(Arquivo) O vice-presidente Hamilton Mourão - AFP/Arquivos
Estadão Conteúdo
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, foi taxativo, na tarde
desta quinta-feira, 27, ao afirmar que o ministro do Turismo, Marcelo
Álvaro Antônio, poderá deixar o cargo, caso as investigações da Polícia
Federal comprovem a participação dele no esquema envolvendo candidaturas
de laranjas do PSL em Minas Gerais. Nesta quinta, o assessor especial
do ministro, Mateus Von Rondon, foi preso em Brasília. Contudo, Mourão
pediu cautela para que Álvaro Antônio não seja linchado antes do
“desenlace da investigação”.
“Óbvio que se houver alguma culpabilidade dele neste processo, o
presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo. Mas vamos lembrar
que sempre que a gente colocar a culpabilidade na frente dos
acontecimentos as coisas não funcionam corretamente. Então, não vamos
linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos”, afirmou.
Em Porto Alegre, Mourão participou da posse da nova presidência do
Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Após cerimônia, ele
reforçou que o caso envolvendo a prisão de laranjas do PSL não trará
reflexos na articulação do Palácio do Planalto com o Congresso em meio
às discussões sobre a reforma da Previdência. “Eu julgo que não até
porque ele não é nenhum encarregado da articulação política”, mencionou o
general. Ainda sobre o episódio, o presidente em exercício reforçou que
o caso será examinado internamente após retorno de Jair Bolsonaro do
Japão.
Hamilton Mourão também comentou os resultados negativos apontados
contra o governo após divulgação da pesquisa Ibope nesta quinta-feira.
“Toda vez que você está no Executivo, com uma série de reformas para
tocar frente e enfrentando uma situação difícil, principalmente na
questão econômica, é óbvio que é normal esta queda na popularidade e da
avaliação do governo”, admitiu.
O estudo feito pelo Ibope e divulgado pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) revelou que a avaliação positiva (ótimo e bom) de
Bolsonaro passou de 35% em abril para 32% em junho, mostrando uma
tendência de queda. Além disso, a avaliação negativa (ruim e péssimo),
por sua vez, subiu de 27% para 32% no mesmo período.
Já sobre o documento divulgado pela Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre o impacto das mudanças climáticas, que considerou o
presidente Bolsonaro um “fracasso”, Mourão rebateu. “Na minha visão
pessoal, a ONU está se perdendo ao logo do tempo e em determinadas
discussões. O presidente Bolsonaro é um líder reconhecido aqui dentro do
nosso país”, considerou.
Por fim, Mourão ainda reforçou que o episódio envolvendo a prisão de
um militar com 39 quilos de cocaína em um avião da FAB, na Espanha, não
arranha em nada a imagem do governo perante a população. “Este episódio é
lamentável e fica muito claro que aquela tripulação não tem nada a ver
com a tripulação do presidente da República”, pontuou.
Por sua vez, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio
Moro, também participou da cerimônia, mas preferiu deixar o TRF-4 em
silêncio, sem atender a imprensa.
O presidente Jair Bolsonaro revogou nesta terça-feira, 25, o decreto
de armas e publicará, em edição extra do Diário Oficial, novos atos
sobre o tema. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que
o governo compreendeu que o melhor caminho é encaminhar um projeto de
lei sobre a flexibilização do porte e da posse de armas.
Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo
Barros, havia afirmado que Bolsonaro não iria revogar o decreto de
armas contestado no Congresso nem colocaria “empecilho” para que os
parlamentares votem a questão.
“O governo não revogará, não colocará nenhum empecilho para que a
votação ocorra no Congresso Nacional”, disse, ao ser questionado sobre a
possibilidade de o texto ser revogado para que fosse editado um outro
decreto específico para colecionadores, atiradores desportivos e
caçadores (CACs).
Nesta segunda, 24, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), afirmou que a Câmara votaria nesta semana o projeto de
decreto legislativo que derrubaria os decretos de posse e porte de armas
editados por Bolsonaro. De acordo com Maia, os deputados seguiriam a
mesma decisão do Senado e aprovaria a derrubada.
Donald Trump mostra sua assinatura no documento que determina as novas sanções contra o Irã - AFP
O presidente Donald Trump ordenou nesta segunda-feira sanções
financeiras “incisivas” contra o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali
Khamenei, acusando de ser o “responsável em última instância” pelas
atividades desestabilizadoras da República Islâmica.
“Continuaremos a aumentar a pressão sobre Teerã”, disse Trump ao assinar o texto de sanções no Salão Oval.
“As sanções contidas neste decreto impedirão que o líder supremo, sua
equipe e outras pessoas próximas a ele tenham acesso a recursos
financeiros essenciais”, disse Trump.
“Os ativos do aiatolá Ali Khamenei e sua equipe não serão poupados das sanções”, disse ele.
“Nunca o Irã poderá ter uma arma nuclear”, afirmou.
“Não pedimos por conflitos”, disse ainda, acrescentando que,
dependendo da resposta do Irã, as sanções podem terminar amanhã – ou
“também podem durar anos”.
Além disso, os Estados Unidos também imporão sanções contra o
chanceler iraniano, Mohamed Javad Zarif, enquanto congelarão “bilhões de
dólares” em mais ativos do país, anunciou o secretário do Tesouro,
Steven Mnuchin.
Washington incluirá Zarif na lista de sanções econômicas “nesta
semana”, durante a qual ele também apresentará o nome de oito
comandantes da Guarda Revolucionária do país, o corpo militar ideológico
do regime, que também serão incluídos na medida.
Trump cumpre assim a promessa feita durante o final de semana.
Durante a manhã, Trump afirmou que as exigências de seu país ao Irã
eram “muito simples”: Teerã deve dizer “não às armas nucleares e não ao
apoio ao terrorismo”.
Mesmo antes de tomar conhecimento da natureza das novas medidas
americanas, o Irã minimizou o impacto das novas sanções prometidas,
estimando que os Estados Unidos já fizeram tudo o que é possível para
punir a república islâmica economicamente.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vetou a gratuidade das bagagens em
voos domésticos ao sancionar a medida provisória que abre 100% do
capital para as aéreas estrangeiras. As informações são do UOL.
Na sexta (14), ele disse que avaliava sancionar na íntegra a medida
provisória que abre capital para as estrangeiras. Para solucionar a
questão de gratuidade das bagagens, o presidente disse que considerava a
possibilidade de editar uma nova MP para permitir que as empresas de
baixo custo pudessem cobrar de seus passageiros.
A medida provisória que abre 100% do setor aéreo ao capital
estrangeiro foi apresentada pelo governo de Michel Temer e aprovada pelo
Congresso em maio.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) encaminhou uma
recomendação à Casa Civil da Presidência para que a gratuidade fosse
vetada. As empresas aéreas no Brasil estavam autorizadas a cobrar pela
bagagem despachada desde dezembro de 2016, quando a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) editou uma resolução sobre o tema. Desde
então, os passageiros podem levar sem pagar apenas 10 kg em bagagem de
mão nas rotas nacionais.
A MP das aéreas estabeleceu que a franquia mínima de bagagem
despachada deve ser de 23 kg para as aeronaves com mais de 31 assentos.
Para os aviões menores, a franquia será de 18 kg (até 31 assentos) e de
10 kg (até 20 lugares).
A nova política venceu com a eleição de
Davi Alcolumbre para presidir o Senado, mas velhas raposas insistem em
manter o seu poder com indicações políticas
Wilson Lima
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi eleito para o
cargo sob o mantra da nova política. Em seu discurso de vitória, em
fevereiro, prometeu evitar o revanchismo e disse que iria priorizar as
vozes das ruas em detrimento dos clássicos conchavos das elites
partidárias. Obviamente que, em política, é preciso relativizar certas
promessas. Não que o presidente do Senado tenha sucumbido à velha
política, mas velhos caciques ainda conseguem ter seu poder de
influência na Casa, mostrando que Davi ainda precisará de muito trabalho
para conseguir vencer os Golias que estão incrustados no parlamento e,
assim, cumprir o clamor das ruas. Senadores e ex-senadores, derrotados
por ele, mantêm-se poderosos no Senado, por meio de assessores que
conseguiram nomear para cargos estratégicos. Davi Alcolumbre ainda tenta mudar práticas antigas, mas precisará de muito trabalho para vencer o poder paralelo na Casa
Talvez o maior exemplo desse poder paralelo venha justamente daquele
que foi o principal adversário de Davi na disputa pela presidência do
Senado: Renan Calheiros (MDB-AL). No final de março, Alcolumbre começou
uma série de demissões no Senado para limpá-lo da velha política. Foram
cerca de 150 exonerações que atingiram em cheio velhos caciques como o
próprio Renan, o senador Jáder Barbalho (MDB-PA), o ex-presidente José
Sarney (MDB-AP) e o ex-presidente do Senado, Eunício de Oliveira
(MDB-CE).
Uma das pessoas exoneradas na época foi Paula Meschesi de Oliveira
Souza, que é mãe de um neto do senador Renan Calheiros. Ela trabalhava
como assessora parlamentar do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB),
com salário de aproximadamente R$ 23 mil. Era, sem dúvida alguma, um dos
maiores rendimentos do Senado. Oficialmente, Paula passou um mês
desempregada. Graças a Renan, ela voltou a trabalhar no próprio ILB, em
um cargo um pouco inferior ao que tinha. Para não fazer muito alarde,
agora Paula recebe salário de R$ 13,3 mil.
Já o ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE) também tem
demonstrado sua força, apesar de não estar mais na Casa. No final de
abril, Eunício conseguiu remanejar seis aliados políticos da
Diretoria-Geral para a Secretaria-Geral da Mesa. Foram cinco auxiliares
parlamentares e um assistente parlamentar. Com a transferência, eles
ficaram sob o guarda-chuva de aliados de Renan no Senado. Poderosos
Sarney também conseguiu fazer um movimento parecido de proteção aos
seus aliados. Ex-senador, ele ainda é poderoso no Senado. Igualmente
conseguiu manter no cargo, na Secretaria-Geral da Mesa, Tânia Fusco, que
exerce função como assistente parlamentar intermediário. Ela também
ficou no Senado sob o guarda-chuva de Renan, que continua mostrando seu
poder paralelo.
Uma outra jogada dos caciques foi feita pelo senador Jáder Barbalho
(MDB-PA). Ele tinha uma aliada no Senado, Iara Jonas, ocupando o posto
de assessora parlamentar na Presidência da Casa. Iara foi exonerada por
Alcolumbre e Jáder foi obrigado a abrigá-la como assessora parlamentar
no seu próprio gabinete, com salário de R$ 22,9 mil. Essa servidora
ficou conhecida em 2016 ao ser citada por um delator da Lava Jato,
Felipe Rocha Parente, como uma das pessoas que ajudavam no processo de
distribuição de propinas obtidas por meio de contratos da Transpetro
junto à cúpula do MDB.
Como se vê nestes casos, é fato que o presidente do Senado ainda
tenta mudar algumas coisas, mas velhas raposas têm seus métodos para
refazer antigos esquemas promíscuos que garantem apaniguados em
cargos-chave no parlamento. Eles dançam conforme a música.
O jogador Neymar deixou a 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, na zona
sul da capital paulista, na noite desta quinta-feira (13), depois de
depor durante cerca de três horas. Ele é acusado de agressão e estupro
pela modelo Najila Trindade Mendes de Souza no mês passado, durante
encontro em Paris.
Depois de depor, o jogador permaneceu na delegacia para a leitura do
documento que fará parte do inquérito policial. Quem preside o
inquérito, que corre em segredo de Justiça, é a delegada Juliana
Bussacos.
Neymar deixou a delegacia por volta das 20h15 e agradeceu o apoio e
as mensagens que está recebendo, além de dizer que está muito tranquilo.
“A verdade aparece, cedo ou tarde. O único desejo que eu tenho agora é
que esse caso acabe o mais rápido possível”, afirmou Neymar, ao deixar a
delegacia.
5ª Reunião do Fórum de Governadores (Crédito: José Cruz/ Agência Brasil)
Agência Brasil
Os 25 chefes de governos estaduais que participaram da 5ª Reunião do
Fórum de Governadores condicionaram o apoio à reforma da Previdência à
exclusão, no texto final da matéria, dos pontos relativos a previdência
rural, Benefício de Prestação Continuada, desconstituicionalização, e
relativo à criação de um regime de capitalização do benefício.
Alguns governadores disseram que o apoio dependerá, ainda, da
inclusão de pontos relativos à redução, de 60 para 55 anos, da idade
mínima para a aposentadoria de professoras, e a eliminação de alguns
privilégios dado a policiais militares.
Na avaliação do governador de São Paulo, João Doria, a reunião foi
positiva. Ele disse que houve “gestos de boa vontade e entendimento” por
parte do relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Samuel
Moreira (PSDB-SP). “O relator se mostrou sensível aos pontos
apresentados pelos governadores, que se manifestarão favoravelmente [à
reforma] caso esses pontos sejam analisados e incorporados pelo relator
no texto final”, disse Dória referindo-se às propostas apresentadas no
sentido de excluir pontos do texto relativos a previdência rural,
Benefício de Prestação Continuada (BPC), capitalização e
constitucionalização.
Dória reforçou que a manutenção de estados e municípios é ponto de
consenso entre os governadores. “Não houve nenhuma manifestação
contrária à inclusão [desses entes federativos], mas não basta dizer ser
favorável se não transformarmos isso em votos nas bancadas”, disse o
governador paulista ao informar que será proposto em seu partido, o
PSDB, o fechamento de questão a favor da aprovação da reforma.
“Teve também a inclusão de dois outros pontos relacionados às
polícias militares e ao magistério, com destaque ao tema da idade das
mulheres professoras [que estão na ativa]”.Segudno Doria, “houve também
sensibilidade do relator para analisar esses temas”.
De acordo com o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, a
ideia é ter transição para as professoras que já tem alguns requisitos
da aposentaria formulados, reduzindo de 60 para 55 anos a idade mínima
delas [professoras], “que são a maioria que estão nas salas de aulas”.
Com relação à aposentadoria de policiais militares, Ibaneis disse que
a proposta dos governadores é a de “eliminar privilégios”. “Hoje temos
policiais militares se aposentando com 45 anos, o que torna [a
previdência] inviável, porque pagamos muito mais a aposentados e
pensionistas do que para quem está na ativa”.
O governador do DF disse que mesmo que haja uma transição, a ideia é
aumentar a idade para a aposentadoria de policiais militares, agentes
penitenciários e Corpo de Bombeiros militar. Durante a reunião, alguns
governadores sugeriram uma espécie de “válvula de escape”, para o caso
daqueles que não queiram adotar as regras relativas a essas três
categorias. “Dessa forma, seria possível ao governador do estado
encaminhar, à assembleia legislativa, um projeto pedindo a retirada da
proposta”.
“Essas questões são importantes para todos os estados, porque se não
tiver o benefício continuado nós teremos pobres em todo local o país.
Quem vai cuidar dessas pessoas são estados e municípios. Não adianta
fazer uma reforma que não tenha efeito na previdência dos estados”,
acrescentou ao reforçar a proposta de incluir estados e municípios na
redação final da proposta.
Os governadores agora vão aguardar a reunião de bancadas, a proposta
de relator e o encaminhamento para que confirmar que as sugestões por
eles apresentadas serão consolidadas pelo relator da matéria.
Oposição
O governador do Piauí, Wellingon Dias (PT), também avaliou
positivamente a reunião, e antecipou que acredita no apoio de
parlamentares de seu partido, caso todos os pontos defendidos pelos
governadores sejam acatados pelo relator. “Meu partido e outros partidos
têm uma posição de que o Brasil precisa encontrar uma regra que dê
equilíbrio à previdência. Temos de trabalhar tendo consciência de que
não estamos começando do zero”.
O governador exlicou que o encontro de hoje foi diferente de outros
porque teve avanços. “Hoje conseguimos retirar o bode da sala”, disse.
“Tivemos pela primeira vez posição firme de o relator retirar a parte
relativa a BPC, trabalhadores rurais e, pela primeira vez, a
possibilidade de retirar a parte relacionada à redação que ficou sobre
capitalização, que coloca o benefício a critério do que seria a regra de
mercado e passa ter uma regra que já é da cultura brasileira, que é a
da partilha, onde é feita a aplicação, mas com o objetivo de atingir um
benefício definido”.
“Diante disso [nós, do meu partido] propomos que, além da
contribuição do lado laboral tem de ter outras fontes de receita, a
partir da cobrança de sonegadores. E temos necessidade de receitas novas
como as de gás e petróleo sirva para cobrir o déficit da previdência.
Os próprios estados têm pedido autorização de receitas que já são
nossas, como imposto de renda de pessoa fisica servidor público, para
ser utilizada para cobrir esse déficit. Aí sim é possível alcançar o R$ 1
trilhão que está prometido como parâmetro para essa reforma”.
Dos 27 governadores, 25 estavam presentes na reunião que contou com a
participação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; do
presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, Marcelo
Ramos; do relator do projeto, Samuel Moreira (PSDB-SP); e do Secretario
Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Rogério
Marinho.
Os únicos estados que não foram representados por seus governadores
foram o Amazonas e o Maranhão. O próximo encontro de governadores foi
marcado para o dia 6 de agosto.
Os partidos de centro e o governo selaram um acordo para garantir a
votação nesta terça-feira, 11, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) de
uma autorização especial para pagar benefícios sociais com dinheiro de
empréstimos, disse nesta segunda-feira o relator do crédito suplementar,
deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
O governo precisa do aval da maioria do Congresso para liberar R$
248,9 bilhões em gastos com aposentadorias do INSS, subsídios agrícolas,
benefícios assistenciais a idosos e pessoas com deficiência de baixa
renda e Bolsa Família. Sem esse aval, o presidente Jair Bolsonaro não
pode autorizar a despesa, sob risco de cometer crime de
responsabilidade, passível de impeachment.
Se o crédito não for aprovado logo, os beneficiários poderão ficar
sem o dinheiro. Por isso, nos últimos dias, Bolsonaro tem intensificado
os alertas nas redes sociais sobre a necessidade de votar o projeto.
Segundo Rocha, o acerto para votar o crédito envolve a posterior
liberação de recursos adicionais para o Minha Casa Minha Vida, para a
conclusão de obras no São Francisco e para a defesa civil.
Rocha afirmou que o acordo foi construído neste fim de semana entre o
governo e os partidos de centro. “Foi construído acordo e amanhã
(terça) vai ter tranquilidade para aprovar na comissão, com exceção da
oposição, que deve vir com obstrução feroz”, disse.
De acordo com o relator, o governo prometeu R$ 2 bilhões para o Minha
Casa Minha Vida e R$ 800 milhões para defesa civil. “É um compromisso
que existe do governo”, disse Rocha. “O acordo é esse, vota agora (o
crédito da regra de ouro) e vem o outro PLN (projeto que mexe no
Orçamento) depois”, afirmou.
Apesar do acordo para votação na comissão mista, a apreciação do
crédito no plenário ainda pode levar mais tempo porque a oposição pode
obstruir os trabalhos. Se houvesse acerto também com a oposição, seria
possível inverter a pauta do plenário do Congresso para votar o crédito
antes dos vetos presidenciais que travam a pauta, disse.
As notícias envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, também
podem ser um complicador, avalia Rocha. “Um problema desse sempre agrava
a situação do governo”, disse o relator, que acredita que o episódio
pode influenciar a votação no plenário. “Fica mais difícil. O clima
azeda, né?”, afirmou. Ele previa se reunir ainda nesta segunda com o
presidente da CMO, senador Marcelo Castro (MDB-PI), para discutir o
contexto político da votação.
O escândalo, que envolve uma denúncia
de estupro e agressão contra o ídolo da seleção brasileira, mostra que o
craque celebridade coleciona mais destaques fora do que dentro dos
gramados. A questão é que a acusadora, a modelo Najila Trindade,
também é dona de uma vida para lá de conturbada – recheadas de histórias
mal explicadas
NA MARCA DO PÊNALTI
Craque da seleção, ídolo de milhões e garoto propaganda tem a credibilidade posta em xeque: guerra de versões BRIGA NO HOTEL
Najila filmou uma discussão que resultou em tapas: “Você me agrediu ontem. Você me deixou aqui sozinha” REDE SOCIAL Rede social
A modelo encantou o jogador, que bancou a viagem até Paris. Paquera de meses virou caso de polícia
(Crédito: Divulgação)
André Vargas
Corpo mignon torneado em academia, loira levemente tingida, modelo
fotográfica, estudante de design de interiores, 1,70 metro, 26 anos,
separada, mãe de um menino de sete anos. Najila Trindade Mendes de Souza
é a declarada vítima do que pode vir a ser um escândalo sexual ou mesmo
uma grande armação, num jogo sujo de tramas inconfessáveis envolvendo o
principal jogador da seleção brasileira. Ela denunciou Neymar Jr. por
estupro, em 31 de maio. Desde então, desencadeou-se uma guerra de
versões e contradições cujo desenlace impõe grave risco a imagem e
reputações dos personagens enredados — sobretudo a de Neymar, ídolo da
criançada brasileira e do Paris Saint-Germain, que nos últimos tempos
tem gerado mais fatos rumorosos fora das quatro linhas do que dentro
delas. Najila Trindade alega que o ataque teria ocorrido no quarto 203
do hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, na noite de 15 de maio, na
capital francesa. Na noite seguinte, ambos discutiram no mesmo quarto.
“Você me agrediu ontem. Você me deixou aqui sozinha”, disse ela,
enquanto o estapeava, de acordo com um vídeo de meio minuto revelado
pela Rede Record, na quarta-feira 5.
Neymar Jr. e seu pai, Neymar da Silva Santos, tentam desacreditar a
denunciante e seus representantes, argumentando que o jogador é vítima
de uma tramoia de gente que só deseja lhes tomar dinheiro. Ela própria
se complica a cada dia. Seu ex-advogado José Edgard Bueno abandonou o
caso porque, segundo ele, Najila mudou a versão inicial. De acordo com
Bueno, a modelo havia lhe relatado uma agressão e não um estupro. As
próprias imagens do vídeo gravado por ela no hotel em Paris sugerem a
montagem de uma armadilha para o jogador. Para piorar, foram descobertos
dois boletins de ocorrência, de 2014 e 2016, segundo os quais estivens
alves, ex-marido e pai de seu filho, teria sido agredido. Em 2014, ele
foi esfaqueado em uma discussão e precisou ser socorrido por bombeiros.
Dois anos depois, ele a denunciou por agressão.
Pressionada, Najila trocou de advogado e concedeu uma entrevista ao
jornalista Roberto Cabrini, do SBT, na quarta-feira 5, fornecendo
detalhes da tórrida e consensual aventura casual entre dois jovens
adultos. Ela insistiu que o encontro acabou em sexo forçado e agressões
que resultaram em hematomas e trauma psicológico. “Ele não tinha o
direito de fazer o que fez comigo”, afirmou. Sem posar de ingênua, disse
também que sim, desejava fazer sexo com o atleta milionário.
O caso explodiu no sábado 1º de junho. O boletim de ocorrência não
revelou o nome da denunciante, conforme determina a lei brasileira.
Porém, sua identidade vazou e Najila teve a vida devassada. Tanto que
optou por não voltar ao seu apartamento, na zona sul de São Paulo. Sua
família foi procurada pela imprensa. A mãe e os irmãos alegaram não
saber de nada até então, mas notaram que ela aparentava nervosismo
depois de ter voltado de Paris.
Nascida no interior da Bahia, Najila sempre acalentou o sonho de ser
modelo. Acreditava ter vocação para algum estrelato. Ainda criança,
mudou-se com a família para São Paulo. Em 2014, ela fez o seu primeiro
ensaio fotográfico. “Até onde eu conheci, ela me pareceu tranquila,
profissional e atenta. Muita gente mais experiente não é tão
desenvolta”, relata o fotógrafo Eddy Marchi, responsável pelas fotos. Em
2017, Najila estrelou um clipe musical, produzido pelo produtor de
vídeo Fill Rocha. De acordo com pessoas ouvidas por ISTOÉ, a jovem
jamais exibiu o perfil clássico das chamadas maria chuteiras, mulheres
que exercem marcação cerrada sobre jogadores de futebol, buscando
promoção e segurança financeira em troca de favores sexuais. Mesmo
assim, seria ingênuo supor que uma modelo fotográfica desconhecida se
aproximaria de um jogador do calibre de Neymar, sem premeditar uma
projeção pessoal e alguns valiosos contratos. “Ele me virou e cometeu o ato. Pedi para ele parar. Enquanto ele cometia, continuava a bater na minha bunda” Najila Trindade, modelo (Crédito:Divulgação)Dívidas e ordem de despejo
Antes do escândalo, a vida de Najila andava financeiramente tensa.
Suas dívidas hoje somam mais de R$ 30 mil. Sem pagar aluguel e
condomínio há meses, havia abandonado a faculdade. Na segunda-feira 3,
foi emitida uma ordem de despejo para que ela saísse do apartamento de
três quartos onde vive com o filho. De acordo com o advogado da
imobiliária, Ricardo Bornacina, a inquilina não apresentou um plano de
parcelamento da dívida e pode ter seus pertences retirados do imóvel
coercitivamente caso não se mude.
Para o ex-advogado, José Edgard Bueno, Najila se caracteriza por ser
uma pessoa confusa e contraditória. “A ex-contratante tomou decisões à
revelia de seus patronos. Esse fato fez com que renunciássemos ao nosso
mandato”, afirmou em comunicado após deixar o caso. “Ele não estava
acreditando em mim. Senti preconceito da parte dele”, contrapôs ela ao
SBT. Najila havia entregue ao ex-advogado uma foto dela enviada por
Neymar Jr. na qual a estudante encontra-se nua, de costas e com os
glúteos avermelhados. Antes de o caso ir parar na delegacia, Bueno
tentou, sem sucesso, uma reunião com Neymar pai e assessores. Segundo os
representantes do jogador, o advogado teria tentado lhes extorquir
dinheiro. Bueno afirmou ter sido vítima de uma “armadilha com o objetivo
de criar um álibi para o seu protegido”.
Pela versão apresentada por Najila ao SBT, o estupro no hotel teria
ocorrido depois de ela anunciar que não manteria a relação sexual sem
preservativo. Durante as carícias preliminares, ela teria notado que
ojogador estava ficando agressivo, mas decidiu ir em frente. Com ela
despida na cama, ele lhe desferiu palmadas. “Falei para ele parar: ‘Está
doendo’”, relatou. Como Najila teria se recusado a manter uma relação
sem proteção, o jogador a teria violentado e agredido: “Foi tudo muito
rápido”. Há fragilidades nessa versão. A principal delas é que na troca
de mensagens com Neymar, no dia seguinte, a modelo não só agiu como se
nada tivesse acontecido, como tentou marcar um novo encontro, regado a
vinho, que ela pediu para o craque levar. À noite, a modelo o confrontou
no quarto.
Como mostra o vídeo, de início ele riu: “Não, não, não, não, não. Aí
vira paixão”. Mas teria ficado furioso ao perceber que estava sendo
filmado por um celular estrategicamente acomodado na pia do banheiro da
suíte. Esse trecho do vídeo, com vários minutos a mais, ainda não foi
divulgado. Após a briga, Najila voltou ao Brasil. Disse não ter prestado
queixa na França por temor e por estar emocionalmente abalada. Crimes de internet
No afã de se defender, o jogador acabou por cometer crimes facilmente
comprováveis. No sábado 1º, divulgou as conversas íntimas que ambos
tiveram por WhatsApp ao longo de meses. O conteúdo foi deletado, mas
acabou copiado e passou a circular livremente pela internet. Além do
vazamento das imagens íntimas, o jogador revelou inadvertidamente o nome
do filho de 7 anos de Najila. A atitude virou uma investigação da
Delegacia de Crimes de Informática do Rio de Janeiro. “Eu prefiro um
crime de internet ao de estupro”, justificou Neymar pai, enquanto o
filho seguia concentrado com a seleção brasileira. Para ele, o jogador
de 27 anos é apenas um jovem inexperiente. “Quem me conhece, sabe do meu
caráter, da minha índole”, declarou o craque em vídeo no Instagram.
CORTADO Além da grave ruptura de tendão, patrocinadora da seleção cancelou uma campanha publicitária com o ídolo (Crédito:EVARISTO SA)
O escândalo já custa caro a Neymar. O comportamento errático do
jogador faz sua carreira patinar. Patrocinadora oficial da seleção
brasileira, a Mastercard suspendeu uma campanha que seria veiculada
durante a Copa América, que será iniciada na sexta-feira 16. O jogador
nem vai participar do torneio. Não bastasse o escândalo, foi cortado por
ter rompido os ligamentos do tornozelo direito no amistoso contra o
Catar, na noite de quarta-feira. Ao deixar o gramado com dores, ainda
sem saber do diagnóstico, Neymar chorou. Dizendo confiar no atleta, o
presidente Jair Bolsonaro o visitou no hospital em Brasília. “É um
garoto que está num momento difícil, mas eu acredito nele”.
O papel e o destino dos envolvidos ainda estão longe de uma
definição. Neymar pode ser um jogador inocente alvo de uma armação ou um
craque milionário e mimado que agrediu e estuprou uma jovem de 26 anos.
Najila, por sua vez, seria uma vítima de violência machista buscando o
que é certo ou alguém querendo aplicar um golpe que parece ter saído do
controle. Resta torcer para que a imensa diferença de poder e prestígio
entre os dois não impeça a Justiça de cumprir sua missão com a
necessária imparcialidade.
Oficial
foi denunciado pelo Ministério Público Militar pela posse ilícita de
duas de um total de 43 armas apreendidas em seu apartamento
Por
O Dia
O coronel Alexandre de Almeida - Reprodução
Rio - O Superior
Tribunal Militar (STM) decidiu, nesta quinta-feira, que o
tenente-coronel do Exército Alexandre de Almeida, acusado de desviar
armas da corporação para clubes de tiros, vai responder em liberdade. O
oficial foi denunciado pelo Ministério Público Militar pela posse
ilícita de duas de um total de 43 armas apreendidas em seu apartamento
no Leme, na Zona Sul do Rio, no dia 23 de abril.
De acordo com o inquérito policial-militar instaurado
pelo Exército, o coronel é investigado por um suposto esquema de desvio
de armas do Serviço de Fiscalização. O militar era a mais importante
autoridade do setor no controle de armas que circulam no Rio de Janeiro e
Espírito Santo. Ainda segundo o inquérito, armas desviadas pelo
tenente-coronel Alexandre de Almeida eram repassadas ao Guerreiros
Escola de Tiro e Comércio de Armas, na cidade de Serra, no Espírito
Santo, por intermédio do irmão do oficial, Rafael Felipe de Almeida.
O caso foi descoberto em dezembro do ano passado,
quando uma pistola calibre 9mm, da marcar Taurus, foi entregue por um
coronel ao Serviço de Produtos Controlados, assim que este oficial
passou à reserva. O oficial descobriu que a pistola tinha sido repassada
ilegalmente para o CAC Rafael de Almeida, que a enviou para o clube
capixaba.
A defesa do tenente-coronel do Exército Alexandre de
Almeida alega que ele não exerce mais a função de chefia nas Forças
Armadas e por isso pode responder em liberdade. O advogado Ary Arsolino
Brandao, que representa o militar, nega que ele tenha cometido os
crimes.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva gesticula durante uma missa católica em memória de sua
falecida esposa, Marisa Leticia, em São Bernardo do Campo, na região
metropolitana de São Paulo, Brasil, em 7 de abril de 2018 - AFP/Arquivos
Estadão Conteúdo
O entorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se cercando
de cuidados em relação ao parecer do Ministério Público Federal (MPF)
favorável à ida do petista para o regime semiaberto.
A ordem é não falar sobre estratégias em curso para pagar a multa de
R$ 2,4 milhões aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao
ex-presidente nem sobre o local onde Lula poderia trabalhar caso seja
transferido para o regime semiaberto.
Advogados e pessoas próximas ao ex-presidente temem que a divulgação
dessas informações sirva de munição para adversários tentarem dificultar
a saída do petista, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano
passado depois de ser condenado por lavagem de dinheiro e corrupção
passiva no caso do triplex do Guarujá.
Na terça, em entrevista as blogs “Tutameia” e “Diário do Centro do
Mundo”, o próprio Lula tratou de baixar as expectativas em relação ao
parecer do MPF.
“Eu não sei (se vou sair). Deixa eu contar uma coisa para vocês. Eu
não gosto de alimentar expectativa. Não tem nada pior para um preso do
que expectativa frustrada. Quando você está livre, você marca o encontro
com uma namorada ou namorado, e ele não comparece, você fica fulo da
vida, vai num bar, toma uma cachaça ou um uísque e você fica normal.
Mas, quando você está preso e tem uma expectativa e ela não acontece…”,
avaliou o ex-presidente.
Na entrevista, Lula disse que não aceitaria ser obrigado a usar
tornozeleira eletrônica. “Tornozeleira é para bandido ou pombo”, disse
ele. Em dois pareceres encaminhados ao STJ no dia 29 de maio, o MPF
afirma que Lula já pode progredir para o regime semiaberto – quando o
condenado sai da prisão para trabalhar durante o dia e retorna à noite.
O entendimento do MPF é de que o tempo que o petista já cumpriu em
Curitiba (um ano, um mês e 28 dias completados nesta quarta-feira, 5)
deve ser descontado da pena de oito anos, 10 meses e 20 dias imposta
pelo STJ em abril. Com isso, a punição cairia para menos de oito anos de
prisão, pena mínima para que o condenado seja enviado ao regime
fechado.
Caso o STJ acolha os argumentos da defesa e do MPF e decida que Lula
tem direito a migrar para o semiaberto, o petista ainda precisa pagar a
multa de R$ 2,4 milhões e conseguir um emprego que justifique as saídas
diárias.
Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, uma
possibilidade é o ex-presidente trabalhar no próprio Instituto, onde
dava expediente desde que deixou a Presidência da República até a
véspera da prisão. “É uma possibilidade, mas quem vai decidir isso é a
juíza de execução. De qualquer forma, acho que não é difícil conseguir
um emprego para o Lula”, disse Okamotto.
De acordo com ele, ainda não há discussão sobre como fazer para
arrecadar os R$ 2,4 milhões da multa, que é objeto de recursos por parte
da defesa de Lula. “A empresa (OAS) já fez acordo de leniência e pegou
os prejuízos à Petrobras. O apartamento já foi leiloado. Vão cobrar pela
terceira vez?”, questionou Okamotto.
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou hoje
(4), por 4 votos a 1, que o médium João Teixeira de Farias, conhecido
como João de Deus, volte para a prisão, confirmando o fim do prazo de
internação dele em um hospital particular.
Nesta terça-feira (4), a maioria dos ministros da Sexta Turma
entendeu que João de Deus apresentou melhoras suficientes em seu quadro
de saúde para justificar a continuidade de seu tratamento médico dentro
da prisão.
Além disso, o relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, considerou
suficientemente fundamentos os dois decretos de prisão que pesam contra
João de Deus – um pelas suspeitas de que tenha cometido abusos sexuais e
outro por posse ilegal de arma de fogo.
Havia sido Cordeiro quem, em 21 de março, havia autorizado pela
primeira vez a saída de João de Deus do Núcleo de Custódia de Aparecida
de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia, para ser internado no
Instituto de Neurologia de Goiânia.
Na ocasião, Cordeiro atendeu a um pedido da defesa, que alegou que
João de Deus tem problemas de pressão arterial e um “aneurisma da aorta
abdominal com dissecção e alto risco de ruptura”, segundo os advogados.
A decisão monocrática (individual) chegou a ser confirmada pela Sexta
Turma em 11 de abril, mas agora o mesmo colegiado decidiu, assim como o
relator, que a melhora no quadro de saúde do médium não justifica mais
que ele fique fora da prisão.
Votaram junto com o relator os ministros Laurita Vaz, Rogerio
Schietti Cruz e Antonio Saldanha Palheiro. Apenas o ministro Sebastião
Reis Júnior votou em contrário.
Na semana passada, o advogado Alex Neder, um dos defensores de João
de Deus, disse que o quadro clínico do médium ainda exigia cuidados
médicos contínuos. Com base em relatórios médicos, seus advogados alegam
que ele não tem condições de regressar à prisão. A Agência Brasil tenta contato com a defesa para que comente a decisão desta terça-feira.
Denúncias
João de Deus foi preso preventivamente em 16 de dezembro, acusado de
ter abusado sexualmente de dezenas de frequentadoras do centro espírita
fundado por ele em Abadiânia (GO).
Até o momento, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou nove denúncias contra João de Deus.
Na mais recente, apresentada na semana passada, os promotores o
acusaram de ter estuprado seis mulheres que não figuram em queixas
apresentadas anteriormente.
Nas demais denúncias, ele é acusado de crimes como estupro de
vulnerável e violação sexual. Segundo o MP, os crimes ocorreram ao menos
desde 1990, sendo interrompidos em 2018, quando as primeiras denúncias
foram divulgadas pela imprensa.
Mulher acusou atacante de estupro; telefone do craque deve ser apreendido para perícia
Por
Aline Cavalcante
Neymar posta vídeo na rede social e nega que tenha havido estupro - Reprodução / Instagram
Rio - A Delegacia de
Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai investigar o atacante
Neymar Junior após o jogador ter divulgado, nas redes sociais, na noite
do último sábado, vídeo com imagens íntimas da jovem que o acusou de
estupro. De acordo com a Polícia Civil, será instaurado nesta
segunda-feira inquérito para apurar o caso e o telefone do craque deverá
ser apreendido para perícia. "Vou instaurar procedimento, juntar vídeos
e mensagens. Inicialmente,tentarei ouvir o Neymar e apreender o
telefone", informou o delegado da DRCI, Pablo Sartori.
Neste domingo, agentes da 110ª DP (Teresópolis) estiveram na Granja Comary, mas não encontraram o
atacante no centro de treinamento da Seleção Brasileira. Num vídeo
postado pelo atacante em sua rede social, Neymar se defendeu da acusação
de estupro e disse ser vítima de extorsão. "Quem me conhece sabe do meu
caráter e da minha índole. Sabe que eu jamais faria uma coisa desse
tipo. O que aconteceu nesse dia foi uma relação entre homem e mulher,
dentro de quatro paredes, algo que acontece com todo casal. É uma
situação chata para mim e minha família. É muito triste acreditar que o
mundo está assim. Existem pessoas que querem se aproveitar, extorquir as
outras pessoas", relatou.
Acusação de estupro
A vítima, que teve a identidade preservada, registrou
boletim de ocorrência em São Paulo, na sexta-feira, acusando Neymar de
estupro. O crime, segundo ela, teria ocorrido num hotel em Paris, no dia
15 de maio. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou,
em nota, a denúncia. "Houve uma denúncia registrada pela vítima na 6ª
DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). O inquérito policial segue em
sigilo".
No boletim de ocorrência, a mulher disse que
Neymar pagou suas passagens e hospedagem em Paris, por meio de um
assessor, e que chegou à capital da França no dia 15. O relato diz que o
jogador chegou no mesmo dia ao local, por volta das 20h, aparentemente
embriagado. Eles teriam conversado e trocados carícias, porém, em
determinado momento, o atacante se tornou agressivo e, mediante
violência, praticou relação sexual contra a vontade dela. Até às
22h30 deste domingo, a vítima não tinha se pronunciado publicamente
sobre o caso.
Atleta publica troca de mensagens e nudes
O vídeo postado pelo jogador mostra fotos íntimas que
teriam sido enviadas a ele pela própria modelo que o acusa do estupro,
que teria ocorrido no dia 15 de maio. Neymar postou prints do que seria
uma troca de mensagens no WhatsApp com a garota. As conversas entre os
dois continuam nos dias seguintes ao suposto crime.
Como as imagens divulgadas foram editadas (algumas
partes íntimas foram cobertas, assim como horários, datas e até nomes), o
celular do atacante terá ainda de passar por uma perícia técnica. O
atleta será investigado pelo artigo 281-C do Código Penal, que diz que
trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
publicar ou divulgar sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez
ou pornografia, é crime que prevê pena de prisão de um a cinco anos.
Nome de Neymar está constantemente envolvido em polêmicas
Desde que chegou ao Paris Saint-Germain, Neymar vem
se envolvendo em diversas polêmicas. Lesões, brigas e punições recentes
fizeram com que ele perdesse a braçadeira de capitão da Seleção
Brasileira, na Copa América. O técnico Tite optou por passar a
responsabilidade, durante a competição, para o lateral direito Daniel
Alves.
No início do ano, o jogador fraturou o metatarso
direito e precisou desfalcar o PSG em jogos fundamentais para a Copa da
França, mas, durante o período de recuperação, o atacante participou do
Carnaval no Rio e saiu de madrugada da Marquês de Sapucaí, amparado por
amigos.
As redes sociais constantemente têm sido usadas pelo
atleta para fazer declarações polêmicas, como os insultos feitos aos
árbitros responsáveis pela partida em que o PSG foi eliminado na Liga
dos Campeões. "Isso é uma vergonha! Ainda colocam quatro caras que
não entendem de futebol para ficar olhando lance em câmera lenta",
escreveu Neymar, na ocasião.
O episódio resultou na sua suspensão em três
partidas. Após o retorno, o atacante se viu em nova polêmica. O
brasileiro agrediu um torcedor depois da derrota do PSG para o Rennes na
final da Copa da França. Nas redes sociais, ele se justificou dizendo
que "não tinha sangue de barata". A agressão rendeu mais três jogos de
suspensão. Depois disso, na volta ao time francês, Neymar e o
companheiro de equipe, o alemão Draxler, discutiram no vestiário e
tiveram que ser separados pelo diretor de futebol, Antero Henrique, e o
técnico Thomas Tuchel.