6 de jul. de 2010

Melhores e piores são da região

Ministério da Educação divulgou qual foi o resultado da avaliação das escolas públicas de todo o país

A melhor e a pior face da educação do Estado podem ser encontrados nas cidades da Região Central. É o que revelam os dados do Índice de Educação Básica (Ideb) 2009, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) ontem. A escola melhor avaliada no Rio Grande do Sul nas séries finais do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) – e uma das melhores do país – fica na região. Também é daqui a cidade com uma das maiores médias nas séries iniciais (1ª a 4ª). Por outro lado, são nossos os colégios com pior desempenho no exame.

O Ideb é uma avaliação feita pelo Ministério da Educação para medir a qualidade do ensino nacional e traçar metas para melhorá-la. O índice reúne a taxa de aprovação de cada instituição de ensino com as notas das provas de português e matemática que seus alunos obtêm no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e na Prova Brasil. O resultado são notas, de 0 a 10, conferidas para cada escola participante, para cada município e para cada Estado. Nas séries iniciais, o mínimo é 4,6, nas finais, 3,7, e no Ensino Médio, 3,6.

O Colégio Militar de Santa Maria alcançou nota 7,3 no exame das séries finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Isso faz da escola a mais bem avaliada do Estado e a 4ª melhor do país (veja mais na página 9).

– Se a gente observar a lista das 10 melhores escolas do país, há cinco colégios militares. O nosso é o melhor deles – comemora o comandante do Colégio Militar de Santa Maria, coronel Thiovanne Piaggio Cardoso.

Também está em festa a direção da Escola Estadual João Aquino, de Unistalda. Único colégio de Ensino Fundamental completo do município, alcançou nota 6 na mesma avaliação que a instituição militar. É o melhor resultado da região e um dos 30 mais altos do Estado. Santa Maria, apesar do desempenho do Colégio Militar, fica longe do pódio, com média 4.

Nas escolas estaduais Padre Pedro Marcelino Copetti, de Ivorá, e João 23 de São João do Polêsine, o dia ontem foi de reflexão. O Ideb mostrou que ambas não conseguiram atingir a meta mínima do MEC, alcançando nota 2,5. As duas cidades tiveram o pior desempenho de todo o Estado.

– Para nós foi um choque, porque 90% dos nossos alunos conseguiram entrar na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ou no Centro Universitário Franciscano (Unifra), no vestibular – diz a diretora do João 23 Maria de Fátima Giacomini.

Segundo a diretora, a falta de motivação dos alunos para estudar para uma prova que não conta para sua aprovação na escola é um dos motivos da nota baixa. É a mesma alegação da diretora da Padre Pedro, Neide de Almeida. Mas a professora faz uma crítica à avaliação do MEC:

– Temos muitos alunos de inclusão, com necessidades especiais. Eles também fazem a prova, mas têm seus limites. O MEC não leva isso em consideração.

Futuro – Segundo o MEC, 35% das escolas públicas do país ficaram abaixo da meta da séries finais do Ensino Fundamental. Nos anos iniciais, 26% não atingiram o índice. No Nordeste, pelo menos 15 escolas não conseguiram atingir nota 1 no Ideb.

Isso demonstra que o governo federal terá de criar ações mais eficazes de qualificação do ensino e formação dos professores se quiser passar a média 6 – índice dos países desenvolvidos – nas escolas públicas.

TATIANA PY DUTRA

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