos.

A depreciação de commodities como minério de ferro e petróleo vai atingir a economia. Além disso, os investidores se retrairão, em busca de segurança. Esse cenário internacional adverso será um novo obstáculo à retomada econômica do País, que se arrasta com reformas morosas ou paralisadas.
Na luta pela reeleição em 2020 Trump deve procurar cada vez mais agradar o eleitor médio buscando inimigos internos e externos, e a ascensão chinesa é seu alvo preferencial. O Brasil não deveria continuar planejando uma agenda para o futuro, quando o presente está na esquina.
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