Lançamentos de smartphone e outros eletrônicos mostram que o gigante de buscas está de olho no mercado dominado pela marca de Steve Jobs
Na terça-feira 4, em um evento em São Francisco, nos Estados
Unidos, o gigante de buscas Google reuniu sete mil pessoas para
apresentar a sua visão a respeito do futuro da empresa. Não demorou para
ficar evidente uma importante mudança nos rumos da companhia. Se antes o
Google concentrava seus esforços nas inovações em serviços (como um
sistema operacional mais inteligente para smartphones, e-mail com novas
funções e buscas mais abrangentes), agora o foco passou a incluir
aparelhos eletrônicos concebidos, produzidos e vendidos pela corporação.
“O Google não quer mais ser uma empresa só de software”, diz o
professor de tecnologia da informação Fernando Meirelles, da Fundação
Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). Mais: a mudança de foco
(evidenciada no lançamento, também na terça-feira, do Pixel, smartphone
construído por engenheiros do Google para rodar softwares do Google)
aproxima o gigante fundado por Sergey Brin e Larry Page de outra
potência do Vale do Silício: a Apple.
Desde que foi fundada, a companhia de Steve Jobs manteve controle total sobre a produção e o funcionamento de seus produtos. Até hoje, a Apple faz questão de vender um pacote fechado, com computadores, celulares e players de mídia aptos a rodar apenas os sistemas operacionais da empresa. Com o Pixel, o Google parece seguir lógica parecida, já que no novo smartphone, hardware e software foram desenvolvidos juntos e também chegarão ao consumidor como um pacote fechado.
Para Meirelles, da FGV, a decisão do Google de investir em eletrônicos pode se encaixar em um esforço para criar novas fontes de renda para a empresa (hoje, mais de 90% da receita anual do Google vem de propaganda). Já outros analistas sugerem que o mergulho do Google no mundo dos gadgets seria apenas mais uma forma da empresa criar demanda por seus serviços – que virão instalados, de fábrica, nos eletrônicos. Nesse sentido, um celular seria só mais um canal para a empresa exibir anúncios e ganhar com propaganda. Ainda que não se saiba o objetivo do Google com os anúncios feitos na terça-feira, uma coisa é certa: a empresa se parece, cada vez mais, com a Apple.
Foto: Eric Risberg/AP
Desde que foi fundada, a companhia de Steve Jobs manteve controle total sobre a produção e o funcionamento de seus produtos. Até hoje, a Apple faz questão de vender um pacote fechado, com computadores, celulares e players de mídia aptos a rodar apenas os sistemas operacionais da empresa. Com o Pixel, o Google parece seguir lógica parecida, já que no novo smartphone, hardware e software foram desenvolvidos juntos e também chegarão ao consumidor como um pacote fechado.
Para Meirelles, da FGV, a decisão do Google de investir em eletrônicos pode se encaixar em um esforço para criar novas fontes de renda para a empresa (hoje, mais de 90% da receita anual do Google vem de propaganda). Já outros analistas sugerem que o mergulho do Google no mundo dos gadgets seria apenas mais uma forma da empresa criar demanda por seus serviços – que virão instalados, de fábrica, nos eletrônicos. Nesse sentido, um celular seria só mais um canal para a empresa exibir anúncios e ganhar com propaganda. Ainda que não se saiba o objetivo do Google com os anúncios feitos na terça-feira, uma coisa é certa: a empresa se parece, cada vez mais, com a Apple.
Foto: Eric Risberg/AP
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