Apenas 19 financiadores respondem por metade do valor destinado aos partidos
AE
Esses valores são todos de origem privada e calculados após
levantamento que elimina distorções ou eventuais erros cometidos pelas
candidaturas. Somando-se o que vem do Fundo Partidário, cuja origem são
recursos públicos, o dinheiro que circulou até agora nas campanhas
supera R$ 1,138 bilhão. E isso é só o começo. O montante de R$ 1,040
bilhão refere-se ao que foi declarado por candidatos a presidente,
governador, senador e deputado federal e estadual ou distrital até 6 de
setembro. Como se trata de uma prestação de contas parcial, não é
possível comparar com o que foi arrecadado na eleição de quatro anos
atrás.
A concentração das doações é significativa. São quase 29 mil
doadores até agora, mas 2 de cada 3 reais arrecadados pelas campanhas
vieram dos 100 maiores doadores. Sozinho, o maior deles, o Grupo JBS,
doou até agora R$ 113 milhões, ou 11% do total doado. Dona de marcas
como Friboi, Swift e Bertin, o grupo tem outras empresas que também
doaram, como Seara e Flora Higiene-Limpeza.
O PT foi o partido que mais recebeu da JBS: R$ 28,8 milhões - ou 1
de cada 4 reais doado pela empresa. O PSD ficou em segundo lugar, com R$
16 milhões, e o PMDB, em terceiro, com R$ 14 milhões. Entre todos os
candidatos, a maior beneficiada pelas doações da JBS foi a presidente
Dilma Rousseff.
O setor de alimentação tem uma outra grande doadora. O grupo Ambev -
dono de marcas como Brahma, Antarctica e Skol - aparece em quarto lugar
no ranking, com R$ 41,5 milhões doados. O dinheiro foi recebido
principalmente por candidatos e comitês do PMDB (R$ 12 milhões), PT (R$
11 milhões) e PSDB (R$ 8 milhões). O setor financeiro tem duas das 10
maiores doadoras. O grupo Bradesco está em sexto, somando R$ 30 milhões
em contribuições vindas de empresas como Bradesco Vida e Previdência,
Bradesco Saúde e Bradesco Capitalização, entre outras. O conglomerado
deu, até agora, R$ 9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o PT, R$
6,7 milhões para o PMDB e R$ 5,2 milhões para o PSDB.
O banco BTG Pactual e sua administradora de recursos doaram R$ 17
milhões e estão em décimo lugar na classificação geral. PT e PMDB foram
os beneficiários de quase 80% desse dinheiro.
O protagonismo desses dois bancos e a atuação de outras empresas do
setor que costumam colaborar financeiramente com as campanhas políticas
não chega a superar o destaque das empreiteiras na lista de doações
para partidos, comitês e candidaturas. Juntas, as construtoras
contribuíram com quase R$ 300 milhões, ou 30% do total arrecadado até
agora.
Dos dez maiores doadores da atual campanha, cinco são grupos
empresariais que tiveram origem no ramo da construção. São os casos da
OAS (2.º maior), Andrade Gutierrez (5.º lugar), UTC Engenharia (7.º),
Queiroz Galvão (8.º) e Odebrecht (9.º). Os valores foram agregados por
grupo econômico e incluem subsidiárias de outros setores, como energia.
Segunda colocada no ranking dos maiores contribuintes com os
políticos, a Construtora OAS acumula R$ 66,8 milhões em doações. O PT
ficou com quase metade desse dinheiro, ou R$ 32 milhões. O restante foi
dividido entre PMDB, PSDB e PSB, entre outras legendas.
A Andrade Gutierrez doou R$ 33 milhões, divididos quase que
exclusivamente entre PT (R$ 16 milhões) e PSDB (R$ 13 milhões). A UTC
deu R$ 29 milhões (R$ 13 milhões para petistas), a Queiroz Galvão doou
R$ 25 milhões (PMDB recebeu R$ 7 milhões), e o grupo Odebrecht, R$ 23
milhões, principalmente para PT, PSDB e DEM. O terceiro maior doador é
do setor de mineração. O grupo Vale doou cerca de R$ 53 milhões até
agora, por meio de uma série de empresas. Dois partidos se destacam
entre os beneficiários de suas doações: PMDB (R$ 20,6 milhões) e PT (R$
14,5 milhões). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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