Aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff foi o principal fator para a alta de 9,34% nos primeiros três meses do ano
Nos primeiros três meses do ano, o preço do dólar em reais caiu 9,34%. Assim, a taxa de câmbio recuou de 3,96 reais no fim do ano passado para os 3,59 reais no fechamento de quinta-feira, 31 de março. Nesse cenário, o real brasileiro teve a segunda maior valorização entre as 47 divisas acompanhadas pelo serviço de cotações IDC no trimestre. Apenas o ringgit, da Malásia, valorizou-se mais no período (9,51%).
O pano de fundo local desse fortalecimento da moeda brasileira é a política. Com a chegada da operação Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o enfraquecimento do governo Dilma Rousseff, investidores avaliam que a chance de impeachment cresceu. Para o mercado, a saída de Dilma pode abrir caminho para um governo mais inclinado a aprovar medidas necessárias para arrumar a economia. Com a previsão desse cenário, muitos voltaram a comprar reais.
O fortalecimento da moeda brasileira, porém, não pode ser considerado um fenômeno isolado. Os analistas do Morgan Stanley dizem que o grande fator que tem influenciado o mercado global de moedas é a política monetária dos Estados Unidos. Após o início do aperto monetário em dezembro de 2015 nos EUA, a economia mundial começou a falhar, as incertezas cresceram e o Federal Reserve deixou claro que o movimento de alta será mais lento e gradual.
"Isso enfraquece o dólar e manterá a pressão vendedora por algum tempo", dizem os analistas do Morgan Stanley. O enfraquecimento do dólar acontece porque o juro que o investidor consegue nos EUA será, pelo menos por enquanto, menor que o imaginado previamente.
(Com Estadão Conteúdo)
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