A conta do desastre petista chegou: entre 2014 e 2016, o PIB caiu alarmantes 9%. Foi a maior depressão econômica da história do País. Que sirva de lição para que jamais e em tempo algum essa tragédia se repita
Mas por que olhar para o retrovisor agora deve ser tão indispensável? O espelho do IBGE, que estampa os últimos quilômetros de estrada percorridos até aqui, servem como advertência, para que os próximos governantes não se esqueçam de que impor a política econômica com o autoritarismo e a arrogância de quem não sabe o que está fazendo pode custar 12 milhões de empregos. E este preço é muito alto.
No meio do caminho, a gestão petista resolveu abandonar a política econômica baseada no tripé econômico, que priorizava a meta de inflação, o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal. A “nova” matriz econômica imposta nos últimos anos pelo governo do ex-presidente Lula – e turbinada nos mandatos de sua sucessora, Dilma Rousseff – arruinaram a economia. Derrocaram famílias que se deixaram levar pelo estímulo do consumo desenfreado e hoje nadam em dívidas. A desgovernada concessão da “bolsa empresário”, que distribuiu, sem critérios, subsídios para os mais variados setores, trouxe nada menos que um efeito rebote. Hoje, assistimos ao menor nível de investimentos em cerca de 20 anos.
A opção perdulária de gastar muito mais do que arrecada levou o País a aumentar suas dívidas e, consequentemente, gastar mais com juros. O intervencionismo do Estado aos moldes bolivarianistas, que à época de Dilma já vinha sendo duramente criticados, inviabilizou empreendimentos públicos e privados. Assim como a manipulação artificial de preços como o da gasolina e da energia elétrica, que não passaram de manobras eleitoreiras. A fatura chegou e está sendo paga pelo consumidor. Isso sem contar em práticas levadas a limites estratosféricos, como o inchaço da máquina pública, fisiologismo e corrupção.
O novo modelo econômico populista da era petista já dava sinais de ruína em 2014, ano de eleição presidencial. Justamente quando a verdade sobre o fracasso das opções governamentais não poderia vir à tona. Isso faz lembrar a desastrosa frase do então ministro da Fazenda, em 1994, Rubens Ricupero. Em uma conversa informal com um jornalista, mas captada sem querer pelos sinais de parabólica, ele disse: “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura. O que é ruim a gente esconde”. Por esse escândalo, Ricupero caiu. Não foi o que Dilma disse, mas foi o que Dilma fez. Com as chamadas “pedaladas fiscais” e “contabilidade criativa”, ela maquiou os números do desastre anunciado. Essa e outras medidas levaram o a nação perder o selo de “bom pagador”, conferido por agências internacionais de risco, causando a fuga de investidores.
ESTELIONATO ELEITORAL
É bom que o retrato do passado captado pelo IBGE volte até a campanha presidencial de 2014. Ou, para ter mais exatidão, ao estelionato eleitoral protagonizado pela petista e pelo marqueteiro João Santana. A presidente, a equipe econômica e o publicitário sabiam que a economia afundava como um Titanic. Mas em vez de avisar aos navegantes do rombo no casco e do iminente naufrágio, distribuindo orientações de evacuação e boias, preferiu enganar os passageiros e mandou-os dormir tranquilamente, enquanto as águas inundavam os porões sob suas camas.
A manipulação artificial de preços, como da gasolina e da energia, não passou de manobra eleitoreira
Agora, sem esquecer do passado, o desafio é seguir adiante com
cautela. Assim como indica a equipe econômica de Temer, as perspectivas
são melhores e indicam uma retomada ao caminho certo. O economista Luis
Paulo Rosenberg, disse em entrevista ao âncora da Rádio Bandnews e
colunista da ISTOÉ Ricardo Boechat que as perspectivas dos especialistas
é de crescimento em 2017 da ordem de, no máximo, 1%. “Os indícios são
favoráveis”, ele avalia. E destaca que a inflação dá sinais de que
continuará em declínio. A liberação gradual de saque de recursos do FGTS
inativo serve como uma espécie de “motor de arranque” para iniciar um
novo círculo virtuoso. Como a recuperação da economia depende, em parte,
de expectativas, o Congresso detém nas mãos um papel essencial para
ditar a dinâmica da melhora do cenário econômico. A aprovação da PEC dos
gastos, que proibiu o governo gastar mais do que arrecada, já foi um
avanço. Porém, matérias essenciais estão na agenda dos parlamentares,
como a Reforma da Previdência, vista como primordial para ajudar na
recuperação fiscal do País.
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