31 de ago. de 2013

Cartes se reúne com Maduro e Dilma em cúpula da Unasul

Relações entre Paraguai e Venezuela estão estremecidas desde o impeachment de Fernando Lugo, em junho do ano passado

Os presidentes Horacio Cartes, do Paraguai, Nicolás Maduro, da Venezuela, e Dilma Rousseff reúnem-se durante cúpula da Unasul em Paramaribo, Suriname
Os presidentes Horacio Cartes, do Paraguai, Nicolás Maduro, da Venezuela, e Dilma Rousseff reúnem-se durante cúpula da Unasul em Paramaribo, Suriname (Roberto Stuckert Filho/Divulgação/Presidência da República)
Uma foto com três mandatários sorridentes foi divulgada depois do encontro entre os presidentes do Paraguai, Horacio Cartes, e da Venezuela, Nicolás Maduro, que teria sido promovida pela presidente Dilma Rousseff, segundo informou o Palácio do Planalto. O encontro ocorreu durante a cúpula da Unasul, realizada em Paramaribo, Suriname.
As declarações depois da reunião não trouxeram muitos detalhes sobre o que foi discutido. Pelo Twitter, Cartes classificou o encontro de “agradável” e completou: “Anseio por uma América integrada”. Anseio que foi destacado em seu discurso na cúpula. “Devemos manifestar, com uma firme vontade política, nosso compromisso de fazer da Unasul um destino comum, aceitando nosso pluralismo político, reafirmando a igualdade jurídica de nossos estados, assim como dos princípios e valores do direito internacional”.
O Paraguai voltou a integrar a União das Nações Sul-americanas depois de ser suspenso devido ao impeachment de Fernando Lugo, em junho do ano passado. O país também foi suspenso do Mercosul, que aproveitou a ausência paraguaia para promover a adesão da Venezuela ao bloco – o Paraguai era o único país que não havia aprovado a entrada.
Em julho, a Venezuela assumiu a presidência temporária do Mercosul, ao mesmo tempo em que foi anunciada que a suspensão ao Paraguai perderia o efeito com a posse do novo presidente. No entanto, Cartes rejeitou uma volta, assinalando que “O mero transcurso de tempo ou decisões políticas posteriores não restabelecem, por si só, o império do direito”. A posse de Cartes ocorreu no dia 15 deste mês, sem que o presidente venezuelano fosse convidado para a cerimônia.
Nesta sexta, Maduro disse que decidiu “virar a página” e estreitar as relações com o Paraguai, segundo a agência de notícias estatal. “Admiramos e amamos profundamente o Paraguai. Se algum paraguaio se sentiu afetado por nossa atuação no ano passado, pedimos compreensão. Viremos a página, pensemos no presente e no futuro”.
Dilma Rousseff, que posou de intermediária da 'reconciliação', disse que a reunião desta sexta foi “muito positiva, muito construtiva”. “Dela, tenho certeza, vão sair boas novidades para o conjunto da América Latina”, ressaltou.
Bolívia – Dilma também se reuniu com o presidente Evo Morales para falar sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil. Depois do encontro, o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, disse que a presidente “demonstrou repúdio ao episódio” e que o caso não vai alterar as relações entre os dois países.
Antes do encontro, Morales voltou a dizer que a Bolívia “jamais considerou” o senador um asilado político. “Era um delinquente que tem que ser julgado pela justiça”. As autoridades bolivianas acusam o parlamentar opositor de corrupção.
Molina deixou a embaixada brasileira em La Paz no último fim de semana, em um carro oficial do governo brasileiro. Ele estava na embaixada havia mais de 450 dias. O senador tentava sair da Bolívia desde que denunciou o envolvimento de importantes políticos do país com o narcotráfico.

30 de ago. de 2013

Satélites e drone ajudaram EUA na caçada a Bin Laden

Documentos secretos divulgados pelo 'Washington Post' trazem novos detalhes sobre operação que terminou com a morte do líder da Al Qaeda

Maquete do esconderijo de Osama bin Laden no Paquistão
Maquete do esconderijo de Osama bin Laden no Paquistão (Anthony Boone / AFP)
Na caçada a Osama bin Laden, no Paquistão, os Estados Unidos guiaram-se por uma série de dados eletrônicos captados por satélites e também por um drone (avião não tripulado). Além disso, a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) conseguiu acesso a diálogos entre integrantes da rede Al Qaeda por meio da interceptação de chamadas telefônicas. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira pelo jornal The Washington Post, com base em documentos secretos vazados pelo ex-técnico da CIA e ex-consultor da NSA Edward Snowden
Analistas da agência conseguiram identificar a localização geográfica de um dos aparelhos telefônicos usados nas comunicações e relacionaram esta informação ao esconderijo em Abbottabad, no norte do país, onde o terrorista estava. Os novos detalhes sobre a caçada a Bin Laden aparecem em arquivos secretos que detalham o planejamento orçamentário da área de inteligência. No documento, a missão é destacada como um exemplo singular de cooperação entre as diferentes agências americanas.
Um braço da NSA conhecido como Grupo de Operações de Acesso Adaptado, que tem a função de instalar equipamentos de espionagem em redes de computadores e telefônicas, também foi envolvido no trabalho. De acordo com os documentos divulgados por Snowden, os ‘implantes’ feitos por esse grupo permitiram à agência coletar informações de celulares usados por membros da Al Qaeda. O trabalho de espionagem do grupo foi útil na captura de quarenta integrantes do Taleban e outros insurgentes no Paquistão, em abril de 2011, um mês antes da captura de Bin Laden.
Satélites e drones – Segundo os dados, satélites captaram quase 400 imagens em alta resolução do esconderijo em Abbottabad – informação que foi “crucial para o planejamento da missão e contribuiu para a decisão de aprovar a operação”.
Além dos satélites, o governo também deslocou secretamente o drone o RQ-170 para o Paquistão com o objetivo de espionar transmissões eletrônicas. A CIA ainda recrutou médicos paquistaneses e outros trabalhadores da área de saúde para obter amostras de sangue dos moradores de Abbottabad como parte de um programa de vacinação para identificar familiares de Bin Laden.
A reportagem lembra que os EUA tiveram de recorrer a todas as ferramentas de seu aparato de vigilância para encontrar o líder da Al Qaeda que, durante mais de uma década, se esforçou em não deixar rastros eletrônicos, evitando telefonemas e trocas de e-mails, limitando suas comunicações a conversas realizadas pessoalmente com um número restrito de intermediários.
Contudo, mesmo com toda a tecnologia utilizada, as agências de inteligência não conseguiram identificar o alvo com precisão. Quando o presidente Obama deu a ordem para o grupo de elite SEAL invadir o local, em maio de 2011, equipes de inteligência avisaram que, na melhor das hipóteses, a probabilidade de Bin Laden estar na casa fortificada era de 60%.
Depois da morte do terrorista, no entanto, os EUA mantiveram a campanha em busca de informações secretas de Bin Laden. As agências aplicaram 2,5 milhões de dólares em recursos emergenciais em setembro de 2011 para examinar arquivos de computador e outras provas recolhidas no esconderijo do chefe da Al Qaeda. O dinheiro foi usado, entre outras coisas, para comprar estações de trabalho e pagar hora extra a peritos, linguistas e funcionários de triagem envolvidos no projeto. 

29 de ago. de 2013

No ABC, Lula diz ser 'abominável' protesto contra médicos

Ex-presidente participou, com Dirceu e Delúbio, de festa da CUT.
Ele disse esperar que o Brasil exporte inteligência 'como os cubanos'.

Roney Domingos Do G1 SP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (29) que considera 'abominável' a manifestação contra participantes do programa federal Mais Médicos. Ele deu a declaração em um evento em São Bernardo do Campo para comemoração dos 30 anos de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Lula fala em evento da CUT. (Foto: Roney Domingos/G1)Lula fala em evento da CUT nesta quarta-feira.
(Foto: Roney Domingos/G1)
Lula disse esperar que, com a destinação de recursos da exploração de petróleo para educação, o Brasil pare de ser apenas exportador de commodities "e passe a exportar inteligência como os cubanos fizeram conosco, exportando médicos para atender o povo pobre desse país." Em seguida, emendou:  "Eu acho abominável um grupo de pessoas fazer protestos contra profissionais de outros países que fizeram um favor para nós de vir aqui ao Brasil cobrir os lugares que os médicos brasileiros não querem ir. Eu quero de público dizer que sou totalmente solidário à [presidente] Dilma e ao [ministro da Saúde, Alexandre ] Padilha  pela coragem que tiveram de trazer os médicos para o Brasil."
No evento, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foram homenageados pelo presidente da CUT, Vagner Freitas. Lula  admitiu que o crescimento do PIB não é o que se espera e disse ter certeza de que a inflação não vai voltar.  O ex-presidente disse aos sindicalistas ofuscados pelas manifestações de rua de junho que eles não devem desanimar e sugeriu que eles façam mais reivindicações.
PIB
Ao falar sobre o ritmo de crescimento da economia, Lula disse ver um  certo baixo astral nas pessoas. "´É verdade que o PIB (Produto Interno Bruto) não está crescendo o tanto que a gente queria. Não é nem o pibão, nem o pibinho, é o PIB, que não vai chegar a tanto, mas também não vai ser tão vergonhoso quanto o dos países ricos", disse Lula. O ex-presidente ressaltou que o Brasil continua com o menor nível de desemprego da história e garantiu que a inflação não voltará. "Esse país, a presidente pode garantir, vai acontecer, a inflação não volta", afirmou.
Manifestações
Lula  abordou as reivindicações por investimentos sociais que se contrapõem aos gastos com a Copa do Mundo de 2014. "As pessoas querem padrão Fifa. Nós fizemos estádios, se gastou dinheiro para fazer estádios. É  justo que o preço da entrada possa caber um trabalhador pobre lá dentro. Não é uma coisa para rico. Porque alguns jogos que nós vimos aí não tinha nem negro. Eram só louros dos olhos azuis. Eu  também quero padrão Fifa. O povo quer saúde e educação padrão Fifa, eu acho ótimo. Duro é se esse povo tivesse na miséria de 20 anos atrás que não tinha força para desejar as coisas que eles estão desejando", afirmou.
Bolívia
Lula apontou avanços  na América Latina nos últimos 12 anos e citou o presidente da Bolívia, Evo Morales. "Nós estamos vendo um índio na Bolívia fazer mais do que os governantes de olhos verdes que governaram a Bolívia durante muito tempo", disse Lula. O presidente boliviano cobra do governo brasileiro a 'devolução' do senador oposicionista Roger Pinto Molina.
Homenagem
O presidente da CUT,  Vagner Freitas, homenageou o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão.
"Cumprimentar especialmente dois companheiros aqui presentes e que iluminam a militância cutista a continuar de cabeça erguida, lutando para transformar o Brasil e que não têm medo de fazer política e de sair na rua de cabeça erguida para dizer: ' nós mudamos o Brasil'. Zé e Delúbio, orgulho enorme que nós temos de vocês", afirmou.
O ex-presidente agradeceu aos sindicalistas pelo apoio que recebeu no que afirma ter sido o momento mais difícil de seu governo, quando em sinal de apoio foi criada o bordão "Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo."
"Isso colocou muita gente de orelha em pé e por causa disso eles não ousaram dar um passo adiante. A história do Brasil é cheia de sobressaltos. É cheia de momentos em que parece estar tudo tranquilo no país e aparece meia dúzia de engraçadinhos, resolve dizer que não está bom e daqui a pouco estão dando golpe. Nós estamos escaldados  e a CUT é na verdade uma das instituições que não só ajudou a construir, mas continua sendo uma das instituições guardiãs da democracia nesse país."

28 de ago. de 2013

Falta 'traquejo' e 'humildade' ao governo Dilma, diz Campos

No Programa do Ratinho, governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência disse temer a volta da inflação e pediu mais diálogo à presidente

Felipe Frazão
O governador de Pernambuco Eduardo Campos participa do Programa do Ratinho no SBT nesta terça-feira (27/08/2013)
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participa do Programa do Ratinho, no SBT (Gabriela Biló/Futurapress)
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível candidato à Presidência nas eleições do ano que vem, disse nesta terça-feira que falta humildade e traquejo político ao governo da presidente Dilma Rousseff. Campos também afirmou que todos os candidatos têm chance de vitória nas eleições de 2014.
“Eu tenho muito respeito por Dilma, uma pessoa honrada, mas acho que às vezes a falta de traquejo político, de diálogo, é percebida pelos prefeitos e governadores. Acho que o governo precisa dialogar mais, ter humildade. Governar é um gesto de humildade. É construir consenso”, disse Campos, que gravou nesta terça-feira participação no Programa do Ratinho, do SBT.
Na entrevista, o governador também atacou a política econômica do governo Dilma. “Eu tenho medo da volta da inflação. Temos de ter cuidado. A inflação é um germe perigoso”, disse. Ele defendeu, no entanto, os programas federais Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos. “Tem que chamar médico de onde vier”, disse.
Corrida - Campos disse ser difícil apontar alguém sem chances de vencer atualmente. “Eu acho que todos podem estar dentro. A eleição não está definida. O quadro econômico e o quadro dos partidos ainda não estão definidos. Tem muita gente falando em trocar de partido. Esse movimento [de manifestações nas ruas] vai ter influência sobre 2014. A eleição está completamente em aberto, está zerada.”
O governador evitou, no entanto, assumir a pré-candidatura e voltou a dizer que o lançamento de candidato próprio do PSB "será decidido no ano que vem". Para ele no entanto, é "natural" que militantes divulguem seu nome, porque o calendário eleitoral começa agora em setembro.
"O partido sabe qual é o tamanho da minha disposição. A confiança da base partidária eu sei que tenho, agora mais que disposição eu tenho responsabilidade. Sei a situação que o país vive e que a gente precisa ter muita responsabilidade com o futuro do país. Tudo o que construímos nos últimos 30 anos, democracia, estabilidade e um olhar sobre a desigualdade, não pode ser colocado em risco por ambição de quem quer que seja."

27 de ago. de 2013

Visita de Dilma ao Congresso demonstra humildade e atenção, afirmam parlamentares

Encontro ocorre no momento em que deputados e senadores têm pauta carregada de temas polêmicos

Agência Brasil
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Acompanhada por 11 ministros, sendo oito mulheres, a presidenta Dilma Rousseff participou hoje (27) de sessão solene do Congresso Nacional em homenagem aos sete anos da Lei Maria da Penha. Na solenidade, a presidenta também recebeu o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher.

Desde que assumiu a Presidência da República, esta foi a quarta vez que Dilma foi ao Congresso Nacional. A visita ocorre em um momento em que deputados e senadores têm uma pauta carregada de temas polêmicos e importantes para votar. Em um plenário lotado de parlamentares da base governista, representantes de entidades feministas e do Judiciário, a presença da presidenta foi vista como mais um gesto de aproximação com o Legislativo.

“A sua visita muito nos honra. Venha mais vezes nos visitar, a democracia se fortalece”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL) também agradeceu a presença da presidenta no Parlamento e destacou que, apesar de qualquer diferença política, deputados e senadores já demostraram e, segundo ele, vão continuar demostrando que o Brasil está acima de disputas políticas e partidárias. “Sua presença aqui, por vontade e iniciativa próprias, é a enfática demonstração de respeito ao Legislativo e devoção à democracia e de pendor pelo diálogo com os demais poderes da República.”

Renan enfatizou que o Congresso “sabe reconhecer gestos de humildade e atenção”, por isso, está permanentemente aberto à interação com o Executivo e o Judiciário por um Brasil mais justo e igualitário.

Ele destacou que serão votados, ainda nesta semana, 13 projetos de lei e um de resolução do Senado que tratam de temas de interesse da mulher. Na lista, há sete projetos apresentados como resultado do relatório final da CPMI que vão a votação em segundo turno hoje.

O principal projeto (PLS 292/2013) define o crime de feminicídio como uma "forma extrema de violência de gênero que resulta na morte da mulher". Pela proposta, o crime pode ser configurado em três situações: quando há relação íntima (de afeto ou parentesco) entre vítima e agressor, quando há qualquer tipo de violência sexual e quando há mutilação ou desfiguração da vítima.

Também estão na pauta da semana os projetos de lei 293, que classifica a violência doméstica de crime de tortura; o 295, que prevê atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS); o 296, que permite às vítimas receber ajuda temporária da Previdência; o 298, que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres; o 297, que destina parte dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional à manutenção de casas de abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica; e a 294, que exige rapidez na análise da prisão preventiva para os agressores.

Depois de aprovadas pelo plenário do Senado, os projetos seguem para a Câmara dos Deputados.

26 de ago. de 2013

Alta tecnologia em protestos

Faixas e cartazes dão lugar a computador portátil, projetores e geradores nas manifestações

O Dia
Rio - No lugar de cartazes e faixas, notebooks, projetores e geradores. Em vez de gritos de ordem, a arte em imagem e texto. Essa foi a forma encontrada pelo ‘Coletivo Projetação’, grupo criado em julho por amigos para mostrar quais as pautas dos protestos que tomam conta das ruas do Rio. As telas são variadas: a fachada da Câmara Municipal, da 9ª DP (Catete) e até banheiros químicos. São espaços onde a ideia é ‘criar uma forma de ação política e chamar as pessoas para debater’, como explica Isabel Levy, uma das participantes do projeto.
Isabel Levy, 29 anos, Beatriz Gregório, 30, e Marcela Leite, 27, da esq. para a dir., projetam mensagem na fachada da Câmara dos Vereadores, sexta-feira
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O tema e a forma das projeções são variados. Para falar do sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, e dos 10 mortos numa operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Maré, foi apresentada uma poesia. Numa brincadeira com as palavras, projetaram ‘Amar é, A Maré, Amarildo’ num prédio no Leblon.
Em manifestação na porta da casa do prefeito Eduardo Paes, na Estrada da Gávea Pequena, imagem criticava o recorde de remoções alcançado na sua administração, como O DIA mostrou em maio.

“Criamos o conteúdo com cuidado, após pesquisar em diversos locais. Também somos uma forma de mídia, para mostrar dados e fatos que são negligenciados”, afirmou Isabel Levy.

“A projeção é um recurso para quebrar essa ideia de que não existem pautas definidas nas manifestações”, indica Marcela Leite, outra integrante. O advogado João Tristão, 74, não conhecia o trabalho do grupo e elogiou a iniciativa. “Estou muito impressionado, é uma ótima forma de ação. Falta só explicar as pautas para o grande público”, concluiu.
“Nossa forma de arte não existiria se não fosse o momento político que a cidade está passando”, afirmou Beatriz Gregório, enquanto ajudava na preparação da ação. “Projetar imagens não é só luz numa tela. É o que projetamos para o futuro da política da cidade”, explicou Marcela.
Projeto organiza aulas de professora e juiz no Leblon

Com a ajuda de redes sociais na internet, como o Facebook, o grupo possui 20 integrantes e conta com vários colaboradores. Além da presença em protestos, eles têm organizado atividades para além da projeção de imagens.

Na última semana, usou seu equipamento para promover uma aula-debate sobre democracia com a professora Juliana Cesário Alvim, da Uerj, realizada num acampamento montado na Praia do Leblon, em frente à rua onde mora o governador Sérgio Cabral.

Na ocasião, o juiz João Batista Damasceno se propôs a dar uma aula sobre como os manifestantes podem se defender de possíveis abusos policiais.

“Nós nunca tivemos problemas com a PM. Certa vez, um policial nos pediu que mudássemos o local da nossa projeção, no Leblon, mas porque, de onde ele estava, não conseguia ver as imagens”, conta Isabel, contou Marcela Leite.

25 de ago. de 2013

No Alemão, regiões estão à margem da pacificação

Localidades dos morros do Alemão, Nova Brasília e Fazendinha ainda convivem com a circulação diária de traficantes. Em duas delas, tiroteios seguem causando pânico

Maria Inez Magalhães
Rio - Os seguidos episódios de violência protagonizados por criminosos no Complexo do Alemão têm deixado a população local em estado de alerta e amedrontada. E também serviram para comprovar que, mesmo com a existência de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no conjunto de favelas, traficantes voltaram a circular impunemente e, de forma velada ou não, ainda ditam regras. Com ajuda de moradores e da própria polícia, O DIA mapeou as seis áreas mais críticas na região.
No ataque que matou a soldado Fabiana, em julho de 2012, um dos tiros atingiu vidraça na UPP da Nova Brasília
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
No Morro do Alemão, a Pedra do Sapo é a principal delas: ali, criminosos continuam vendendo drogas e afrontando constantemente a política de pacificação. O Areal é outra localidade dominada pelo tráfico. Segundo policiais, há constantes tiroteios com traficantes nos dois pontos.
“Os bandidos só tiraram as armas pesadas da nossa vista, porque o resto está tudo igual. Os olheiros continuam nos vigiando. A gente nem pode conversar com estranhos”, disse uma mulher, que pediu para não ser identificada.

“Há muitos furtos aqui”, reclamou um comerciante.

Na Favela Nova Brasília, as regiões do Chuveirinho e Praça do Samba são as mais críticas, mas, segundo a polícia, ali os confrontos cessaram e há apenas tráfico. Foi na UPP da Nova Brasília que, há pouco mais de um ano, a soldado Fabiana Aparecida de Souza foi morta durante tiroteio.
Ainda no Complexo do Alemão, na Favela da Fazendinha, o tráfico permanece atuante nas áreas da Casinhas e Zona do Medo. A polícia frisa que nessas áreas não há mais confrontos.
Foto:  Arte: O Dia
No vizinho Complexo da Penha, as comunidades da Vila Cruzeiro e do Parque Proletário são as áreas que ainda apresentam problemas, segundo policiais lotados nas UPPs da região. A Vacaria, um dos acessos à Vila Cruzeiro, é a pior delas, embora a polícia garanta que ali não haja mais confronto, “apenas” tráfico.
De acordo com a Secretaria de Segurança, “o balanço das UPPs é positivo”. “Não é um projeto pronto e acabado, pois precisa ser constantemente avaliado e ajustado. Cada comunidade tem uma característica, e a prática tem mostrado que o planejamento de Inteligência é fundamental para o sucesso de uma UPP’.
Balas perdidas, mortes e luto forçado
Tiroteios durante a noite, casos de balas perdidas, mortes, além de escolas e lojas fechadas num luto forçado. Com uma frequência mais habitual do que o morador da região esperava, esse panorama domina os complexos da Alemão e Penha. Outros casos que ganharam repercussão nacional foram os quatro ataques a sedes das ONG AfroReggae, que chegou a fechar as portas nos complexos.

No Parque Proletário, Penha, moradores fizeram críticas aos PMs lotados na favela: “A gente não pode mais andar livremente porque é sempre abordado. Mandam a gente até tirar a roupa”, denunciou um morador.

A PM, em nota oficial, afirmou que traficantes passaram a adotar códigos. Um deles: para atrair usuários e despistar a polícia, bandidos usam a aba do boné virada para o lado e oferecem cigarro com maço na mão a ‘clientes em potencial’.

Sobre investigações do tráfico após a pacificação, a Polícia Civil informou que, inicialmente, inquérito da 22ª DP (Penha) indiciou 13 pessoas e oito acabaram presas. Outros 14 procedimentos foram instaurados, 13 deles resultando em prisão de um ou mais bandidos.
Instalação de UPP na Maré, um desafio
Os constantes confrontos nos complexos da Penha e Alemão têm levado a PM a tentar reformular o modelo das Unidades de Polícia Pacificadora para áreas extensas. O novo projeto contemplaria a Maré, que está na lista para região a receber uma UPP.

No entanto, as adaptações ao projeto original estariam encontrando resistência do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que não quer mexer na estrutura, aplicada nas já implantadas 33 unidades. Essa discussão seria um dos motivos de um atraso do início do processo de pacificação da Maré.

O planejamento da ocupação da Maré começou há um ano. Tomar o território não será missão fácil. A região é formada por 15 favelas, dominadas por duas facções criminosas e um grupo miliciano. A área é um dos maiores redutos de venda de drogas e concentra boa parte das quadrilhas de roubos nas vias expressas do Rio. Deverão ser instaladas três UPPs, com 1.600 homens. O efetivo é o maior empregado em favelas e equivale a três batalhões.
Para especialista no Alemão e na Penha, só sobrou a PM patrulhando
Especialistas em temas ligados à segurança e violência são unânimes em afirmar que as UPPs de um modo geral, principalmente as localizadas em grandes áreas territoriais, têm que passar a ser tratadas como um modelo integrado de governo, de segurança pública, e não apenas como um projeto da Polícia Militar.

“No Alemão e na Penha, após o controle territorial, só sobrou a PM patrulhando. Tem que haver integração com setores de inteligência de segurança em geral, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, entre outros, que, unidos, poderão dar pronta resposta em caso de necessidade e prevenir conflitos. Cadê essas forças? Só a PM não fará o verão da pacificação”, diz a antropóloga e cientista política Jacqueline Muniz, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) da Universidade Cândido Mendes.

Para Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), consultor e especialista em negociação de conflitos, o estado não pode recuar no processo de pacificação, mas concorda com Jacqueline. “Só a PM atuando em áreas que voltaram a ter confrontos, me preocupa. Assim, a pacificação não produzirá os efeitos esperados a longo prazo”, alerta. “Falta também mais investigação por parte da Polícia Civil e prisões dos criminosos que tentam recuperar uma das regiões mais lucrativas do tráfico no Rio”.

Para o professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, a pacificação do Alemão “está no meio do caminho”. Segundo ele, a maioria dos moradores dos dois complexos ainda não confia na polícia e por isso continua obedecendo ordens de traficantes da região. “A população se sente entre a cruz e a espada”. (Francisco Edson Alves)

24 de ago. de 2013

Colômbia ordena volta de grupo que negociava com as Farc

Narcoguerrilha pediu “pausa” em diálogo de paz e presidente Santos não gostou: "Retomaremos as conversas quando considerarmos apropriado"

Os negociadores das Farc no processo de paz com a Colômbia Ricardo Tellez (esq), Pablo Catatumbo e Ivan Marquez
Os negociadores das Farc no processo de paz com a Colômbia Ricardo Tellez (esq), Pablo Catatumbo e Ivan Marquez (Enrique de la Osa/Reuters)
A mais recente tentativa do governo colombiano de se conseguir um acordo de paz com a narcoguerrilha das Farc ficou mais perto, nesta sexta-feira, de terminar como as anteriores: em nada. O presidente Juan Manuel Santos ordenou que a equipe de negociação do governo deixasse Cuba, local das reuniões, e retornasse imediatamente ao país. A decisão foi tomada depois de as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciarem que fariam “uma pausa" nos diálogos.
“Neste processo, quem decreta pausas e impõe condições não são as Farc”, disse o mandatário a jornalistas. "Desta forma, tomei a decisão de chamar os negociadores para que venham imediatamente para cá avaliar o alcance deste comunicado. Retomaremos as conversações quando considerarmos apropriado”. Pouco antes de anunciar sua decisão, o presidente havia declarado que “a paciência do povo colombiano tem limite”, mas, em um tom mais brando, havia considerado “legítima” a decisão das Farc.
As declarações foram uma reação ao anúncio das Farc. A narcoguerrilha afirmou que iria interromper a negociação de paz para analisar uma proposta do governo que prevê submeter à consulta popular um eventual acordo que coloque fim ao conflito armado. O grupo reiterou que o melhor mecanismo para referendar um eventual acordo é criar uma Assembleia Constituinte, que seria o caminho “para alcançar um verdadeiro tratado de paz, justo e vinculante”.
A proposta apresentada pelo presidente ao Legislativo prevê que o acordo de paz, se chegar a ser assinado, deve passar pelo crivo da população colombiana em data que coincida com as eleições legislativas de março ou com as eleições presidenciais de maio do ano que vem. Desta forma, o governo também está tentando estabelecer um prazo para o fim das negociações – algo que os terroristas queriam evitar.
Há um ano, Santos confirmava que seu governo iniciaria as negociações com as Farc, que começaram, de fato, em novembro, em Havana, tendo como fiadores Cuba, Noruega, Venezuela e Chile. Nesta semana, as conversações tinham entrado na 13ª rodada, tendo como foco a participação política do grupo terrorista, o segundo dos cinco pontos da agenda acordada entre as partes.
O governo de Santos iniciou o diálogo dez anos depois do fracasso das últimas negociações de paz. Belisario Betancour tentou, César Gaviria também, e mais uma vez, Andrés Pastrana. Nada fez com que as Farc deixassem de praticar suas atividades criminosas. Entre Pastrana e Santos, o governo de Álvaro Uribe comandou uma bem-sucedida política de segurança, com o apoio dos Estados Unidos e sempre tratando as Farc e outros grupos como organizações criminosas.
No atual processo, os dois lados chegaram a anunciar um acordo sobre o primeiro item da lista, a questão agrária. Com outros itens complicados ainda a serem discutidos – incluindo o fim do conflito armado e a questão do narcotráfico – fica difícil esperar que o governo colombiano consiga desmobilizar completamente a guerrilha. Até porque, as drogas rendem 3 bilhões de dólares por ano às Farc, que dificilmente largariam algo tão lucrativo.

23 de ago. de 2013

Em julgamento, chinês Bo Xilai se diz vítima de armação

Ex-líder do PCC em Chongqing enfrenta maior julgamento em décadas na China

O primeiro dia de julgamento de Bo Xilai já foi encerrado, mas deve continuar na sexta-feira
O primeiro dia de julgamento de Bo Xilai já foi encerrado, mas deve continuar na sexta-feira (Reuters)
O ex-chefe do Partido Comunista da China (PCC) na cidade de Chongqing, Bo Xilai, disse em seu julgamento nesta quinta-feira que é vítima de uma armação em uma das acusações de corrupção que pesam contra ele. O primeiro dia de julgamento já foi encerrado, mas deve continuar na sexta-feira. A sentença, no entanto, só deve ser divulgada em setembro.
Bo Xilai, de 64 anos, é acusado de ter recebido subornos de quase 27 milhões de iuanes (oito mihões de reais), além de cometer corrupção ativa e abuso de poder. A expectativa é de que ele seja condenado.
No entanto, ele se mostrou desafiador nesta quinta e disse que admitiu ter recebido subornos contra sua vontade em um interrogatório. "Com relação à questão de Tang Xiaolin me dar dinheiro três vezes, eu certa vez admiti isso contra minha vontade durante a investigação da Comissão Central de Inspeção Disciplinar contra mim", disse Bo, referindo-se ao principal órgão disciplinar do partido. "Estou disposto a arcar com as responsabilidades legais, mas na época não sabia das circunstâncias dessas questões: minha mente estava em branco."
A acusação de abuso de poder contra Bo diz respeito a um caso de assassinato envolvendo sua mulher, Gu Kailai, que foi condenada pelo assassinato em 2011 do empresário britânico Neil Heywood, um parceiro de negócios e amigo da família. Bo tentou acobertar o caso. Ele também desviou cinco milhões de iuanes de um projeto do governo na cidade de Dalian, onde atuou como prefeito, de acordo com o tribunal.
Audiência - Em tom muito sério, Bo - bem barbeado, vestindo camisa branca de manga comprida e com o cabelo ainda aparentemente tingido de preto - se colocou em pé, sem algemas, e se manteve com as mãos cruzadas à sua frente, sob escolta de dois policiais, como mostraram imagens da TV estatal.
A imprensa estrangeira não pôde assistir ao julgamento, e as declarações dele foram transmitidas pelo microblog oficial do tribunal, o que indica que podem ter sido editadas. Mesmo assim, a transcrição oferecida pela corte marca um grau de abertura inédito em um julgamento na China.
Contudo, observadores dizem que ele pode ter feito um acordo com as autoridades, a fim de demonstrar que estaria recebendo um julgamento justo, em troca de uma sentença pré-arranjada. "O resultado já foi decidido. Já há provavelmente um acordo entre Bo e o partido quanto ao resultado", disse Nicholas Bequelin, pesquisador da ONG de Nova York Human Rights Watch.
Política - Bo pertencia a uma ala mais à esquerda do partido, que se opõe ao viés capitalista adotado pela liderança chinesa nas últimas décadas. Sua queda expôs divisões dentro do regime comunista e na própria sociedade chinesa.
O réu chegou a ser uma estrela em ascendente no Partido Comunista, e candidato a um cargo no alto escalão. Seu julgamento na cidade de Jinan (leste) marca o apogeu do maior escândalo político no país desde a deposição da Camarilha dos Quatro, no final da Revolução Cultural, em 1976.

22 de ago. de 2013

Bo Xilai: começa o maior julgamento em décadas na China

Caso em que ex-dirigente do PC chinês é acusado de corrupção e abuso de poder é visto como um grande teatro político para enquadrar político ambicioso

Após 18 meses sem ser visto em público, Bo Xilai aparece no tribunal para ser julgado
Após 18 meses sem ser visto em público, Bo Xilai aparece no tribunal para ser julgado (AFP)

O julgamento do ex-dirigente político chinês Bo Xilai por corrupção e abuso de poder começou na manhã desta quinta-feira no Tribunal Intermediário da cidade de Jinan, na China. A corte confirmou o início da sessão em sua conta no Weibo, similar chinês do Twitter. Um forte dispositivo de segurança cerca o tribunal e o acesso às ruas próximas ao edifício foi fechado. Bo é o protagonista do maior escândalo político em décadas na China, desde o protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen), em 1989. Ele enfrenta as acusações de suborno, desvio de dinheiro e abuso de poder.
Durante sua defesa, o ex-dirigente negou ter recebido suborno do empresário Tang Xiaolin, como é acusado no processo. Em um novo comunicado publicado no Weibo, o Tribunal Intermediário de Jinan indicou que Bo, que já havia confessado o crime antes da acusação, declarou ter admitido a conduta "sem querer".
"Não é verdade que Tang me deu dinheiro três vezes", como figura na folha de acusações, assinalou Bo na transcrição divulgada pelo tribunal. "Admiti sem querer a acusação de aceitar três vezes dinheiro durante o processo de investigação do Comitê de Disciplina Interna do Partido Comunista. Disse que queria assumir a responsabilidade legal, mas, na ocasião, minha mente estava em branco e desconhecia os detalhes", explicou Bo no texto divulgado.
Em um texto prévio, também divulgado através da conta do tribunal no Weibo, Bo Xilai afirmou que esperava que "os juízes pudessem realizar o julgamento de uma maneira razoável e justa, dentro dos procedimentos legais do país".
A previsão é que a audiência, presidida pelo juiz Wang Xuguang, dure dois dias, mas o veredicto contra o ex-secretário-geral do Partido Comunista chinês na cidade de Chongqing, uma das maiores da China, não será conhecido antes de setembro, segundo o canal estatal CFTV. Foi permitido o acesso à galeria pública do tribunal a 110 pessoas, entre elas cinco membros da família de Bo, de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua.
Até março do ano passado, Bo era visto como forte candidato para chegar ao Executivo central chinês, mas acabou no banco dos réus como consequência do escândalo surgido após a morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro de 2011.
Teatro – Na opinião de muitos analistas, no entanto, por trás do processo contra ele está um grande teatro político no qual os dirigentes comunistas buscam demonstrar como lidam com integrantes do partido ambiciosos e que julgam poder ascender na hierarquia estatal com luz própria – Bo se destacou em sua província por obter grande crescimento econômico com investimento estatal e por defender ideias políticas inspiradas no líder comunista Mao Tsé-Tung, como a valorização da "cultura vermelha" baseada na Revolução Cultural e a perseguição a símbolos do Ocidente.
Como há tempos o Partido Comunista flexibilizou a economia e adotou práticas de mercado, deixando questões ideológicas no âmbito interno, o discurso de Bo Xilai não convinha à China moderna. Além disso, sua crescente popularidade passou a ser vista como um incômodo na cúpula do poder.
Ao ter seu nome envolvido em denúncias de suborno – foi acusado de receber o equivalente a 8 milhões de reais em propina de um dos homens mais ricos da China, Xu Ming, e do também empresário Tang Xiaolin –, Bo Xilai caiu em desgraça, perdendo cargos e prestígio até ir parar atrás das grades. Antes da aparição desta quinta-feira no tribunal, ele não era visto em público há 18 meses. 
O caso – Em fevereiro de 2012, o braço direito de Bo, Wang Lijun, que cumpre 15 anos de prisão por sua participação no caso, detonou o escândalo ao buscar asilo em um consulado americano e revelar o envolvimento da esposa de Bo, Gu Kailai, na morte do britânico Neil Heywood, ocorrida em 2011 e atribuída até então a um ataque cardíaco causado pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. Após a delação de Wang, ela foi acusada de encomendar o assassinato de Heywood por ter se desentendido com ele em negócios nos quais eram parceiros.
A partir daí, eclodiram as acusações pelas quais Bo é julgado agora. O político, contudo, começou a ser defenestrado antes: foi destituído do cargo de secretário-geral de Chongqing em março do ano passado e expulso do Partido Comunista em novembro. Sua mulher, Gu, julgada em agosto do mesmo ano, foi sentenciada à pena de morte suspensa, punição que na China é transformada em prisão perpétua após dois anos de bom comportamento.

21 de ago. de 2013

Síria- Ataque com armas químicas mata centenas, diz oposição

Rebeldes relatam mais de 600 mortos em bombardeio com gás asfixiante na periferia da capital Damasco. Na TV, regime do ditador Bashar Assad nega

Oposição síria divulgou imagens dos mortos em suposto ataque do Exército com armas químicas
Oposição síria divulgou imagens dos mortos em suposto ataque do Exército com armas químicas (AFP)
Grupos de oposição ao governo da Síria, como o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os Comitês de Coordenação Local e a Comissão Geral da Revolução Síria, denunciaram nesta quarta-feira que pelo menos 650 pessoas, entre elas crianças e até bebês, morreram em um ataque com armas químicas em regiões da periferia de Damasco. Por causa das restrições impostas pelo governo ao trabalho de jornalistas na guerra civil da Síria, a informação não pôde ser confirmada por fontes independentes. Citando informações dos grupos opositores, a rede britânica BBC informa que foguetes contendo agentes tóxicos atingiram os subúrbios de Al Guta, próximos à capital, nesta manhã.
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, exigiu que o governo sírio libere imediatamente o acesso dos investigadores da ONU à região e afirmou que a Grã-Bretanha vai levar a questão às Nações Unidas. Se confirmados, os ataques marcam "uma escalada chocante no uso de armas químicas na Síria", afirmou Hague.
As organizações rebeldes divulgaram vídeos em que diversos corpos aparecem amontoados, sem sinal aparente de sangue ou ferimentos. As imagens, porém, não mostram danos materiais em ruas ou prédios. Poucas horas depois da acusação dos oposicionistas, o regime do ditador Bashar Assad negou o ataque, em comunicado transmitido pela TV estatal.

Entenda o caso


  1. • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
  3. • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
  4. • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
 
Sediado em Londres, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, possui uma ampla rede de ativistas no país em conflito e assinalou que o Exército sírio lançou durante a madrugada um bombardeio com gases tóxicos asfixiantes nas regiões de Al Guta e Muadamiya al Sham. A operação, além de deixar centenas de feridos, teria matada ao menos 650 pessoas, segundo a Comissão Geral da Revolução Síria relatou à rede Al Arabiya.
Os grupos oposicionistas pediram à missão da ONU que investiga o uso de armas químicas em território sírio que visite os distritos de Damasco bombardeados –  após vários adiamentos, a equipe internacional de analistas chegou ao país há três dias. A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança opositora, denunciou que o regime restringe os movimentos da missão das Nações Unidas.
Negativa – Por outro lado, o governo sírio negou o ataque por meio de comunicado divulgado na televisão estatal. A agência de notícias oficial síria Sana, citando uma "fonte de informação", chamou a notícia do bombardeio de "falsa" e "sem fundamento".
Segundo os órgãos do governo, os dados divulgados em canais de televisão como Al Jazeera, Al Arabiya e Sky News, entre outras emissoras, não merecem confiança porque essas redes dariam "apoio ao terrorismo" e, neste caso, o objetivo seria distrair a missão da ONU e seus trabalhos.

20 de ago. de 2013

Vai viajar? Não espere para comprar dólar

Especialistas costumam sugerir compras fracionadas, mas o cenário atual é de alta até o fim deste ano, pelo menos
  Lana Canepa, especial para a Gazeta do Povo, com Folhapress Em apenas um mês a cotação do dólar subiu mais de 10 centavos, estabelecendo novos patamares para a divisa, acima de R$ 2,40. Diante da alta, quem precisa de moeda americana até o fim do ano para compromissos no exterior deve comprar a quantia integral o quanto antes, dizem economistas.
R$ 2,416 foi o valor de fechamento do dólar ontem, na cotação de venda. O Banco Central realizou três leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, visando conter a disparada do dólar. À noite, o Banco Central distribuiu uma nota oficial assinada pelo seu presidente, Alexandre Tombini, em que afirma que a alta recente incorpora “prêmios excessivos”.
“As cotações oscilam”, diz a nota. “A concentração de posições em uma única direção poderá trazer perdas aos que apostam em movimentos unidirecionais da moeda.” Tombini disse também que está atento ao processo global de “realinhamento” das moedas. O dólar tem se valorizado frente às dividas dos demais países devido às incertezas sobre a retirada dos estímulos à economia pelo Fed, o banco central americano. A expectativa de alta de juros nos EUA provoca uma saída de recursos de outros mercados para lá, o que eleva as taxas de câmbio e juros dos outros países.
De acordo com os especialistas, o momento não é propício para esperar novas quedas. A recomendação dos especialistas ouvidos é fracionar a aquisição apenas se a despesa, como um curso ou uma viagem, estiver programada para um futuro mais distante – algo como 12 meses ou mais. Antes disso, a perspectiva é de novas altas e de muita instabilidade para o mercado de câmbio.
Os mais pessimistas apostam que a moeda vai chegar a R$ 2,70 ainda este ano, e que o fenômeno das últimas semanas é apenas o prenúncio de uma fase turbulenta. Na origem do problema está o governo americano. Para sair da crise, o banco central de lá (Federal Reserve, também conhecido como Fed) injetou dinheiro na economia, por meio da compra de títulos públicos.
Com a retomada do crescimento, esses estímulos devem ser retirados, o que poderá trazer uma alta nos juros dos Estados Unidos. A possibilidade de isso acontecer já vem provocando a migração de recursos de outros países para o mercado dos EUA. Em consequência, o dólar se fortalece e a oferta de moeda em países como o Brasil é reduzida. Resultado: preços mais altos.
Esse cenário não tende a mudar até o fim deste ano, pelo menos. Portanto, quem precisar da moeda estrangeira deve mesmo antecipar as compras. “O Banco Central brasileiro, apesar de estar entrando no mercado, não consegue estancar esse movimento. A menos, é óbvio, que ocorra um movimento diferente, vai continuar subindo, porque tem mais gente comprando dólar do que vendendo”, afirma José Kobori, estrategista da JK Capital, empresa de fusões e aquisições de empresas com sede em São Paulo.
Outro agravante é a desaceleração da economia brasileira. As baixas estimativas de crescimento assustam os investidores, que vão embora e levam os dólares com eles. As declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, também não ajudaram muito. Na semana passada, Mantega afirmou que o dólar passou para outro patamar, e que ele não sabe aonde a moeda americana vai chegar.
Mesmo os mais otimistas recomendam pressa àqueles que precisam de dólares. “Para quem tem dinheiro para comprar agora, é melhor garantir. Mas não precisa ficar desesperado: da mesma forma que sobe rápido, também desce”, afirma o consultor financeiro Raphael Cordeiro.

19 de ago. de 2013

Uso de carregador exige cuidados para evitar danos

Dispositivos de origem duvidosa potencializam riscos de acidentes, mas mesmo o produto original requer atenção
As recentes notícias sobre choques elétricos e explosões de aparelhos celulares - envolvendo, coincidentemente, os cultuados iPhones - enquanto suas baterias estavam sendo recarregadas suscitaram temores entre os usuários. O caso mais grave resultou na morte de uma usuária chinesa do smartphone da Apple, que foi eletrocutada ao atender uma ligação com o aparelho conectado à tomada. Em outro caso, também na China, um homem ficou em coma, vítima de um choque ao tentar tirar o carregador de bateria do seu iPhone 4 da tomada. Com a divulgação desses casos, outras notícias do tipo também ganharam espaço na internet nos últimos dias, inclusive envolvendo aparelhos de outras marcas (a bateria de um Galaxy S4 explodiu e acabou destruindo um apartamento em Hong Kong). Em comum, além de terem ocorrido na China, está o fato de que, nesses casos, os usuários supostamente recarregavam seus aparelhos com carregadores "piratas".

As condições em que o smartphone deve ter sua bateria recarregada merecem atenção por parte do usuário, envolvendo itens como a qualidade do dispositivo de recarga, sua amperagem, conservação de fios, tomada e conectores

Não há ainda estudos conclusivos de que apenas carregadores de origem duvidosa trazem riscos ao aparelho e ao usuário - ou de que, independente do tipo de carregador, seja realmente perigosa a combinação da radiação emitida pelo aparelho celular (no momento ligação) com a corrente elétrica que chega até o aparelho (no momento da recarga). Mas o risco de acidentes a que estão sujeitos os usuários ao optarem por acessórios de marcas desconhecidas - que não garantem um controle de qualidade e conformidade com as especificações do smartphone - foi confirmado pela Apple. A companhia recomendou a utilização acessórios originais e anunciou um programa de substituição, através do qual os usuários podem trocar seus carregadores genéricos por um original, pagando apenas US$ 10.

O Brasil não está incluído no programa de substituição de carregadores da Apple, mas isso não significa que os brasileiros estejam imunes a problemas semelhantes, mesmo utilizando o acessório original. Na semana passada, um usuário brasileiro de iPhone relatou no site MacMagazine que seu aparelho "entrou em curto e começou a pegar fogo em cima da cama", ligado à tomada com carregador original. A suspeita do usuário é de que o iPhone estava em local que estimulou o superaquecimento do aparelho no momento da recarga.

Conjunto de fatores

Para Daniel Meneses, proprietário da loja Dtech em Fortaleza, especializada na venda e manutenção de smartphones, problemas desse tipo são decorrentes de um conjunto de fatores. "É um processo de dentro para fora", diz, indicando que o aparelho deve já ter algum problema interno para esquentar além do normal e estar predisposto a algum dano sério na hora da recarga da bateria. Mesmo assim, Meneses recomenda que os smartphones sejam recarregados em uma superfície sólida que não favoreça seu aquecimento.

Caso utilize uma capa protetora, este acessório não trará riscos de superaquecimento se for de marca homologada pela Apple, que passam por testes de qualidade. "O problema é que na China, muitos desses produtos originais são falsificados", comenta.

Um dispositivo também muito usado para carregar a bateria do iPhone são as dock stations (bases para conexão do aparelho) oferecidas por marcas de acessórios da Apple. No entanto, seu mal uso, com encaixe e desencaixe constantes, pode danificar a parte interna da porta de conexão do smartphone. Este é um problema comum entre os clientes que procuram a assistência técnica, segundo o proprietário da Dtech. Por isso, para quem deseja adquirir uma acessório desse tipo com a finalidade de ouvir música do smartphone, Daniel Meneses recomenda as dock stations que também tenham o recurso de Bluetooth.

Olho na amperagem
Mesmo se o usuário contar com carregadores de bateria da própria Apple, é necessário ter atenção. Embora tenham conexões compatíveis, os acessórios que acompanham aparelhos como iPhone, iPad e iPod têm diferenças na amperagem. Se um carregador (obviamente de mesma voltagem) oferece uma amperagem igual ou maior do que a do aparelho, então ele pode ser usado. Mas o carregador com amperagem menor não é recomendável. "Não pode carregar iPad com carregador do iPhone", exemplifica Meneses.

O mesmo cuidado também deve ser tomado em relação a carregadores veiculares, que não são oferecidos originalmente pela Apple. Os recomendados são de marcas compatíveis como Griffin, Incase e Belkin.

Utilizar carregadores de diferentes amperagens, bem como variar a recarga entre um carregador e a porta USB do computador, pode prejudicar a vida útil da bateria. Cada PC tem especificações diferentes para suas portas USB, feitas tanto para o tráfego de dados quanto para transmissão de corrente elétrica para os periféricos. O iPad, por exemplo, não consegue ser recarregado pela porta USB do PC, que tem amperagem muito baixa. Em resumo, diz Meneses, é bom usar sempre o mesmo carregador, testado e aprovado pelo fabricante.
RECOMENDAÇÕES
Utilize apenas carregadores originais especificados para o modelo do seu aparelho.

Verifique se a amperagem do carregador é igual ou superior à exigida pelo seu smartphone. Se for menor, a bateria do aparelho não vai receber a recarga corretamente, podendo ter sua vida útil afetada.

Procure assistência técnica se notar que o dispositivo apresenta superaquecimento enquanto está no processo de recarga da bateria. Os casos de explosões, incêndio e choque elétrico acontecem quando já há algum problema no aparelho que potencializa os riscos.

Evite atender ou fazer ligações telefônicas enquanto o aparelho estiver recarregando na tomada.

18 de ago. de 2013

Operação visa manutenção de vetos

O governo vai tentar manter o veto que acabava com a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS
Brasília O Palácio do Planalto deflagrará operação no Congresso na próxima semana para impedir a derrubada de vetos da presidente Dilma Rousseff que vão causar impactos bilionários nas contas da União.

Há a promessa da derrubada do veto ao projeto que redefine os critérios para a distribuição de recursos federais para estados e municípios. Dilma vetou trecho que retira os impactos das desonerações concedidas pelo governo FOTO: AG BRASIL

Com a disposição de líderes governistas derrubarem os chamados "vetos bombas", alguns incluídos na pauta pelos próprios aliados, emissários de Dilma admitem flexibilizar parte das propostas.

Apesar de considerar como elevado o risco de derrota, o governo vai tentar convencer, por exemplo, sua base a manter o veto ao projeto que acabava com a multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões sem justa causa e que consumirá R$ 3 bilhões.

A equipe presidencial tenta negociar a manutenção do veto em troca da aprovação de projeto que ponha fim à multa gradualmente, nos próximos quatro anos. A proposta já foi discutida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com a equipe econômica como alternativa para evitar derrota completa do governo no tema, uma vez que os recursos da multa são destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida.

O veto ao fim da multa adicional do FGTS entrou na lista de itens previstos para a próxima terça-feira dentro da nova sistemática acertada entre Congresso e o governo.

A nova regra define que os vetos têm de ser apreciados pelo plenário do Legislativo 30 dias após leitura. Caso contrário, passa a trancar a pauta de votação. O governo vai tentar ainda um adiamento da votação dos vetos na busca de negociar a manutenção dos vetos mais importantes. O assunto será tratado pela presidente com o senador Renan na segunda.

Ameaça
Renan está disposto a colocar todos os vetos encaminhados ao Congresso desde o dia 1º de julho, inclusive de temas que desagradam o Planalto. "Por enquanto, todos estão postos. A cédula está publicada, o modelo de cédula está pronto", disse. Também há a promessa da derrubada do veto ao projeto que redefine os critérios para a distribuição de recursos federais para Estados e municípios. Dilma vetou trecho que retira os impactos das desonerações concedidas pelo governo federal.

Outro veto que preocupa o governo é o que impede a licença hereditária para taxistas, que passariam a ter direito de transferir a concessão do serviço a parentes em caso de morte. Dilma vetou a proposta pela segunda vez e irritou os congressistas.

A análise dos vetos preocupa o Planalto especialmente porque a votação é secreta em cédulas de papel e, com isso, os governistas perdem poder de pressão sobre aliados. Na sessão de terça, o Congresso vai analisar 137 dispositivos de 11 projetos.

Risco
Caso se repita o apoio dos parlamentares durante a votação dos projetos, os vetos do FGTS e do FPE poderão ser derrubados. O fim da multa do FGTS teve o voto favorável de 62 senadores de 315 deputados. Se os mesmos parlamentares votarem contra o veto, ele será derrubado.

O líder do PSD, deputado Eduardo Sciarra (PR), confia que o placar do Plenário vai permitir a derrubada do veto do fim da multa extra do FGTS. "Há uma disposição grande na derrubada do veto do fim da multa adicional, a votação na Câmara foi muito expressiva e entendemos que essa vontade deve ser novamente manifestada na votação de terça-feira", disse.

Já o vice-líder do PT deputado Bohn Gass (RS) disse que ainda é muito cedo para falar em derrota. Ele ressaltou que a multa, embora não seja mais usada para recompor perdas do FGTS, é aplicada em programas habitacionais que serão comprometidos. "Quem vai perder (com a queda do veto) é o povo, o processo de construção de habitação popular que também privilegia o comércio e a indústria".

Histórico
Em março deste ano, o Congresso derrubou os vetos ao projeto que redistribuiu os royalties do petróleo entre todos os estados e municípios. Apesar de a nova lei estar com a aplicação suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a disputa pelos royalties que reabriu a discussão sobre a votação dos vetos pelo Congresso. À época, estavam acumulados nas gavetas do Congresso, pendentes de análise, mais de três mil vetos.

17 de ago. de 2013

Casas populares feitas como “Legos gigantes”

Grupo de empresários e e engenheiros inova ao construir residências com plásticos, madeira e blocos encaixáveis
  Osny Tavares Cimento e tijolo sempre foram a receita perfeita para uma casa. Porém, um grupo de empresários e engenheiros espera superar esse conceito. Investindo em outros materiais, eles criam sistemas de construção inovadores com plástico, madeira e blocos prensados encaixáveis. As residências, voltadas para o setor popular, ganham em eficiência e agilidade, podendo ser construídas em até 15 dias, em alguns casos.
Montadas como um “Lego gigante”, e economizam recursos por não gerar entulho e precisar de menos água e energia no processo de construção.
Vantagens
Um dos diferenciais dos métodos construtivos é a facilidade de montagem. Por ser um produto que sai pronto da fábrica, não precisa de mão de obra qualificada e pode ser implantada de forma pulverizada. Isso os torna indicados para habitações rurais e cidades pequenas, onde é mais difícil encontrar recursos humanos. Também é imune a erros de projeto e execução, evitando desvios por corrupção, como nos casos em que construtores usam menos material que o relacionado no projeto apresentado à Caixa.
São uma resposta potencialmente viável ao desafio do programa Minha Casa Minha Vida, cuja meta é colocar 3 milhões de residências em pé até o ano que vem. O governo federal enfrenta uma batalha contínua para mitigar problemas de qualidade e prazo, deficiências históricas no setor de habitação popular e que podem comprometer a credibilidade do programa, lançado em 2009.
No Paraná, o primeiro loteamento com tecnologia modular foi implantado em Irati, Centro-Sul do estado, em 2012. As 56 unidades foram construídas com o sistema woodframe, em que as paredes são feitas de placas duplas de compensado de madeira reflorestada “recheado” com lã de ferro. Antes, a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) promoveu reuniões com os futuros moradores para esclarecer dúvidas em relação ao projeto, que tem garantia de 30 anos.
Para o diretor de Pro­gramas e Obras da Coha­par, Orlando Agulham Jú­nior, os novos métodos construtivos representam uma resposta à demanda aquecida. Um cenário que também contribui para que o preço do produto se torne competitivo e possa vencer concorrência pública. “Não podemos fazer licitação exclusiva para inovadores, pois seria uma modalidade dirigida. Então as empresas precisam oferecer as mesmas condições”, explica.
Burocracia
O governo federal agilizou o processo burocrático para que essas empresas possam continuar seu trabalho e vender suas habitações a tomadores de crédito em bancos estatais. O lançamento do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat), em 2007, possibilitou aos inovadores driblar etapas desnecessárias. Antes, os projetos de inovação habitacional precisavam se submeter a um processo de homologação pela Caixa Econômica Federal que costumava se arrastar por anos, caso quisessem contar com financiamento público. Como os padrões para homologação eram os da engenharia civil convencional, havia desacertos entre a metodologia de análise da Caixa e a proposta das construtoras.
Método dispensa água e energia elétrica até estar 80% concluído
Uma das maiores empresas de tecnologia habitacional do Brasil está instalada em Curitiba. A iHome produz atualmente 520 unidades por mês e investe em uma nova fábrica, com capacidade para mais 4,4 mil casas. São, na maioria, modelos populares, vendidos via Minha Casa Minha Vida ou por financiamento privado.
As paredes são feitas com blocos de tijolo prensado, encaixáveis em barras verticais fincadas no chão. Com isso, a parede é levantada sem a necessidade de cimento, e a construção dispensa água e energia elétrica até estar 80% pronta. “O acabamento da obra é impecável. Construímos sem gerar transtorno e despendendo menos recursos naturais”, defende André Veronese, diretor de operações da empresa. O preço da habitação de 35 m² é R$ 47 mil, e a unidade leva em média 45 dias para ficar pronta.
A MVC, empresa sediada em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curi­tiba (RMC), também investe neste setor. Es­pe­cializada em soluções plásticas para automóveis, a companhia viu na habitação uma forma de conquistar novos mercados usando a matéria-prima com a qual trabalha há mais de 20 anos. “Quando percebemos, oito anos atrás, que o nosso segmento estava consolidado, resolvemos levar a tecnologia de plásticos para a construção civil e investimos R$ 40 milhões no projeto”, lembra Gilmar Lima, diretor geral da MVC.
A casa construída pela empresa é feita com chapas de plástico, semelhante ao casco de um barco. Foram implantadas unidades no Rio Grande do Sul, Pará e Rio de Janeiro, e para países como Venezuela, Angola e Moçam­bique. “Imagine a resistência de um barco que passa 50 anos na água”, salienta.
O foco da empresa atualmente é a construção de escolas. “Reduziríamos o tempo de implantação de dois anos, para seis meses o que é fundamental para as necessidades do país”.

16 de ago. de 2013

Créditos de celulares pré-pagos não podem expirar, decide Justiça

MPF que anular cláusula dos contratos que tratam de perda dos créditos.
Decisão foi unânime no TRF da 1ª região, mas ainda cabe recurso.

Do G1, em São Paulo
As operadoras de telefonia móvel estão proibidas de estabelecer prazo de validade para créditos pré-pagos, em todo o país, por uma decisão da 5ª Turma do TRF da 1ª Região, segundo nota publicada nesta quinta-feira (15).
O relator do processo entendeu que o  prazo de validade dos créditos pré-pagos são "um manifesto confisco antecipado" e que esbarram no Código de Defesa do Consumidor.
A decisão foi unânime, mas ainda cabe recurso. Se descumprida, há multa diária de R$ 50 mil.
As operadoras Vivo, Oi, Amazônia Celular e TIM têm 30 dias para reativar o serviço de todos os usuários que tiverem sido interrompidos, e devem devolver a exata quantidade de créditos em saldo que o cliente tinha à época da suspensão.
Procurado pelo G1, o Sinditelebrasil, que representante empresas de telefonia, não se pronunciou sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.
A proibição foi dada em relação a um recurso do Ministério Público Federal (MPF) contra sentença da 5ª Vara Federal do Pará. O MPF entrou com uma ação civil pública contra a Anatel e as operadoras Vivo, Oi, Amazônia Celular e TIM, mas a primeira decisão foi a favor das operadoras, ao afirmar que "a restrição temporal de validade dos créditos de celulares pré-pagos não apresenta qualquer irregularidade".
O MPF quer anular as cláusulas dos contratos firmados entre os usuários do serviço e as operadoras que preveem a perda dos créditos adquiridos após um certo tempo ou que condicionem a continuidade do serviço à compra de novos créditos.
No recurso, o MPF apontou que a expiração dos créditos são "afronta ao direito de propriedade e caracterização de enriquecimento ilícito por parte das operadoras" e considerou que as "cláusulas contratuais são abusivas", porque desequilibram a relação entre o consumidor e as operadoras que fornecem os serviços.
O relator do processo na 5ª Turma, desembargador federal Souza Prudente, entendeu que o  prazo de validade dos créditos pré-pagos são "um manifesto confisco antecipado" e que esbarram no Código de Defesa do Consumidor. Ele entendeu que se trata de abuso e de discriminação entre os usuários, já que os com menor poder aquisitivo não teriam tratamento isonômico em relação aos demais usuários desses serviços públicos de telefonia.
Legislação
Uma resolução da Anatel
(316/2002) estabelece que, esgotado o prazo de validade dos créditos, o serviço pode ser suspenso parcialmente, tanto com o bloqueio para chamadas originadas quanto para o recebimento de chamadas a cobrar. Fica permitido o recebimento de chamadas que não importem em débitos para o usuário pelo prazo de, no mínimo, 30 dias.
Depois deste prazo, o serviço poderá ser suspenso totalmente, com o bloqueio para o recebimento de chamadas pelo prazo de, no mínimo, 30 dias. Ao fim deste período, o contrato de prestação do serviço pode ser rescindido pela prestadora.
Segundo o TRF1, a resolução foi revogada por uma outra (477/2007) que estabelece que os créditos podem estar sujeitos a prazo de validade e que a prestadora deve oferecer, no mínimo, os com validade de 90 a 180 dias. Se forem inseridos novos créditos antes do prazo previsto para rescisão do contrato, os não utilizados e com prazo de validade expirado serão revalidados pelo mesmo prazo dos novos créditos adquiridos.
Julgamento
O desembargador federal Souza Prudente disse que a Anatel não pode nem deve extrapolar os limites da legislação de regência, como no caso, para "possibilitar o enriquecimento ilícito das concessionárias de telefonia móvel".
"Também não me convencem os argumentos no sentido de que a relação contratual estabelecida entre a concessionária e os usuários teria natureza eminentemente privada e, por isso, a fixação de determinado prazo de validade para os créditos por eles adquiridos não estaria sujeita à expressa previsão legal”, completou Souza Prudente, pois o serviço de telefonia é, sem dúvida, serviço público essencial, concedido a essas concessionárias, para disponibilizá-lo a seus usuários, com eficiência, qualidade, sem qualquer discriminação, observando-se os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade.

14 de ago. de 2013

21 entidades vão protestar contra suposto cartel do Metrô e CPTM

O ato está marcado para as 15h desta quarta, no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo

Terra
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O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o Movimento Passe Livre e mais 19 entidades, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), farão um protesto na quarta-feira, dia 14 de agosto, contra a suposta formação de cartel em obras e licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPMT). O ato está marcado para as 15h, no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo.
A passeata deve seguir pelas ruas do Centro da capital e terminar na Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Os manifestantes exigem que o dinheiro do suposto cartel seja devolvido ao Estado para melhoria do transporte público e redução das passagens. Para isso, eles pretendem entregar uma série de reivindicações ao secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
 
Tarifas
 
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
 
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
 
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
 
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

13 de ago. de 2013

Pesquisadores fisgam tubarão enorme com outro menor na sua boca

ubarão menor engoliu a isca, mas acabou virando isca também.
Grupo estava tentando recapturar tubarões marcados para pesquisa.

Do G1, em São Paulo
Pesquisadores da Universidade de Delaware (EUA) estavam tentando recapturar tubarões que tinham sido marcados para pesquisa científica na costa do estado, quando fisgaram um tubarão enorme com outro menor dentro de sua boca.
Pesquisadores fisgaram tubarão enorme com outro menor dentro de sua boca (Foto: Reprodução/Facebook/University of Delaware)Pesquisadores fisgaram tubarão enorme com outro menor dentro de sua boca (Foto: Reprodução/Facebook/University of Delaware)
Segundo os pesquisadores, o tubarão menor havia engolido a isca que eles usaram para capturar espécimes maiores, mas ele acabou virando isca de um predador maior.
A universidade originalmente marcou os tubarões para obter informações sobre os níveis populacionais na costa de Delaware.

12 de ago. de 2013

Avião da Esquadrilha da Fumaça cai e mata duas pessoas em Pirassununga

Acidente aconteceu na manhã desta segunda-feira (12) próximo à pista.
Piloto e copiloto morreram no local. AFA vai investigar causas da queda.

Do G1 São Carlos e Araraquara
Um avião da Academia da Força Aérea (AFA) caiu, na manhã desta segunda-feira (12), próximo à pista em Pirassununga (SP). O piloto e o copiloto que estavam na aeronave da Esquadrilha da Fumaça, um Super Tucano A-29, morreram na hora. A Força Aérea Brasileira (FAB) disse que já iniciou as investigações para apurar os fatores que causaram a queda.
O acidente ocorreu durante uma missão de treinamento, por volta das 9h. Segundo a FAB, os dois ocupantes da aeronave, capitão aviador João Igor Silva Pivovar e capitão aviador Fabricio Carvalho, chegaram a realizar a ejeção, mas morreram no local.
O A-29 é usado em patrulhamento nas fronteiras do Brasil. O Super Tucano tem praticamente o dobro do peso do T-27 e quase o dobro de potência. A velocidade máxima também aumentou de 550 quilômetros por hora para 590 quilômetros por hora.
No domingo (11), durante a homenagem ao Dia dos Pais na cidade, a Esquadrilha da Fumaça nem chegou a fazer manobras porque os pilotos ainda estão em treinamento com o novo modelo (A-29) que substituiu os antigos Tucanos T-27.
Além da equipe de pilotos, mecânicos e demais membros do Esquadrão de Demonstração Aérea  (EDA) também estão em fase de preparação para a transição que está prevista para terminar somente no ano que vem.
 (Foto: Editoria de Arte/G1) O último acidente com a Esquadrilha da Fumaça foi em abril de 2010 quando um avião caiu durante uma exibição em Lages (SC). Na ocasião, o piloto de 33 anos também morreu. Durante uma manobra, feita em comemoração aos 68 anos do Aeroclube de Lages, a aeronave T-27 bateu no solo. O avião caiu na beira da pista do Aeroporto Federal da cidade, bem perto das pessoas e de residências.
Histórico
Em maio a esquadrilha completou 62 anos. A história começou no Rio de Janeiro. Instrutores de voo da escola de aeronáutica decidiram treinar acrobacias em grupo nas horas de folga. A primeira exibição para o público foi em 14 de maio de 1952. Três anos mais tarde, a Esquadrilha  ganhou os próprios aviões.
O modelo escolhido foi o norte-americano T6. A esquadrilha foi reconhecida como unidade da FAB em 1963. Treze anos depois foi desativada e só voltou em 1983. Em seguida recebeu o Tucano T-27, fabricado no país, e em 2002, a troca de cores deixou os tucanos ainda mais brasileiros.
Super Tucano A-29 substitui o Tucano T-27 (Foto: Pedro Santana/EPTV)Foto mostra Super Tucano A-29, do mesmo modelo da aeronave que caiu (Foto: Pedro Santana/EPTV)

11 de ago. de 2013

PAPAI

Mas todos, sem faltar um

sequer, fazem parte da Criação.

Que não só hoje,

mas em todos os dias desta vida

possas ser lembrado como aquele que:

muitas vezes não dormiu,

muitas vezes ficou pensando

na comida para levar para casa,

muitas vezes engoliu sapos,

muitas vezes chorou escondido,

muitas vezes gargalhou,

muitas vezes perdeu a hora,

mas nunca deixou de
pensar

na coisa mais importante da sua vida:

Seus FILHOS!!



Um abraço para TODOS!!!
FELIZ DIA DOS PAIS!!!

10 de ago. de 2013

'Padilha falou como candidato', diz Lula em evento do PT em SP

Encontro em Bauru reuniu cerca de 500 lideranças do partido no estado.
Ex-presidente disse que ministro concluirá Mais Médicos antes de anúncio.

Alan Schneider Do G1 Bauru e Marília
O ex-presidente Lula brinca Alexandre Padilha e
Rui Falcão (Foto: Alan Schneider/G1)
O ex-presidente Lula brinca com o ministro Alexandre Padilha e o presidente do PT, Rui Falcão (Foto: Alan Schneider/G1) Em encontro do PT em Bauru nesta sexta-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, "falou como candidato", ao discursar antes, para cerca de 500 lideranças do partido no estado de São Paulo. O evento, nomeado "Grande Encontro do Interior", encerrou debates ocorridos entre abril e junho em caravanas que chegaram a 20 cidades paulistas.
O ministro da Saúde é cotado na legenda para concorrer ao governo do estado no ano que vem. Em sua fala, Lula brincou ao comparar o discurso dos petistas presentes.
“Veja que engraçado. Eu vi todo o cuidado que o companheiro Edinho [Silva] teve para dizer que Padilha não é candidato. Vi o Gilberto Carvalho fazer quase que uma profissão de fé que o Padilha não é candidato. Mas na hora que ele [Alexandre Padilha] pegou a palavra, ele falou como candidato”, afirmou Lula.
A expectativa no encontro era o lançamento da candidatura de Padilha, mas o ministro evitou qualquer comentário sobre sucessão paulista em 2014. Concentrou o discurso em defender o programa Mais Médicos, lançado em julho, e em exaltar o governo Dilma.
Principal cabo eleitoral e articulador do PT, o ex-presidente disse que o ministro tem suas prioridades à frente da pasta antes de se projetar a candidato, em referência ao Mais Médicos.
Terei muito orgulho de poder morrer feliz no dia seguinte às eleições se a gente puder anunciar de uma só vez, a vitória da presidenta Dilma e da eleição pela primeira vez do governador do estado de São Paulo"
Lula
“Temos que entender as razões dele e, da presidenta Dilma. Porque ele apresentou à nação brasileira um programa para recuperar a questão da saúde neste país. Ele apresentou uma proposta que está no Congresso Nacional. E ele não pode apresentar uma proposta e sair de fininho e deixar a coisa não ser aprovada dentro do Congresso. Portanto, ele vai ter que ficar aprovar essa questão e daí sair para fazer a briga que ele quiser”, explicou Lula.
Em sua fala, o ministro mostrou interesse em melhorias no estado de São Paulo. “Queria que fosse convocado todos os ministros para que a gente possa debater junto com a militância do PT e com a sociedade do Estado de São Paulo como nós podemos fazer esse nosso estado ser o melhor estado para se estudar, o melhor estado para se trabalhar, o melhor estado para se produzir, o melhor estado para se viver no Brasil”, ressaltou Padilha.
Antes de viajar para São Paulo, Lula deixou claro o otimismo quanto às eleições para presidente e para o governo de São Paulo e cutucou os adversários do PSDB. “Para ganhar precisamos de 50% mais um. Tucano não é bobo não. Ele não tem aquele bico grande à toa. Terei muito orgulho de poder morrer feliz no dia seguinte às eleições se a gente puder anunciar de uma só vez, a vitória da presidenta Dilma e da eleição pela primeira vez do governador do estado de São Paulo”
Lançado pelas mãos de Padilha, o Mais Médicos prevê o atendimento dos alunos de medicina na rede pública de saúde e a contratação de médicos estrangeiros em cidades do interior e periferias de grandes cidades dispensadas por brasileiros. O programa enfrenta resistência de parte da categoria e, antes mesmo de começar a ser analisado no Congresso, já sofreu mudanças.
Durante o evento que reuniu mais 500 pessoas. Além do ex-presidente Lula e do ministro Padilha, estiveram presentes outras lideranças nacionais do PT, como o deputado estadual e presidente do diretório nacional do PT, Rui Falcão, do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, do deputado e presidente do diretório estadual do partido, Edinho Silva, e do senador Eduardo Suplicy.
Encontro do PT reuniu em Bauru cerca de 500 lideranças do partido no interior de São Paulo (Foto: Alan Schneider/G1)Encontro em Bauru reuniu cerca de 500 lideranças do PT do interior de São Paulo (Foto: Alan Schneider/G1)