Do montante, R$ 15 milhões foram para remuneração dos Atletas e R$ 3 milhões para treinamentos e participações em competições
21:16
·
19.12.2016
por
FolhaPress
Na contramão do momento de fuga de investimentos privados e de empresas
estatais no esporte brasileiro, as Forças Armadas afirmam que vão
manter para a Olimpíada de Tóquio o mesmo patamar alocado para os Jogos do Rio.
Atualmente com 650 atletas alistados em suas divisões
(Exército, Marinha e Aeronáutica), a previsão do Ministério da Defesa é
não fazer cortes. O número de contemplados deve oscilar pouco.
A pasta destinou R$ 18 milhões em 2016 ao programa,
que ganhou mais musculatura em 2008 -principalmente em razão de o Brasil
ser sede dos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio.
Do montante, R$ 15 milhões foram para remuneração dos Atletas e R$ 3 milhões para treinamentos e participações em competições sobretudo no exterior.
O soldo para cada competidor gira em torno de R$ 3,5 mil. O
recrutamento é feito por meio de edital e, após avaliação curricular,
entrevista e testes físicos, a incorporação dura oito anos.
"Prosseguiremos com nosso programa de alto rendimento, com vistas a
consolidação do nosso status, já conquistado, de potência desportiva
militar mundial e a continuidade de nossa contribuição ao esforço
olímpico nacional", afirmou Paulo Zuccaro, diretor do departamento de
desporto militar do Ministério da Defesa.
O bom desempenho dos militares na Rio-2016 deu força ao programa. Dos
mais de 460 atletas brasileiros inscritos no evento, 145 tinham eram do
programa militar. E, das 19 medalhas conquistadas pela delegação, 13 foram por competidores vinculados às Forças Armadas.
Apesar da manutenção do investimento, Zuccaro disse que haverá
"refinamento" na escolha das modalidades que serão contempladas, levando
em consideração os resultados nos Jogos. Não há interesse, por exemplo,
em patrocinar esportes coletivos.
"Procuraremos apoiar intensamente modalidades individuais que
distribuem muitas medalhas e não demandam a formação de grandes e
onerosas comissões técnicas", afirma Zuccaro.
A maciça maioria dos representantes do programa é temporária, ou seja,
não é militar de carreira. Embora não tenham que cumprir rotina, eles
passam por reciclagens.
O campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, por exemplo, teve de ficar em treinamento durante duas semanas em outubro.
Em 2015, a aliança entre Forças Armadas e o esporte marcou o
Pan-Americanos de Toronto, quando inúmeros atletas prestaram continência
no pódio e chamaram a atenção. Houve protestos de torcedores nas redes
sociais.
A pasta disse que jamais deu orientação para que o gesto fosse
manifestado para receber medalhas e na execução do hino nacional.
Na Rio-2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) não vetou continências.
Os campeões olímpicos do vôlei de praia Alison e Bruno Schmidt, os
ginastas Arthur Zanetti e Arthur Nory, o judoca Rafael Silva e o
atirador Felipe Wu fizeram a posição.
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