Apontado pela PF como um bandido violento, Márcio Ramalho Diogo, o Garrote, aparece numa selfie feita pelos criminosos festejando a matança de 60 presos
Quando desencadeou a Operação La Muralla, uma das maiores ações de combate ao tráfico de drogas já feitas no Brasil, em novembro de 2015, a DRE adotou como estratégia tentar desmantelar a comunicação do primeiro e do segundo escalões da Família do Norte (FDN) com as ruas e, principalmente, com a massa carcerária. Dezenove integrantes da facção que domina a rota amazônica do contrabando de arma e droga foram para presídios federais. Outros 40 ficaram no chamado Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) dentro do próprio Estado. Para os investigadores, a medida deu certo e representou um baque na estrutura financeira e logística da quadrilha.
O prazo de um ano como castigo no RDD, no entanto, acabou. E alguns desses criminosos estão de volta ao convívio. Consequentemente, as decisões e as ordens são tomadas com mais agilidade. “Logo que ele saiu do RDD foi comandar a chacina”, diz o delegado federal Rafael Caldeira.
Com nove anotações em sua ficha criminal, Garrote é relatado pela PF como “um homem reconhecido no mundo do crime pela extrema violência e crueldade com que atua”. Durante muito tempo atuou como braço-armado no transporte de grandes cargas que passavam pelo Rio Amazonas. Em 2013, chegou a trocar tiros durante um cerco feito por agentes da própria PF, que resultou na sua captura e na morte de um comparsa. E mesmo preso continuou ditando regras numa nova função: a de distribuição de drogas por Manaus.
Em depoimentos à PF na época, Garrote negou qualquer relação com integrantes da Família do Norte. No entanto, a selfie em meio aos criminosos que protagonizaram a maior barbárie das cadeias brasileiras não deixa dúvida de seu papel de ‘xerife da matança’.
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