A triste realidade é que, com a banalização da corrupção, o povo brasileiro acabou acomodado diante da roubalheira dos políticos, chegando inclusive a achar que essa é uma situação normal. Essa reação é plenamente explicável, pois pode ser percebida em diversas outras circunstâncias, tais como: 1) O médico, que tanto ver sangue, acaba achando normal o ambiente de uma sala de cirurgia; 2) O coveiro, que de tanto enterrar defunto, perde a sensibilidade diante da morte; 3) O ladrão, que tanto ser preso pela polícia, acaba achando que cadeia é algo análogo a colônia de férias; 4) A prostituta, que de tanto fazer sexo por dinheiro, acaba achando que está desempenhando um trabalho absolutamente normal. Entendeu o espírito da coisa? É exatamente isso que acontece com o povo brasileiro em relação aos políticos, tornando-se resiliente diante das safadezas praticadas por seus parlamentares, pois vendo eles ganharem rios de dinheiro, em falcatruas mil, e normalmente saírem livres dos processos que eventualmente enfrentam, além de passar a acreditar na premissa de que "o crime compensa", tornou-se acidamente crítico com qualquer parlamentar que tente ser diferente da maioria, no mais das vezes classificando-os de "abestados". Afinal, a partir da valorização da máxima petista de que os fins justificam os meios, aquele que não enriquece com a atividade política, e não entre nos "esquemões", geralmente tem vida parlamentar curta, o que, infelizmente, consagra o princípio de que políticos são como feijões colocados de molho na água: só os podres sobem...
23 de jun. de 2011
21 de jun. de 2011
Comissão da “Minha Verdade” ou da “Meia” Verdade
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 12 de junho de 2011.
“O Brasil deve ser pensado daqui para a frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes (Recife), em 1966”.
(General Leônidas Pires Gonçalves)
O polêmico Projeto de Lei 737/10, elaborado no governo Lula, trata da criação da Comissão da Verdade. A Comissão tem como objetivo esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos no período revolucionário por parte do Estado. A abertura dos arquivos secretos do período militar mostraria quem foram os facínoras cruéis que mataram, estupraram, mutilaram, roubaram, delataram seus “companheiros”, e levaram a intranquilidade aos cidadãos de bem.
- “Governo tem posição única a favor da Comissão da Verdade”
“Infelizmente, não há como apagar as marcas da humilhação sofridas pelas pessoas que lutaram pela democracia antes de nós, mas se conseguirmos, ao menos, saber o que houve e como ocorreu, já teremos o que dizer, por exemplo, para as futuras gerações, para nossos filhos e para os familiares dos mortos e desaparecidos”. (Maria do Rosário)
Ao defender a pretensa “Comissão da ‘IN’Verdade” a senhora Maria do Rosário inicia sua defesa mentindo “fragorosamente” ao afirmar que os terroristas “lutaram pela democracia”. A dona Maria sabe muito bem que a luta armada não defendia democracia, mas isso não lhe interessa. Felizmente alguns guerrilheiros de outrora, fiéis aos princípios que defenderam, não tentam acobertar a verdade.
Daniel Aarão Reis Filho, ex-guerrilheiro do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), professor titular de História Contemporânea da UFF, foi um dos quarenta presos banidos para a Argélia, em troca do embaixador da Alemanha, por exigência das organizações terroristas que praticaram o sequestro.
“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática”. (O Globo, 23/09/2001)
Leandro Narloch, no seu livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, assevera que:
“A guerrilha provocou o endurecimento do regime militar. É muito repetida a idéia de que os grupos de esquerda decidiram partir para a luta armada porque essa era a única resposta possível à rigidez da ditadura. Na verdade, antes de os militares derrubarem o presidente João Goulart, já havia guerrilheiros planejando ações e se preparando para elas”.
A História irá julgar os passos dessa circense “Comissão da Minha Verdade”, montada com a finalidade de julgar apenas um dos lados. A Comissão tem o intuito de julgar apenas aqueles que por obrigação constitucional tinham e deviam lutar contra a implantação de uma ditadura no nosso país. A dona Maria deixa isso claro quando afirma em entrevista, publicada na edição nº 52 de maio de 2011, ao jornal Tribuna do Advogado, órgão de divulgação da OAB/RJ:
“Não há dois lados. Trata-se de apenas um lado: o lado do Estado, que, por meio das Forças Armadas, torturou e matou trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, camponeses e sindicalistas. É por isso que as gerações atuais e futuras precisam saber que tivemos 21 anos de repressão política em nosso país e que a tortura marcou a vida de milhares de oposicionistas ao regime que lutaram para que hoje nós possamos viver em uma democracia”. (Maria do Rosário)
Dona Maria não menciona, intencionalmente, os crimes cometidos pelos seus sequazes. Acho que nossos corações e mentes devem se voltar para o futuro. A camarilha encastelada no poder precisa, em nome do Brasil, abandonar essa postura nitidamente revanchista que procura, a todo custo, reescrever a história. Será que serão ouvidos os familiares das mais de uma centena de vítimas dos celerados terroristas? Certamente, não, isso não interessa à “Comissão da Minha Verdade”.
– Vítimas dos Terroristas
12/11/64 – Paulo (Vigia – Rj)
27/03/65 – Carlos Argemiro (Sargento do Exército – Pr)
25/07/66 – Edson Régis De (Jornalista – Pe)
25/07/66 – Nelson Gomes (Almirante – Pe)
28/09/66 – Raimundo De Carvalho (Cabo Pm – Go)
24/11/67 – José Gonçalves Conceição (Fazendeiro – Sp)
07/11/68 – Estanislau Ignácio (Civil – Sp)
15/12/67 – Osíris Motta (Bancário – Sp)
10/01/68 – Agostinho F. Lima – (Marinha Mercante – Am)
31/05/68 – Ailton De (Guarda Penitenciário – Rj)
26/06/68 – Mário Kozel (Soldado Do Exército – Sp)
27/06/68 – Nelson (Sargento PM – Rj)
27/06/68 – Noel De Oliveira (Civil – Rj)
01/07/68 – Von Westernhagen (Major Ex. Alemão – Rj)
07/09/68 – Eduardo Custódio (Soldado PM – Sp)
20/09/68 – Antônio Carlos (Soldado PM – Sp)
12/10/68 – Charles Rodney (Capitão do Ex. Usa – Sp)
12/10/68 – Luiz Carlos (Civil – Rj)
25/10/68 – Wenceslau Ramalho (Civil – Rj)
07/01/69 – Alzira B. De Almeida – (Dona de Casa – Rj)
11/01/69 – Edmundo Janot (Lavrador – Rj)
29/01/69 – Cecildes M. de Faria (Inspetor de Pol. – Mg)
29/01/69 – José Antunes Ferreira (Guarda Civil – Mg)
14/04/69 – Francisco Bento (Motorista – Sp)
14/04/69 – Luiz Francisco (Guarda Bancário – Sp)
08/05/69 – José (Investigador De Polícia – Sp)
09/05/69 – Orlando Pinto (Guarda Civil – Sp)
27/05/69 – Naul José (Soldado Pm – Sp)
04/06/69 – Boaventura Rodrigues (Soldado PM – Sp)
22/06/69 – Guido – Natalino A. T. (Soldados PM – Sp)
11/07/69 – Cidelino Palmeiras (Motorista de Táxi – Rj)
24/07/69 – Aparecido dos Santos (Soldado PM – Sp)
20/08/69 – José Santa (Gerente De Banco – Rj)
25/08/69 – Sulamita Campos (Dona De Casa – Pa)
31/08/69 – Mauro Celso (Soldado PM – Ma)
03/09/69 – José Getúlio – João G. (Soldados da PM)
20/09/69 – Samuel (Cobrador de Ônibus – Sp)
22/09/69 – Kurt (Comerciante – Sp)
30/09/69 – Cláudio Ernesto (Agente da PF – Sp)
04/10/69 – Euclídes de Paiva (Guarda Particular – Rj)
06/10/69 – Abelardo Rosa (Soldado PM – Sp)
07/10/69 – Romildo (Soldado PM – Sp)
31/10/69 – Nilson José de Azevedo (Civil – Pe)
04/11/69 – Estela Borges (Investigadora do Dops – Sp)
04/11/69 – Friederich Adolf (Protético – Sp)
07/11/69 – Mauro Celso (Soldado PM – Ma)
14/11/69 – Orlando (Bancário – Sp)
17/11/69 – Joel (Sub-Tenente PM – Rj)
17/12/69 – Joel (Sargento – PM – Rj)
18/12/69 – Elias (Soldado do Exército – Rj)
17/01/70 – José Geraldo Alves Cursino (Sgt PM – Sp)
20/02/70 – Antônio A. Posso Nogueró (Sgt PM – Sp)
11/03/70 – Newton de Oliveira Nascimento
31/03/70 – Joaquim (Investigador de Polícia – Pe)
02/05/70 – João Batista (Guarda de Segurança – Sp)
10/05/70 – Alberto Mendes (1º Tenente PM – Sp)
11/06/70 – Irlando de Moura (Agente da PF – Rj)
15/07/70 – Isidoro (Guarda de Segurança – Sp)
12/08/70 – Benedito (Capitão do Exército – Sp)
19/08/70 – Vagner L. Vitorino (Guarda de Seg. – Rj)
29/08/70 – José Armando (Comerciante – Ce)
14/09/70 – Bertolino Ferreira (Guarda de Seg. – Sp)
21/09/70 – Célio (Soldado PM – Sp)
22/09/70 – Autair (Guarda de Segurança – Rj)
27/10/70 – Walder X. (Sargento da Aeronáutica – Ba)
10/11/70 – José Marques (Civil – Sp)
10/11/70 – Garibaldo (Soldado PM – Sp)
10/12/70 – Hélio de Carvalho (Agente da PF – Rj)
07/01/71 – Marcelo Costa Tavares (Estudante – MG)
12/02/71 – Américo (Soldado PM – Sp)
20/02/71 – Fernando (Comerciário – Rj )
08/03/71 – Djalma Pelucci (Soldado PM – Rj)
24/03/71 – Mateus Levino (Tenente da Fab – Pe)
04/04/71 – José Júlio Toja (Major do Exército – Rj)
07/04/71 – Maria Alice (Empregada Doméstica – Rj)
15/04/71 – Henning Albert (Industrial – Sp)
10/05/71 – Manoel Silva (Soldado PM – Sp)
14/05/71 – Adilson (Artesão – Rj)
09/06/71 – Antônio Lisboa Ceres (Civil – Rj)
01/07/71 – Jaime Pereira (Civil – Rj)
02/09/71 – Gentil Procópio (Motorista de Praça – Pe)
02/09/71 – Gaudêncio – Demerval (Guardas Seg. – Rj)
–/10/71 – Alberto Da Silva (Civil – Rj)
22/10/71 – José (Sub-Oficial da Marinha – Rj)
01/11/71 – Nelson Martinez (Cabo PM – Sp)
10/11/71 – João (Cabo PM – Sp)
22/11/71 – José Amaral (Guarda De Segurança – Rj)
27/11/71 – Eduardo Timóteo (Soldado PM – Rj)
13/12/71 – Hélio F. (G.Seg. – Rj) – Manoel da Silva (Com.) – Francisco B. (Mot.)
18/01/72 – Tomaz P. de Almeida (Sargento PM – Sp)
20/01/72 – Sylas Bispo Feche (Cabo PM – Sp)
25/01/72 – Elzo Ito (Estudante – Sp)
01/02/72 – Iris (Civil – Rio De Janeiro)
05/02/72 – David A. (Marinheiro Inglês – Rj)
15/02/72 – Luzimar Machado De (Soldado PM – Go)
27/02/72 – Napoleão Felipe Bertolane (Civil – Sp)
06/03/72 – Walter César (Comerciante – Sp)
12/03/72 – Manoel (Guarda de Segurança – Sp)
12/03/72 – Aníbal F. de A. (Coronel Exército – Sp)
12/03/73 – Pedro (Capataz da Fazenda Capingo)
08/05/72 – Odilon Cruz (Cabo do Exército – Pa)
02/06/72 – (Sargento PM – Sp)
29/06/72 – João (Mateiro da Região do Araguaia – Pa)
Set/72 – Osmar (Posseiro – Pa)
09/09/72 – Mário Domingos (Detetive Polícia Civil – Rj)
23/09/72 – Mário Abraim Da (2º Sgt do Exército – Pa)
27/09/72 – Sílvio Nunes (Bancário – Rj)
01/10/72 – Luiz Honório (Civil – Rj)
06/10/72 – Severino F. – José I. (Civis – Pe)
21/02/73 – Manoel Henrique (Comerciante – Sp)
22/02/73 – Pedro Américo Mota (Civil – Rio De Janeiro)
25/02/73 – Octávio Gonçalves Moreira (Del. de Pol – Sp)
…/06/73 – Francisco Valdir (Soldado do Exército – Pa)
10/04/74 – Geraldo José (Soldado PM – Sp)
18 de jun. de 2011
16 de jun. de 2011
“Marcha pela Ética”
A esperança é a última que morre...
Qualquer semelhança com algo que já aconteceu no passado é mera coincidência.
Amigos, dependendo de como as coisas acontecerem, pode estar começando, com os fatos que a leitora e amiga do blog Ana relata abaixo, um embrião de movimento dos “indignados” no Brasil – só que, diferentemente do que está ocorrendo na Europa, o estopim não foi constituído por jovens universitários “contra tudo isso que aí está”, mas numa conversa entre duas amigas já na meia idade, revoltadas com a falta de ética em curso no país.
Pode ser o início de algo grande — ou não. Vai depender de os cidadãos concordarem com as premissas do movimento, que é informal e sem líderes, se mobilizarem, colocarem sua indignação em prática, ou continuarem a reclamar sem fazer nada de prático.
Leiam o Post do Leitor de Ana, que inclui, no final, o texto da convocação para o ato de protesto que foi organizado em São Paulo.
No final de maio uma amiga minha postou em sua página do Facebook uma nota reproduzindo notícia segundo a qual o ex-presidenciável tucano José Serra e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) haviam, de público, minimizado a multiplicação escandalosa do patrimônio do ex-chefe da casa Civil da Presidência, Antonio Palocci.
Começamos a trocar mensagens, indignadas, e concluímos que a oposição no Brasil não existe de fato. Fraca, desarticulada… Então a oposição real, somos nós, o povo brasileiro. E, no papo, chegamos também à conclusão de que só ficar assistindo e lendo absurdos e reclamando, reclamando não nos levará a lugar nenhum. Daí propus a ela fazermos algo concreto. O quê? Sei lá, uma manifestação concreta! Um encontro… Quem sabe uma marcha? E assim nasceu a Marcha pela Ética!
Fiz a página, com um desabafo, e convidei uns 60 dos meus amigos. Os que gostam de debater política (já sabia quais eram, em função da campanha presidencial), minha amiga Cida fez o mesmo e – surpresa!! –, em 24 horas tínhamos a adesão de 1.500 pessoas…
Isto foi há uns 15 ou 20 dias e hoje somos vários milhares de membros.
Muito bom, um espaço para desabafar, debater e praticar a cidadania.
E o evento mesmo acontecerá no próximo sábado, dia 18, às 15 horas, no Parque do Povo, aqui em Sampa.
Fiz a página, lançamos a idéia e agora tem que acontecer. Já temos muitas confirmações, mas não sou do ramo, não lidero nada nem arrisco dizer quantas pessoas comparecerão. No ofício que encaminhei à Polícia Militar, solicitando segurança, informei de 200 a 1.000 pessoas pois, realmente, não temos a menor idéia.
E não temos ninguém, nada nos ajudando. Não teremos faixas, nem carro de som, nem nada. Cada um, preferencialmente de branco, levará uma cartolina. Só teremos um megafone e um pódio onde os que quiserem poderão subir e terão uns 30 segundos para manifestar sua indignação.
E fecharemos cantando o Hino Nacional.
Importante: o movimento (como a página) é apartidário, sem ONGs, sem sindicatos e sem políticos. Apenas cidadãos!
Como se trata de um encontro pacífico, pela Ética, acreditamos que poderá atrair muitos cidadãos indignados como nós.
Alguns amigos podem achar que sou maluca, mas acredito firmemente que os brasileiros devem exercitar cidadania. Precisamos parar de reclamar sozinhos para reclamar em bloco. Nada revolucionário, apenas nosso desejo de ver o país e povo serem tratados com mais seriedade, respeito e ética…
Em tempo: O Rio está definindo a data para a Marcha…lá.
E Floripa vai com a ‘marcha’ engrossar o Dia do Basta, dia 02 de julho. É, Setti, o povo tá bravo mesmo!
Agora, o texto da convocatória:
MARCHA PELA ÉTICA!!!
Nós, cidadãos do Brasil, todos os dias somos informados (especialmente pela imprensa escrita) de golpes, conchavos, corrupção, impunidade, injustiças e falta de ética de grande parcela dos políticos do nosso país!
Cansados de apenas reclamar, nos unimos e lançamos (no face) a MARCHA PELA ÉTICA!!!
Movimento pacífico, APARTIDÁRIO, sem ONGS, sem SINDICATOS, sem POLÍTICOS! Apenas CIDADÃOS! Cidadãos INDIGNADOS com fatos como Palocci, Haddad, cartilhas, ortografia, Battisti, Belo Monte, bombeiros… enfim, CIDADÃOS cansados do DESRESPEITO com nosso país, sua cultura, suas riquezas, seu povo…nós!
A Marcha pela Ética acontecerá em São Paulo no sábado, dia 18 de junho, às 15 horas no Parque do Povo, Avenida Henrique Chamma, 590, no bairro do Itaim-Bibi. Aberto a todos!
Será um encontro pacífico e seguro (o 23º Batalhão da PM estará garantindo nossa segurança). Todos preferencialmente de branco … Bandeiras, só brancas…
Vamos juntos manifestar nossa INDIGNAÇÃO. Vamos juntos exigir ÉTICA!!!
O BRASIL unido pela ÉTICA!!!
11 de jun. de 2011
7 de jun. de 2011
Democracia ou ditadura do PT?
02/06/2011 – Reinaldo Azevedo
incompetente de Marta Suplicy no comando do Senado
Vocês querem ver o que faz a soma da ignorância com o autoritarismo?
Abaixo, segue o vídeo em que Marta Suplicy (PT-SP), presidindo uma
sessão do Senado, comporta-se como o feitor numa senzala.
Até Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa, apela para que a
sessão seja suspensa por alguns minutos para tentar restaurar um
mínimo de racionalidade.
Foi inútil. O desastre estava consumado (vejam post das 15h52).
Marta também faz quetão de ser chamada de “presidenta” quando está no
comando do Senado, mas ela mesma não segue o decoro — quem já perdeu o
juízo manteria o decoro, por quê? — ao se referir a seus pares: o
tratamento protocolar é “Vossa Excelência”, não “senhor”.
Frescura? Não interessa. É o código aceito ali.
Marta é uma piada. Notem que ela não tem a menor noção de como funciona a Casa.
Não fosse aquela senhora que secretaria a Mesa, não conseguiria dar
conta nem do andamento burocrático dos trabalhos.
Esta senhora deve acreditar que, para uma mulher ser respeitada na
condução do Senado, tem de se comportar com uma falta de compostura a
que homem nenhum se atreveria.
Isso não é feminismo, não! É só ignorância, autoritarismo e falta de
educação cívica.
Os paulistanos sabem que ela celebrizou esse estilo quando prefeita de
São Paulo. Ela vai tentar de novo.
5 de jun. de 2011
DA GASOLINA AO SHOPPING CENTER
Publicado por Luiz Berto em REPORTAGEM
Os incríveis negócios do senador Romero Jucá com recursos públicos – do posto de combustível de seu filho ao centro construído com dinheiro da Lei Rouanet
O lobista Magela (abaixo, à esq.) diz que o senador Romero Jucá (no alto, à esq.) usou seu nome para comprar carros. Acima, o shopping Paço Alfândega, aberto pela família Jucá com recursos públicos obtidos por meio da Lei Rouanet
Há duas semanas, ÉPOCA acrescentou algumas linhas à extensa ficha do líder do governo – qualquer governo – no Senado, o peemedebista Romero Jucá, parlamentar pernambucano que representa Roraima e mora em Brasília. Entre as principais novidades da reportagem, constavam evidências de que o senador ganhara um apartamento de uma empreiteira, relatos de como ele recorrera a laranjas tanto para abrir empresas quanto para buscar dinheiro vivo com doleiros – e, finalmente, documentos comerciais que demonstravam o inusitado crescimento recente do patrimônio de sua família. Jucá, um espécime raro de político – que aprendeu não só a pairar acima das rivalidades ideológicas entre PT e PSDB, como a lucrar (politicamente) com elas –, não quis falar sobre o assunto.
Apesar do silêncio perante a opinião pública e seus pares, Jucá tratou de desmentir, em nota, o lobista Geraldo Magela, que concedera entrevista a ÉPOCA revelando ilegalidades cometidas ao lado do senador. Jucá mantinha havia anos amizade e negócios com Magela, relação rompida somente no fim de 2009, em razão de um calote estimado por Magela em R$ 3 milhões. Diante da reação de Jucá, o lobista Magela resolveu dar nova entrevista a ÉPOCA. Ratificou o que já dissera e contou outros episódios envolvendo sua convivência com o senador. “Estou ansioso para ser chamado pelos órgãos competentes e mostrar as provas das quais disponho”, diz Magela.
Magela contou que sua proximidade com Jucá era tamanha que, no segundo semestre de 1998, o senador lhe pediu que registrasse dois carros em nome da Pool Comunicações, empresa de Magela. Eram dois Peugeots 206, presentes para os filhos de Jucá. “Não posso aparecer”, disse Jucá, segundo o relato de Magela. Magela aquiesceu e repassou os dados da empresa aos assessores de Jucá. “Dias depois, recebi as notas fiscais na sede da minha empresa. Os carros foram comprados por Álvaro Jucá (irmão do senador) em São Paulo, à vista, e emplacados em Brasília”, afirma Magela. “Como em outros episódios, fui apenas laranja do senador. Não gastei um tostão.” Cerca de um ano e meio depois, Magela afirma ter passado procuração para que os filhos de Jucá vendessem os carros.
Nesse período, enquanto ainda tinham uma relação de absoluta confiança, Jucá teria pedido um estranho favor a Magela: queria usar o telefone e o fax de seu escritório. “Preciso mandar um fax para a Suíça, e só posso fazer isso na sua casa ou em Roraima”, disse Jucá, de acordo com Magela. O senador valeu-se do escritório de Magela em três ocasiões, sempre com o mesmo propósito. Com quem Jucá falava na Suíça? Qual foi o teor dos documentos enviados pelo fax? Jucá não quis responder a ÉPOCA. Magela prefere não fazer ilações: “Deduzi, é claro, que se tratava de um banco. Mas não perguntei, nem ele comentou, naturalmente”.
O Jaguar no qual roda Jucá está em nome do irmão (no destaque). Em Roraima, a gasolina do senador é comprada, com dinheiro público, no posto do filho (foto maior)
Além das negociatas relatadas por Magela, a família Jucá também tocou prósperos negócios com o setor público. Nas últimas semanas, ÉPOCA investigou uma nova história desse segundo tipo de negócio. A família Jucá obteve autorização do Ministério da Cultura para revitalizar, com R$ 3,8 milhões em recursos obtidos por meio da Lei Rouanet, uma área histórica do Recife, em Pernambuco, terra dos Jucás. Uma empresa da família Jucá levantou o dinheiro com estatais e empresas amigas. Em seguida, a mesma empresa da família Jucá repassou a maior parte dos recursos a uma empreiteira cujo dono era sócio do filho do senador – e, com o que sobrou dos investimentos, a família Jucá abriu um shopping center na área.
O negócio da família Jucá começou em 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, em que Jucá também foi líder. Em junho daquele ano, a Alfândega Empreendimentos, empresa oficialmente em nome de Álvaro Jucá, irmão do senador, apresentou o projeto ao Ministério da Cultura. Na documentação entregue à pasta, a que ÉPOCA teve acesso, a empresa prometia revitalizar prédio na área da Alfândega no Recife, construído no século XVIII para abrigar os padres da Ordem de São Felipe, do qual sobravam então apenas ruínas. Pouco antes, a família Jucá conseguira convencer os padres da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia a alugar o terreno. Os Jucás estimaram o projeto em R$ 27 milhões, mas o governo liberou a captação de somente R$ 3,8 milhões pela Lei Rouanet, que permite às empresas abater do Imposto de Renda valores doados a programas culturais.
A iniciativa resultaria num centro de cultura, lazer, gastronomia e varejo que “privilegie a divulgação da história, cultura e da gastronomia locais”, conforme a descrição enviada ao Ministério da Cultura. O tal centro resultou no shopping Paço Alfândega, inaugurado um ano depois, em 2003. Dotado de lojas sofisticadas, o Paço nasceu destinado à elite da capital pernambucana. O shopping foi construído em nome da mesma Alfândega, de Álvaro Jucá. O estacionamento do Paço, além de duas lojas de luxo, foi registrado em nome de Rodrigo Jucá, filho do senador.
Enquanto construía o shopping, a Alfândega, com a autorização do governo em mãos, buscou patrocinadores. Sete empresas se sensibilizaram: Petrobras, Banco do Brasil-DTVM, BMG, Belgo Mineira, AmBev, Souza Cruz e Siemens. Petrobras e BMG foram os maiores doadores. Boa parte das doações aconteceu após a inauguração do shopping, em 2003.
O doador que parece ter confiado mais na palavra da família Jucá foi o banco BMG, que pagou R$ 700 mil à Alfândega dois anos após o término das obras, em maio de 2005, quando Romero Jucá era ministro da Previdência. O maior negócio do BMG, como se descobriu no escândalo do mensalão, era o empréstimo consignado por meio do INSS, órgão subordinado ao Ministério da Previdência. Procuradas por ÉPOCA, algumas empresas negaram quaisquer motivações ilícitas para as doações e outras não se manifestaram.
Onde foi parar o dinheiro doado por essas empresas? A maior parte dos recursos acabou nas contas de duas construtoras: SAM e JAG Empreendimentos. A SAM recebeu R$ 1,8 milhão; a JAG, R$ 984 mil. O dono da SAM se chama Marco Ferraz Junior, é parente de Romero Jucá e sócio de seu filho Rodrigo Jucá numa empresa que administrava a garagem do shopping. E o que diz Ferraz Junior? Que quase não fez obras no shopping. “No Paço Alfândega, fiz apenas pequenos serviços”, afirma.
Quem construiu, afinal, o shopping da família Jucá? A JAG Empreendimentos. “Fomos a principal construtora do shopping”, diz Gustavo Miranda, o dono da construtora. “A SAM não tem nada a ver com essa obra.” A família Jucá não entregou qualquer nota fiscal ao Ministério da Cultura nem foi cobrada quanto a isso até que a reportagem de ÉPOCA alertasse a pasta. Em 2009, por causa das dívidas acumuladas pelo shopping, a família vendeu a maior parte de sua participação no Paço Alfândega. Mas comprometeu-se a restaurar outro prédio na região histórica do Recife: o edifício Chanteclair. Recebeu R$ 490 mil do governo, mas o prédio continua abandonado.
Enquanto o governo não cobra explicações, o senador Romero Jucá roda tranquilo por Brasília a bordo de seu Jaguar prata X-TIPE, modelo 2007. A máquina tem motor 3.0 com potência de 230 cavalos e está avaliada em R$ 100 mil. Há três multas, por excesso de velocidade, atreladas ao carro desde 2009. Elas somam pouco mais de R$ 250. Jucá não parece preocupado em pagá-las. Nem precisa. O carro está em nome da empresa A.J. Consultoria e Participações Limitada, de seu irmão Álvaro Jucá. Jucá também não se preocupa com os gastos para encher o tanque de seus carros em Roraima. Em abril, Jucá declarou ao Senado ter gastado R$ 5.521 para abastecer no Auto Posto Roma. A quem pertence o posto? Ao filho dele, Rodrigo. A família Jucá não tem misericórdia.






