30 de nov. de 2011

Embaixada no Irã: EUA e França pedem esclarecimentos

Após invasão, Reino Unido expulsou diplomatas iranianos de Londres e fechou sua representação em Teerã

AFP

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Os Estados Unidos pediram clareza do Irã sobre se protegerão os diplomatas estrangeiros, após o ataque à embaixada britânica em Teerã. A Casa Branca também apoiou a medida britânica de expulsar diplomatas iranianos de Londres em resposta aos ataques, que aumentaram ainda mais as tensões entre Teerã e o Ocidente, enquanto o impasse nuclear se aprofunda.

"Estamos buscando alguma clareza do regime iraniano de que eles vão fazer jus as suas obrigações internacionais para proteger o bem-estar e a segurança dos diplomatas", disse Josh Earnest, um porta-voz da Casa Branca. Earnest também pediu que o Irã condene as mobilizações na embaixada Britânica e demandou que aqueles que participaram do ataque sejam responsabilizados.

"Estamos obviamente aliviados que diplomatas britânicos parecem ter saído com segurança do Irã", disse Earnest a bordo do Força Aérea Um. "Vimos os relatos de que o governo britânico pediu para que todos os diplomatas iranianos deixem Londres. Nós apoiamos os aliados britânicos nesse pedido".

França convoca embaixador 'para consultas'

A França decidiu "convocar para consultas" seu embaixador no Irã e reiterou ao encarregado de negócios iraniano em Paris a sua firme condenação pelo saque da embaixada britânica em Teerã, declarou nesta quarta-feira à noite o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

"Levando-se em consideração esta violação flagrante e inaceitável da Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas e a gravidade da violência, as autoridades francesas decidiram convocar para consultas o embaixador da França no Irã", declarou o porta-voz do ministério, Bernard Valero, em um comunicado.

"A França denunciou ontem (terça-feira) da maneira mais firme o saque da embaixada britânica em Teerã. Hoje, o chefe de gabinete do ministro (das Relações Exteriores, Alain Juppé) convocou o encarregado de negócios em Paris para reiterar a condenação da França e para lembrar as autoridades iranianas de suas obrigações", acrescentou.

O Reino Unido expulsou diplomatas iranianos de Londres e fechou sua embaixada em Teerã nesta quarta-feira, depois que a missão foi atacada por manifestantes furiosos com as novas sanções contra o programa nuclear da República Islâmica. O ministro das Relações Exteriores, William Hague, também acusou o governo iraniano de apoio tácito ao ataque de terça-feira, apesar de ter dito, em Londres, que não cortou totalmente as relações diplomáticos.

29 de nov. de 2011

Médico de Michael Jackson é condenado a quatro anos de prisão

O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, foi condenado a quatro anos de prisão por provocar a morte do cantor, em junho de 2009.

A sentença máxima foi anunciada hoje em Los Angeles pelo juiz Michael Pastor, que negou o pedido da defesa de que o médico fosse beneficiado com liberdade condicional.

O juiz declarou que Murray repetiu um "padrão contínuo de falsidade e mentiras" ao esconder que Jackson fazia uso do anestésico propofol e que o médico "abandonou seu paciente", chamando sua conduta de "uma desgraça para a profissão de médico".


Efe
Conrad Murray durante anpuncio da sentença de quatro anos de prisão pela morte de Michael Jackson
Conrad Murray ouve anúncio da sentença de quatro anos de prisão pela morte de Michael Jackson

O promotor David Walgren pediu que o médico fosse também condenado a pagar US$ 100 milhões aos filhos de Michael Jackson, valor que o cantor teria recebido pela turnê que faria naquele ano, além de pagar US$ 1,8 milhão para cobrir os custos do funeral. O valor da indenização será determinado pelo juiz nas próximas semanas.

Murray tem o direito de recorrer da sentença.

Murray, 58, foi condenado no início do mês por homicídio culposo por um juri reunido na Corte Superior de Los Angeles. O julgamento começou no final de setembro e durou pouco mais de um mês. Foram interrogados médicos, especialistas, enfermeiros e ex-funcionários de Jackson.

Para a promotoria, Murray foi negligente ao administrar propofol ao cantor como tratamento para a insônia. Murray administrou propofol em Jackson após outros sedativos não surtirem efeito, mas se ausentou do quarto do artista, em uma mansão de Los Angeles, e ao voltar encontrou o astro pop aparentemente sem vida.

O promotor Walgren destacou as graves falhas profissionais do médico, que recebia um salário mensal de US$ 150 mil. "A evidência neste caso é esmagadora... De que Conrad Murray agiu com negligência criminosa, de que Conrad Murray causou a morte de Michael Jackson...".

A defesa começou defendendo a tese de que o cantor teria tomado o propofol por conta própria, mas abandonou o argumento. O advogado do médico, Ed Chernoff, disse ao júri que Murray foi "um pequeno peixe em um tanque sujo", e afirmou que as principais testemunhas do caso conspiraram contra o médico sobre o que ocorreu na casa de Jackson no dia 25 de junho de 2009.

27 de nov. de 2011

A segunda fase da revolta

Enquanto no Egito os manifestantes voltam a ocupar a praça Tahir e derrubar políticos, o ditador do Iêmen faz acordo para renunciar

Luiza Villaméa

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PROTESTO
Manifestantes egípcios agora querem colocar um milhão de pessoas nas ruas

Os egípcios constataram que a queda do ex-ditador Hosni Mubarak não representou ainda a vitória da democracia. Nove meses depois de uma junta militar assumir em caráter provisório o comando do país, os manifestantes voltaram à praça Tahir, epicentro do levante do começo do ano. Desta vez, os protestos visam a acabar com o legado autoritário da era Mubarak, que inclui os militares. Com instituições frágeis, aparelho repressivo fortemente estruturado e oposição fragmentada, as Forças Armadas, em vez de investirem na transição, divulgaram uma carta de princípios que desencadeou protestos imediatos. No documento, a junta garantiu algumas liberdades individuais, mas reservou poderes quase ilimitados para os militares, acostumados a mandar desde o fim da monarquia, em 1952. No quinto dia de ocupação da praça e após a morte de pelo menos 35 pessoas, o governo de transição encabeçado pelo primeiro-ministro Essam Sharaf renunciou na terça-feira 22. Mas como quem manda de fato é a junta, os manifestantes continuaram o movimento.

“O povo quer a queda do marechal de campo”, gritavam os manifestantes, referindo-se ao líder da junta, o marechal Hussein Tantawi, que foi ministro da Defesa do regime deposto. Com a praça transformada em campo de batalha, o marechal decidiu fazer o seu primeiro pronunciamento à nação desde a queda de Mubarak, garantindo que as Forças Armadas estavam dispostas a entregar o poder “se o povo desejar, mediante um referendo popular, se necessário”. Partindo do princípio de que as manifestações não são referendo, Tantawi trabalha para começar a primeira fase das eleições parlamentares ainda nesta segunda-feira 28. Esse também é o interesse da Irmandade Islâmica, a organização fundamentalista com projeto de poder que participou da primeira onda dos protestos, mas agora se afastou das ruas.Nessa segunda fase da revolta egípcia, para a qual está sendo convocada uma marcha de um milhão de pessoas, a polícia vem usando um tipo de gás que provoca fortes convulsões, além de asfixia.

A dificuldade em conduzir o processo de transição, associada à violência e ao futuro incerto, não é, no entanto, exclusividade egípcia. No Iêmen, o país mais pobre da Península Arábica, protestos marcados pela violência também começaram em janeiro e há poucas esperanças de que o presidente Ali Abdullah Saleh, há 33 anos no poder, desapareça rapidamente do cenário político. Em acordo firmado na quarta-feira 23, Saleh manteve o título de presidente honorário por mais três meses, garantiu imunidade e asilo na Arábia Saudita, além do direito de viajar aos Estados Unidos para tratamento de saúde. Saleh manifestou ainda desejo de “colaborar” com a oposição. Como o Egito, a transição no Iêmen não deve ser tranquila.

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26 de nov. de 2011

Ninguém é mais anônimo

Novos avanços no reconhecimento de face prometem mudar a forma como somos observados pelas máquinas - e levantam temores dignos da ficção científica

Hélio Gomes

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NA CARA
Programa analisa a imagem para determinar o sexo e a idade de transeuntes

O novo seriado do produtor americano J.J.Abrams – criador do sucesso “Lost” – leva ao extremo uma das paranóias mais latentes do mundo contemporâneo. A premissa da série “Person of Interest”, já exibida no Brasil pelo canal pago Warner, é simples: um computador poderosíssimo analisa as imagens de milhares de câmeras de segurança para rastrear os passos de pessoas que correm risco de vida ou podem estar envolvidas em crimes que ainda vão acontecer. Ninguém é mais anônimo e os dados pessoais dos cidadãos são devassados sem cerimônia. Recentes avanços na tecnologia de reconhecimento facial mostram que a ficção está cada vez mais próxima da realidade.

Já usado por governos de países-alvo do terrorismo, como os Estados Unidos e a Inglaterra, sobretudo nos serviços de imigração, o recurso agora se populariza nas redes sociais, nos smart­phones e na publicidade. Um software criado pela empresa americana Immersive Labs é capaz de reconhecer as feições de transeuntes para determinar seu sexo e faixa etária. A partir desses dados, o computador escolhe qual anúncio exibir em displays digitais de ambientes como aeroportos, por exemplo (leia quadro). “Nossa solução usa a detecção facial anônima. Só colhemos dados numéricos, nenhuma informação pessoal é disponibilizada e as imagens não são gravadas”, explica Jason Sosa, CEO da empresa sediada em Nova York. “Não queremos bombardear os consumidores com anúncios. Transportamos as experiências do mundo online para o físico”, completa o executivo.

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NO MERCADO
A tecnologia é exibida durante feira realizada no Japão

Outro terreno pródigo para a tecnologia é o dos smartphones. Um novo aplicativo, batizado de SceneTap, já funciona em cerca de 50 bares de Chicago, nos EUA, para determinar as características dos frequentadores das casas noturnas. Basta apontar a câmera do celular para o ambiente para que o software diga quantas mulheres e homens há no lugar, além de suas prováveis idades. O sistema só funciona com a autorização do dono do estabelecimento.

Mas a polêmica esquenta de vez nas redes sociais. A nova versão do Facebook, já disponível a alguns usuários brasileiros, incorporou o reconhecimento facial automático no upload de fotos. Quando o dono de um perfil publica uma imagem com dois amigos que também estão na rede social, por exemplo, o software reconhece as três pessoas e as identifica usando tags – aquelas “etiquetas” com nomes e outros tipos de informação. Cabe ao usuário desabilitar o serviço, se assim quiser. Novos produtos do Google, da Microsoft e da Apple seguem o mesmo caminho. Prepare-se para ser detectado.

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25 de nov. de 2011

PT pedirá cassação de Bolsonaro por insinuação sobre Dilma

Deputado do PP diz que não vai se calar e que não vai se desculpar com a presidente

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O Partido dos Trabalhadores (PT) vai pedir a cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na próxima terça-feira. Em mais uma declaração polêmica sobre o homossexualismo, o parlamentar causou indignação no PT e no governo ao fazer insinuações sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff (PT). Ontem, na tribuna da Câmara, ele afirmou que o Ministério da Educação (MEC) ainda planeja incluir o combate à homofobia nos currículos escolares e disparou contra Dilma. "Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma".

"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Hoje, ao Terra, Bolsonaro afirmou que não quis ofender e que não se interessa pela opção sexual de Dilma, apenas pela exclusão do chamado kit-gay das escolas.

"Eu não tenho que pedir desculpas para a presidente. Tudo que eu falo é motivo de processo, então eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processo, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar de falar, não fico mais em Brasília", afirmou Bolsonaro, dizendo não temer um processo de cassação.

Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.

“Que me cassem”

O polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ter seu mandato cassado após uma série de declarações contra os homossexuais. A mais recente, contendo insinuações sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff (PT), causou indignação no Partido dos Trabalhadores, que resolveu que vai pedir a cassação por quebra de decoro na próxima terça-feira. Na tribuna da Câmara, Bolsonaro disse, na última quinta-feira, que "se (Dilma) gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma". Ao Terra, o deputado afirmou que não quis ofender a presidente e que não se interessa pela sua orientação sexual.

"Eu fiquei estarrecido ao saber que a inclusão de materiais sobre homossexuais nos livros didáticos ainda é discutida no governo. Pensei que a questão havia sido enterrada pela presidente, pois em maio ela garantiu que o kit-gay foi recolhido. Só que, para minha surpresa, ele não foi. Uma pessoa do Ministério da Educação disse que, entre as diretrizes para os livros didáticos para 2012, está a inclusão de capítulos sobre a homoafetividade. Fiquei revoltado e fui na tribuna no dia seguinte", explicou Bolsonaro.

Na Câmara, ele fez duras críticas a Dilma Rousseff, interpretadas pelo PT como ofensas pessoais e discriminatórias. "Eu levantei qual é a ligação de Dilma com os movimentos homossexuais, qual é a causa dela com eles, mas nada a ver com ofensas pessoais. O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da presidente", argumentou o deputado. O PT, porém, não aceitou.

"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.

"Não vou parar de falar"

Bolsonaro admite que o seu discurso sobre Dilma "leva a uma dupla interpretação". Porém, ele não cogita pedir desculpas para a presidente. "Não foi a minha intenção ofender. Tudo que eu falo é motivo de processo, eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processar, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar, não fico mais em Brasília".

O deputado ainda criticou a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que pediu para que Marco Maia tome "providências enérgicas" contra ele, que está "sem freio de arrumação". "O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da Dilma, mas o PT levou para o lado da ofensa sexual, inclusive a senadora Marta Suplicy. Mas quem é ela para dizer isso, se ela duvidou publicamente da opção sexual do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD)?"

"Pois que me cassem, mas tenham vergonha na cara de enterrar esse projeto do kit-gay, já que Dilma não teve coragem de enterrar", concluiu Bolsonaro.

24 de nov. de 2011

Para reduzir criminalidade, governadores matam as estatísticas

Anuário Brasileiro de Segurança Pública critica falta de transparência nos dados fornecidos pelos estados. Rio, Minas Gerais, Espírito Santo, Amapá e Santa Catarina estão entre os que têm dados menos confiáveis

Cecília Ritto e João Marcello Erthal
Policiais do Bope recolhem fuzis apreendidos pela manhã na favela da Rocinha

Policiais do Bope recolhem fuzis apreendidos pela manhã na favela da Rocinha (Wilton Júnior / AE)

“O Brasil não tem a cultura política da transparência. Vários estados não enviam dados completos para o sistema nacional", afirma Renato Lima

O Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira, mostra que alguns estados da federação estão repassando estatísticas relativas à segurança diferentes da realidade dessas regiões. O resultado prático dessa falha é o número oficial de crimes ser, no registro oficial, muito menor que a incidência real de delitos. É o caso, por exemplo, de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, os três precisam investir com urgência na melhoria dos dados. Por causa dessa deficiência nos registros, a qualidade e a credibilidade das informações sobre a segurança nesses estados foi considerada precária. O estudo foi elaborado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, baseado em dados de 2009 e 2010, e está em sua quinta edição.

Secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança, o sociólogo Renato Lima vê na tradição brasileira de falta de transparência a origem das distorções na prestação de contas pelos gestores públicos. “O Brasil não tem a cultura política da transparência. Vários estados não enviam dados completos para o sistema nacional. Amapá, Santa Catarina e Espírito Santo estão entre eles. Alguns dados correspondem a só 50% do total de ocorrências policiais”, explica.

No Rio de Janeiro, o pesquisador Daniel Cerqueira, do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), pôs em xeque as divulgações do governo do Rio, alardeadas por Sérgio Cabral, sobre a redução no número de homicídios. Em Minas Gerais, os dados publicados nas edições anteriores do Anuário representam 74% dos que foram oficialmente publicados pelo governo do estado. A pesquisa mostra ainda a existência de dificuldades comuns em todo o país: os registros são fragmentados por não seguirem uma classificação única. Outro agravante é a falta de dados sistemáticos sobre registros e ações das Polícias Federais.

Apesar de o Anuário mostrar reduções de alguns crimes, como uma diminuição de 1.049 homicídios no Brasil entre os anos de 2009 e 2010, as taxas de criminalidade são altas no país. As informações da pesquisa revelam um investimento vultoso, porém mal feito, na área da segurança. O Brasil gastou 47,5 bilhões de reais apenas com segurança pública em 2010. Isso representa um crescimento de 4,4% em relação a 2009. A tendência de aumento dos investimentos nesse setor se explica pela injeção de 9,7 bilhões de reais no último ano.

Gastar muito é muito diferente de gastar bem. E os recursos públicos são consumidos em procedimentos e em uma máquina pública arcaica. “Com relação aos gastos, há um vício de origem, um modelo de segurança pública não compatível com o momento do desenvolvimento atual do Brasil. O Código de Processo Penal é dos anos 40, a lei que cria o inquérito policial é de 1871. A Constituição de 1988 mexeu pouco nas estruturas responsáveis pela segurança e a Justiça Criminal. A Agenda de modernização legislativa continua em aberto”, afirma Lima.


O Brasil destina 1,36% de seu Produto Interno Bruto (PIB) à segurança pública, o que representa 9,27% da arrecadação de impostos do Brasil. Esse percentual supera o da França, onde, em 2008, foi investido 1,3% do PIB nessa área. O volume gasto, no entanto, não tem correspondência prática: as taxas de criminalidade dos países europeus são consideravelmente menores do que as do Brasil.

Apesar de São Paulo ter reduzido o seu investimento em segurança - despendeu 3 bilhões de reais a menos de 2009 para 2010 -, é considerado um caso de sucesso na redução de números de homicídio pelo secretário executivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima. Os gastos com a segurança incluem também a quantia investida na Defesa Civil. O Rio de Janeiro que está acostumado a conviver com catástrofes ambientais, sobretudo ligadas a deslizamentos de terra, teve o investimento reduzido em 10%- saiu de 136 milhões para 121 milhões.

A pesquisa também mostra que a sensação de segurança dos brasileiros é pequena. Mesmo se as taxas de criminalidade fossem menores, a população não se sentiria segura. Isso é explicado pela falta de confiança na Justiça Criminal e na Polícia do país. A corrupção e a violência são pontos desfavoráveis para a imagem da Polícia, segundo o Anuário. O resultado prático dessa percepção popular é que quase metade dela não procura a instituição após sofrer algum crime. Quanto ao judiciário, o sentimento não é melhor: existe a sensação de que juízes absolvem os réus na maioria das vezes e de que a legislação penal é branda.

21 de nov. de 2011

A fantástica fábrica de robôs espaciais

Ao longo de 75 anos, o Jet Propulsion Laboratory, um complexo científico instalado na Califórnia, se tornou a maior referência na construção de jipes, sondas e satélites enviados para explorar o universo

Marco Túlio Pires, de La Cañada Flintridge
Engenheiros trabalham na construção do Curiosity, um jipe marciano do tamanho de um Fusca que vai procurar por sinais de vida em Marte

Engenheiros trabalham na construção do Curiosity, um jipe marciano do tamanho de um Fusca que vai procurar por sinais de vida em Marte (JPL/Caltech/Nasa)

Nos idos da década de 1930, só havia uma pessoa na Costa Oeste dos Estados Unidos que sabia alguma coisa sobre a perigosa tecnologia de foguetes. Seu nome era Theodore von Kármán, professor húngaro-americano do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Kárman é considerado o pai da era supersônica: foi ele quem desenvolveu turbinas a jato que podiam ser anexadas às asas de aviões. Isso permitiu que os caças americanos decolassem a partir de porta-aviões. Os motores ficaram conhecidos pela abreviação JATO (Jet-fuel Assisted Take Off, ou decolagem com auxílio de combustível de avião, em inglês).

Kárman influenciou um grupo de estudantes que ficou conhecido como "esquadrão suicida", de tão perigosos que eram seus experimentos com foguetes. Depois de aterrorizar outros estudantes no câmpus do Caltech testando explosivos, o grupo encontrou uma área vazia nas redondezas de Los Angeles, em uma pequena cidade chamada La Cañada Flintridge, ideal para seus arriscados testes. Não demorou muito para que o trabalho dos estudantes chamasse a atenção do exército americano, que lucrou imensamente na década de 1940 com o trabalho do "esquadrão". Além dos motores a jato, eles construíram os primeiros mísseis intercontinentais. Para prestar serviço aos militares, Kárman fundou uma empresa ligada ao Caltech para vender turbinas e mísseis e a batizou de Jet Propulsion Laboratory (JPL). A sede da nova empresa seria o mesmo lugar de testes do "esquadrão suicida".

Marco Túlio Pires

A entrada do Jet Propulsion Laboratory, na Califórnia, saúda os visitantes: "Bem vindos ao nosso universo"

A entrada do Jet Propulsion Laboratory, na Califórnia, saúda os visitantes: "Bem vindos ao nosso universo"

Ironicamente, foram os soviéticos que levaram o JPL a se aproximar da Nasa. Em 1957, auge da Guerra Fria, Moscou colocou o primeiro satélite na órbita da Terra, o Sputnik-1 — uma pequena esfera metálica envolvida por longas hastes de metal e que enviava um bip a estações terrestres. A resposta americana precisava ser rápida. O JPL foi então convidado a tomar uma decisão: ou continuava a desenvolver mísseis e turbinas a jato para os militares ou embarcava na era espacial com a recém-criada National Aeronautics and Space Administration, ou simplesmente Nasa, a agência espacial americana. É possível que a administração do JPL nem fizesse ideia dos feitos grandiosos que estavam por vir, mas hoje sabemos que a decisão de abandonar o programa de mísseis rendeu excelentes frutos para a humanidade.

Robôs planetários — A união entre o JPL e a agência espacial americana foi consumada em 1958. Naquele ano, os americanos lançaram o Explorer-1, o primeiro satélite dos EUA e a primeira sonda espacial construída pelo JPL. Esteticamente, o Explorer-1 ainda tinha uma forte influência dos projetos que o JPL fazia para os militares: parecia um míssil. Apesar de não ter o mesmo aspecto futurista do Sputinik-1, o primogênito do casamento Nasa-JPL foi mais útil que o experimento soviético. Em vez de apenas enviar bips à Terra, o Explorer-1 foi a primeira espaçonave a realizar uma experiência científica: detectou o Cinturão de Van Allen, uma região em volta do planeta onde ocorrem vários fenômenos atmosféricos devido a concentrações de partículas no campo magnético terrestre.

A parceria prosperou. Depois do sucesso da missão Explorer, a Nasa passou a contratar o JPL para grande parte das missões não tripuladas ao espaço. Ao todo, 87 missões já passaram pelas mãos de cientistas e engenheiros do laboratório. Atualmente, 25 permanecem em atividade. Uma delas é a Voyager, um par de sondas enviadas aos confins do Sistema Solar com a intenção de pesquisar o espaço que existe entre as estrelas. As espaçonaves foram lançadas em 1977 e ainda enviam informações à Terra. O JPL também foi o responsável pela missão Cassini, um poderoso satélite enviado a Saturno em 1997 com a intenção de explorar as imediações do mais misterioso dos planetas do Sistema Solar. A última obra-prima da fábrica é o Mars Science Laboratory, o maior jipe marciano já construído e que será lançado no dia 25 de novembro.

Marco Túlio Pires

Da sala de controle do JPL, engenheiros e cientistas enviam comandos para as missões que estão explorando o universo

Da sala de controle do JPL, engenheiros e cientistas enviam comandos para as missões que estão explorando o universo neste momento



Clima universitário
— Apesar de ser uma das fábricas mais hi-tech de robôs do mundo, o JPL não perdeu as raízes acadêmicas. As instalações do laboratório são muito parecidas com as de um imenso câmpus universitário. Cerca de 5.000 pessoas trabalham nos prédios construídos aos pés das montanhas São Gabriel, na Califórnia.

O ambiente universitário deve-se ao fato de que todos os funcionários do laboratório são contratados pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia. Trabalham dentro de um rigoroso regime acadêmico herdado do Caltech. É uma lógica diferente dos outros nove centros da Nasa espalhados pelos EUA. Nesses casos, os funcionários trabalham para o governo americano, e as contas são prestadas ao Congresso.

Marco Túlio Pires

O Mars Yard é um pátio que simula a superfície de Marte com rochas avermelhadas e terreno arenoso: ambiente propício para testar os jipes que visitarão o planeta vermelho

O Mars Yard é um pátio que simula a superfície de Marte com rochas avermelhadas e terreno arenoso: ambiente propício para testar os jipes que visitarão o planeta vermelho

Dentro do campus existem vários prédios que poderiam muito bem ser confundidos com instalações universitárias, não fossem os nomes na entrada de cada um deles: Laboratório de Montagem de Espaçonaves, Laboratório de Operações de Voos Espaciais, Centro de Projetos de Voo... Em um deles mora o coração das missões não tripuladas dos Estados Unidos: a Sala de Controle das Missões. É deste centro que cientistas de todos os cantos do mundo, envolvidos nos projetos do JPL/Nasa, enviam comandos e monitoram os robôs que estão no espaço. O salão possui diversas fileiras de computadores e vários telões que exibem em tempo real informações de sondas localizadas a milhões de quilômetros de distância. No andar de cima, um mezanino protegido por uma cobertura de vidro recebe diariamente visitantes e personalidades importantes que observam atentamente o trabalho dos engenheiros e cientistas espaciais.

Utilizando um carrinho de golfe é possível subir uma pequena colina no coração do campus e chegar ao Mars Yard. O espaço é uma representação cenográfica da superfície de Marte do tamanho de um campo de futebol. Tem um solo arenoso avermelhado, pedras de todos os tamanhos e um paredão com obstáculos. O espaço foi construído para oferecer um espaço de testes para os robôs enviados ao planeta vermelho. Pelo Mars Yard passaram todos os jipes que atualmente estão em Marte, em atividade ou não. O JPL também possui um gigantesco túnel de vento para testar os sistemas de paraquedas que acompanham as sondas e jipes interplanetários, um galpão para simular de forma mais controlada o ambiente de Marte e um grande laboratório chamado "sala branca", onde a construção dos robôs acontece de fato.

Marco Túlio Pires

É no grande "salão branco" que os engenheiros do JPL juntam as peças que posteriormente dão formas aos robôs exploradores do Sistema Solar. Na parede estão os escudos de todas os robôs construídos no salão

É no grande "salão branco" que os engenheiros do JPL juntam as peças que posteriormente dão formas aos robôs exploradores do Sistema Solar

No dia 25 de novembro, com o lançamento do Mars Science Laboratory, o maior jipe marciano já construído, todos os olhos estarão voltados para o centro de lançamentos no Cabo Canaveral, na Flórida, de onde a máquina partirá. Contudo, a fábrica de robôs da Nasa não vai parar. Além das 25 missões em atividade, a instituição trabalha no desenvolvimento de 13 missões novas missões que pretendem realizar outras proezas, como trazer uma amostra de Marte ou construir um telescópio que vai enxergar os momentos iniciais da criação do universo. Tudo graças a um bando de jovens "suicidas".

19 de nov. de 2011

O esquema suspeito de PHC & Disney

Documentos obtidos por ISTOÉ mostram que Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente da República FHC, pode ser testa de ferro do grupo americano Disney

Pedro Marcondes de Moura

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Os passos do grupo americano The Walt Disney Company no Brasil vêm sendo seguidos com atenção pelo Ministério das Comunicações. Foram constatados fortes indícios de que, por meio de uma manobra ilegal, a companhia seria a controladora da Rádio Itapema FM de São Paulo, conhecida popularmente como Rádio Disney. De acordo com as leis nacionais, empresas jornalísticas e emissoras de rádio e televisão não podem ter participação estrangeira no seu capital acima de 30%. Para mascarar a situação irregular da emissora, o grupo americano, um dos maiores conglomerados de mídia e entretenimento do mundo, estaria recorrendo a um personagem de peso como testa de ferro: Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. É ele quem se apresenta para os órgãos públicos como o acionista majoritário da Rádio Holding Participações Ltda., controladora de 71% da Itapema FM de São Paulo. Os outros 29% pertencem a The Walt Disney Company (Brasil) Ltda.

Documentos obtidos por ISTOÉ demonstram, no entanto, que a participação de Paulo Henrique Cardoso no capital da Rádio Disney é apenas simbólica. Na ficha cadastral da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), emitida na quinta-feira 17, quem aparece na posição de sócia majoritária da Rádio Holding e, portanto, da Rádio Disney FM é uma outra empresa: a americana ABC Venture Corp. O endereço da ABC Venture, registrada na Califórnia, é o mesmo de outras empresas do grupo Disney, como a famosa rede de televisão aberta dos Estados Unidos ABC, adquirida na década de 90. As coincidências não param por aí. Segundo o governo do Estado da Califórnia, a executiva responsável legal pela ABC Venture é Marsha L. Reed, cujo nome também aparece no quadro de funcionários de alto escalão disponibilizado no site do grupo Walt Disney. Na realidade, a ABC Venture (controladora da Rádio Holding e da Rádio Disney) é uma subsidiária da Disney Enterprises Inc., braço do conglomerado The Walt Disney Company.

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COINCIDÊNCIAS
Até os estúdios da Rádio Disney funcionam no mesmo prédio do grupo
americano. É dali que a rádio transmite entrevistas como estas da Banda Cine

Cruzando as informações obtidas por ISTOÉ, percebe-se que, por meio de suas ramificações, a Walt Disney é dona de mais de 99% da rádio brasileira Itapema FM, sintonizada na capital paulista pela frequência 91,3 MHz. Esse controle é proibido e sujeito a sanções pela legislação nacional. “Se comprovada uma irregularidade desta, a concessão de funcionamento pode ser cancelada”, explica Jacintho Silveira, professor de direito administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Um expediente parecido da Disney foi identificado também por autoridades locais na Argentina. Um parecer do Departamento do Tesouro, de junho de 2010, foi contrário à venda da Difusora y Radio Medios S.A. para a ABC Venture Corp. e Disney Company Argentina. Um dos motivos apresentados pelo procurador Joaquim Pedro da Rocha para recomendar o bloqueio do negócio foi que ambas as empresas eram, no fundo, a mesma coisa. Direta ou indiretamente pertenciam ao grupo americano.

Procurados por ISTOÉ, Paulo Henrique Cardoso, a Rádio Disney e a The Walt Disney Company (Brasil) disseram não haver nenhuma irregularidade na situação da emissora brasileira. Por meio da assessoria de imprensa, a Disney e PHC, como é conhecido o filho do ex-presidente, enviaram uma cópia digitalizada do primeiro contrato social da Rádio Holding e de outro contrato com uma alteração. Os documentos, com protocolo da Jucesp, registram que, até fevereiro de 2010, a Rádio Holding Participações Ltda., controladora da Rádio Disney, tinha como principal cotista Paulo Henrique Cardoso, com participação de 98,6%. “A Rádio Holding Participações Ltda., de propriedade de Paulo Henrique Cardoso, possui 71% da Rádio Itapema e a The Walt Disney Company (Brasil) possui 29% (a compra foi autorizada pela portaria número 100, de 11 de março de 2010 do Ministério das Comunicações)”, informa a nota enviada pelos sócios. “O ato de compra foi autorizado pelo Cade, conforme publicado no “Diário Oficial da União” número 50 de 16 de março de 2010, Seção 1, sob ato de concentração 08012.010278/2009-12”, complementa. Se essa fosse, de fato, a estrutura societária, a rádio estaria dentro das exigências da legislação brasileira. O quadro societário verificado por ISTOÉ na Jucesp, porém, é outro. Segundo o especialista em direito comercial Carlo Frederico Müller, as juntas comerciais apenas registram e averbam documentos enviados para ela. “Os responsáveis pela empresa têm de notificar qualquer alteração contratual a estes órgãos e, em caso de rádios, à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que regula o setor”, explica.

Outras evidências revelam a forte presença do grupo americano no controle da emissora. Neste ano, a ABC Venture Corp. e Paulo Henrique Cardoso concederam procurações dando amplos e incomuns poderes a dois executivos da The Walt Disney Company Brasil, o americano ­Richard Javier Leon e o mexicano Miguel Angel Vives. Com as procurações, a dupla de executivos da Disney pode, entre outras atribuições, “depositar e sacar fundos, emitir e endossar cheques, solicitar créditos em conta-corrente” da Rádio Holding Participações Ltda. Na opinião da Rádio Disney, isso não configura ingerência e está dentro dos limites estabelecidos pela lei brasileira. A companhia também não vê nenhum problema no fato de que suas instalações estarem no mesmo prédio onde funciona a representação do grupo estrangeiro no País. Pelos registros da Jucesp e do Ministério das Comunicações, entretanto, a Rádio Disney operaria no endereço de sua controladora, a Rádio Holding. “A Rádio Disney funciona no mesmo edifício da The Walt Disney Company Brasil, porém em outro andar, com espaço exclusivo e independente”, diz em nota a emissora. Assim, toda a sintonia da rádio com o grupo The Walt Disney Company – os mesmos executivos, o mesmo endereço e, provavelmente, até os mesmos acionistas – seria não mais que uma agradável coincidência para os sócios de PHC.

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18 de nov. de 2011

Chávez brinca com careca de Lula e diz que América Latina precisa do brasileiro

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "coco pelado" por raspar a barba e a cabeça antes de sofrer as consequências da quimioterapia, "está marcado pela vida e sobreviverá".

"Vi Lula hoje com um novo 'look'. Está como eu, coco pelado, porque está fazendo quimioterapia. Vi sua mulher fazendo sua barba", afirmou Chávez em discurso durante a formação de policiais militares, onde pediu uma salva de palmas para o brasileiro.

"Avante, Lula. Lute contra a adversidade e viva porque te amamos, velho amigo. Precisamos de você para continuar forjando a unidade de nossos povos e a paz da América do Sul", acrescentou.


Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Jorge Silva/Reuters
Lula (esq.) e Hugo Chávez, que rasparam o cabelo e barba devido ao tratamento contra o câncer
Lula (esq.) e Hugo Chávez, que rasparam o cabelo e barba devido ao tratamento contra o câncer

Após ressaltar que o ex-presidente é um "grande companheiro" e pedir orações para ele e por "esse grande povo irmão" do Brasil, Chávez insistiu que Lula também vencerá o câncer.

No dia 3 de novembro, o líder venezuelano, que anunciou no dia 30 de junho ter superado um tumor cancerígeno, declarou que havia terminado os ciclos de quimioterapia para evitar o ressurgimento da doença em seu organismo.

Chávez também pediu a seus aliados para tomarem cuidado com a "política de assassinato do império", mas descartou que o câncer de Lula possa ter sido causado por alguém.

O venezuelano frisou que "é uma especulação de alguém" que qualificou como uma "coisa muito estranha o que está acontecendo na América Latina com alguns líderes", ao citar a morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, assim como o câncer da presidente Dilma Rousseff e do presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

15 de nov. de 2011

Ministro ajudou aliado a criar sindicatos-fantasmas

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, concedeu registro a sete sindicatos patronais no Amapá para representar setores da indústria que, segundo o próprio governo local, não existem no Estado.

Os certificados saíram a pedido do deputado Bala Rocha (PDT-AP), dirigente do partido de Lupi, que afirma ter se valido da proximidade partidária com o ministro.

As certidões foram dadas pelo ministério em abril e agosto de 2009 e levam a assinatura de Lupi, ao lado da inscrição "certifico e dou fé", e do então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros.

O ministério diz que não atendeu a interesses políticos para conceder o registro aos sete sindicatos do Amapá e que seguiu os "procedimentos previstos nos normativos legais que tratam da matéria".


Editoria de Arte/Folhapress

12 de nov. de 2011

Haddad fecha acordo e enterra prévias do PT

A renúncia de Tatto e Zarattini como pré-candidatos à prefeitura de São Paulo será anunciada até a próxima semana

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A cúpula do PT já começou a montar a estrutura da campanha do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo e quer atrair o PMDB para a chapa. Um café da manhã realizado nessa quinta-feira (9), na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), sacramentou a desistência dos deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini da disputa interna, enterrando a prévia para a escolha do candidato, como desejava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A direção nacional do PT quer usar o exemplo de São Paulo para sepultar as prévias também nas principais capitais do País.

Pouco depois do café, a Executiva Nacional do PT - reunida em Brasília - fez um apelo pela "coesão interna" nas principais capitais. "Nunca pusemos a prévia como objetivo a ser alcançado", disse o presidente do PT, deputado Rui Falcão. "Agora, é claro que precisamos ter um mecanismo de solução de conflitos."

Até janeiro

A renúncia de Tatto e Zarattini será anunciada até a próxima semana. Nesta sexta, Haddad deve almoçar com dirigentes do PT, em São Paulo, para esboçar as linhas gerais da campanha. A intenção da presidente Dilma Rousseff é substituí-lo em janeiro de 2012. Pressionada, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy retirou-se do páreo há oito dias, atendendo a apelo de Lula e de Dilma. A prévia estava marcada para o dia 27. "Eu, agora, vou me recolher", disse Marta, que deverá anunciar apoio a Haddad só após conversar com Lula.

O café em que os petistas selaram o acordo para o fim da prévia reuniu Haddad e 15 deputados do PT de São Paulo. Oficialmente, Tatto e Zarattini ainda dizem que vão consultar os seus seguidores para tomar uma decisão, mas, na prática, está tudo acertado. Haddad prometeu assegurar espaço no comando de sua campanha às correntes dos dois deputados. Aliados de Marta no passado, Tatto e Zarattini reclamavam de privilégio ao grupo do ministro. "Nós fizemos um apelo a eles para não haver prévia e mostramos preocupação com a unidade do PT em São Paulo. Temos uma campanha dura pela frente e vamos enfrentar o PSDB e o PSD", disse o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP).

PMDB

Mesmo em tratamento para combater um câncer na laringe, Lula já marcou novas conversas com aliados e acha possível convencer o PMDB a não lançar o deputado Gabriel Chalita à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). No PMDB do vice-presidente Michel Temer, porém, a hipótese de uma chapa formada por Haddad e Chalita é vista como "bastante remota". Nem mesmo a ideia de Chalita ocupar um ministério, a partir do ano que vem, empolga Temer. Até agora, Lula tem uma exigência: quer que seu auxiliar Luiz Dulci integre a coordenação do programa de governo de Haddad.

O cenário apresentado nessa quinta por dirigentes do PT durante reunião da Executiva mostrou que o partido está rachado em Belo Horizonte, segundo maior colégio eleitoral do País, e enfrenta disputas fratricidas em Recife e Fortaleza, além de muitas incertezas em Porto Alegre. Na capital mineira, o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) rompeu com o prefeito Márcio Lacerda (PSB) e quer lançar chapa própria.

O grupo de Lula defende a reeleição de Lacerda, mas o PSDB do senador e ex-governador Aécio Neves faz questão de integrar a coligação. Uma parcela do PT é contra esse acordo e promete protestar até o fim. "Nunca vi a gente recusar apoio", insistiu Rui Falcão. "Isso não apaga as nossas divergências com o PSDB, mas eu não recuso apoio de ninguém." Em setembro, resolução aprovada pelo 4.° Congresso do PT proibiu o partido de formar chapa com o PSDB, o DEM e o PPS, mas abriu brecha para a entrada dos adversários na coligação.

10 de nov. de 2011

Dilma evita falar de Lupi e comemora aprovação da DRU

Presidente também se negou a falar sobre aumento de taxa de juros e sobre a previsão do crescimento para este ano ou ano que vem

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A presidente Dilma Rousseff não quis comentar as recentes declarações do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e citou uma frase de um político gaúcho para desconversar sobre o assunto: "Passado é simplesmente passado". Ela foi abordada por jornalistas ao final da cerimônia de sanção da lei que amplia as faixas do Simples Nacional e do Empreendedor Individual, realizada hoje no Palácio do Planalto, em Brasília.

Dilma também se negou a falar sobre aumento de taxa de juros e sobre a previsão do crescimento para este ano ou ano que vem. "Sabe, querida, eu acho que nessa questão dos juros, quanto menos se falar, melhor. Quero que o Brasil preserve toda a estabilidade possível, não sou a pessoa que deve responder sobre juros, quem responde sobre juros no meu governo é o ministro do Banco Central", disse. Em relação ao PIB deste ano, se seria menor do que 4%, Dilma disse: "Eu não vou dizer e cravar um número, porque se tiver qualquer diferença, vocês irão cobrar". E emendou ao responder pergunta sobre se 2012 será melhor que 2011: "2012 vai ser melhor, e eu vou fazer o possível e o impossível para isso".

A presidente Dilma afirmou também que o crescimento deste ano será menos afetado por esta atual crise internacional do que foi em 2009, logo depois da crise financeira iniciada em 2008, apesar das medidas tomadas à época que levaram a se chegar a menos 0,9% de crescimento. "Agora nós conseguimos manter um patamar diferente", destacou, ressaltando que o Brasil tem todas as condições para enfrentar esta crise.

Dilma comemorou a aprovação da DRU na Câmara em primeiro turno e elogiou a atuação dos parlamentares nessa votação. "É importantíssimo aprovar a DRU. A DRU é importante para isso que chamei de robustez fiscal. Não queremos gastar mais ou menos, não é por causa da DRU que você gasta mais ou menos, o que você dar para o governo na hora que aprova a DRU é uma margem de manobra diante de uma crise internacional que se avizinha", explicou.

A presidente repudiou também críticas de que o governo inventou uma crise fantasmagórica e reafirmou que "somos um País que tem uma dívida baixa, uma solidez fiscal reconhecida, e que temos de manter essa situação".

6 de nov. de 2011

Conspiração de Garotinho

Investigação da Inteligência da polícia do Rio revela que grupo ligado ao ex-governador tenta abalar a política das UPPs

Mário Simas Filho

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CONTRAINFORMAÇÃO
Garotinho, segundo as investigações, seria o líder do
grupo interessado em produzir notícias contra Beltrame

Um relatório reservado da Agência Central de Inteligência da polícia do Rio de Janeiro informa que no Estado há um grupo formado por políticos e delegados interessado em boicotar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). No documento que contém o carimbo de “urgentíssimo” e recebe o número 463/11-0007/S12, os agentes da Central de Inteligência relatam que o principal objetivo do grupo seria desgastar publicamente a imagem do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e provocar a exoneração de toda a cúpula da Secretaria de Segurança Pública para colocar nos cargos disponíveis pessoas que possam “vir a atender interesses escusos e particulares de seus membros”. Assinado em 28 de setembro, o relatório é parte de uma investigação ainda em curso, mas que já detectou como membros do grupo o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), ex-governador e ex-secretário de Segurança; e os antigos chefes da Polícia Civil Álvaro lins e Ricardo Hallak. Segundo as investigações, o grupo força a divulgação de notícias negativas e chega a fabricar fatos para provocar um noticiário contra o secretário e seus principais auxiliares.

Para chegar às conclusões apresentadas no relatório preliminar, os agentes da Central de Inteligência acompanharam as investigações e a divulgação de diversos casos policiais e até processos judiciais. Um dos primeiros movimentos a des­pertar a atenção dos policiais foi a greve dos bombeiros de junho último. De acordo com as informações do serviço reservado da Polícia Militar, o movimento salarial foi apenas o pano de fundo para uma operação política liderada pelo cabo Daciolo, ligado ao ex-governador Garotinho, e que levou os bombeiros a uma mobilização contra o governo estadual. Na ocasião, a população manifestou apoio aos grevistas, mas o movimento perdeu credibilidade quando coordenou a distribuição de adesivos na zona sul do Rio com os dizeres “Fora Ca­bral”, numa alusão ao governador Sérgio Cabral.

Um dos processos judiciais analisados pela Central de Inteligência diz respeito ao salário de Beltrame. Mensalmente, ele recebe R$ 12,9 mil como secretário e mais R$ 24,4 mil como delegado da PF, o que soma um valor superior ao teto do funcionalismo fixado em R$ 26,7 mil. Documentos anexados ao processo, no entanto, mostram que antes de assumir o cargo, o secretário consultou a Procuradoria-Geral do Estado, que lhe deu parecer apontando a situação como regular. De acordo com os procuradores, o teto salarial deve ser aplicado a cada salário e não à soma deles, ainda mais quando se trata de diferentes fontes pagadoras, no caso o governo estadual e o governo federal. Apesar do posicionamento da Procuradoria-Geral, foi dada entrada em uma ação popular na Justiça contra o secretário. Segundo os relatos da Central de Inteligência, o objetivo real do processo não é a condenação de Beltrame, mas o noticiário negativo que ele provoca. O autor do processo é o advogado Carlos Fernando dos Santos Azeredo, um policial civil aposentado ligado ao grupo político de Garotinho. Ele também é advogado de Álvaro Lins e de Ricardo Hallak em diversos processos. Azeredo nega o interesse político na ação, mas admite que só entrou com o processo depois de ler sobre o salário de Beltrame no blog de Garotinho. “Isso (a investigação da Central de Inteligência) é delírio ou uma tentativa do secretário Beltrame de desviar a atenção da opinião pública de um caso que está na iminência de explodir”, disse o deputado Garotinho na quinta-feira 3.

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AMIGO
Advogado de Lins processa Beltrame

O grupo que conspira contra o secretário também teria atuado na investigação sobre o sequestro e assassinato de Israel Ferreira de Miranda, em 16 de agosto do ano passado. Em 17 de maio último, a ex-companheira de Israel, Eliane Crisostomo Costa, foi à Comissão de Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa e prestou um depoimento bombástico. Disse que Israel era informante da polícia e que sua função seria a de “descobrir possíveis crimes e criminosos para serem extorquidos pelos policiais”. Ela ainda afirmou que Israel participava das extorsões com agentes e delegados da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e citou o nome dos policiais Correa, Fraga e Guehard, que seriam ligados ao secretário Beltrame. Para provar o que dizia, entregou uma cópia de uma escritura de cessão de direitos sobre um apartamento na Barra da Tijuca em favor de Israel. O apartamento, segundo Eliana, seria um pagamento de propina a seu ex-companheiro e a policiais da Draco. No mesmo depoimento, ela disse que pedia “socorro” aos deputados “por convicção pessoal de que policiais civis têm motivos para me matar e que a Draco está diretamente ligada ao secretário Beltrame, que protege os policiais que estariam envolvidos na morte de Israel”.

Por determinação do secretário, o caso está sob investigação da Corregedoria com acompanhamento da Agência Central de Inteligência. Durante as investigações, foi apurado que o documento do apartamento não tem valor legal e que o depoimento de Eliana na Assembleia era parte de uma trama conspiratória. Em 29 de agosto, na Comissão Permanente de Inquérito Administrativo, a mesma Eliana negou o que dissera anteriormente. Afirmou que Israel jamais fora informante e que desconhecia relações do ex-companheiro com policiais da Draco. Disse que mentiu porque ela e o filho foram ameaçados de morte por um tal de Aloísio. Esse mesmo Aloísio, segundo Eliana, é que lhe fornecera um roteiro com tudo o que deveria dizer e os nomes dos policiais mencionados.

As investigações ainda estão em andamento, mas os agentes da Inteligência já têm indícios de que Aloísio é um ex-policial ligado ao delegado Álvaro Lins. O relatório a que ISTOÉ teve acesso mostra que enquanto as UPPs avançam pelas comunidades carentes do Rio, um grupo de policiais e políticos estão de fato mais interessados em contrainformações. Os interesses certamente não são os mais nobres.

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5 de nov. de 2011

CÍCERO – JORNAL DE BRASÍLIA

DEM vai pedir impeachment do governador Agnelo

O petista é acusado de envolvimento no suposto desvio de recursos públicos do programa federal Segundo Tempo. O governado nega qualquer tipo de envolvimento no escândalo

Agnelo é suspeito de integrar esquema de desvios de verbas (AGÊNCIA BRASIL ) Agnelo é suspeito de integrar esquema de desvios de verbas (AGÊNCIA BRASIL )
O líder disse que há fortes indícios da participação de Agnelo no esquema. Uma investigação liga o governador ao policial militar João Dias Ferreira, pivô das denúncias de corrupção no Ministério do Esporte. Agnelo foi o titular da pasta de 2003 a 2006, época em que convênios feitos entre ONGs comandadas por Ferreira e o ministério do Esporte começaram a ser firmados.“Tudo indica que foi ele quem contratou o advogado que preparou a defesa de João Dias (Ferreira)”, diz Torres.O DEM vai pedir o impeachment do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), por suspeita de envolvimento no desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. As denúncias derrubaram o ex-ministro Orlando Silva (PC do B), sucessor de Agnelo no controle da pasta. O governador nega envolvimento nas acusações. Segundo o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), que tratou das denúncias em discurso na tribuna da Casa, a fundamentação do pedido está sendo finalizada e deve ser oficializado na próxima semana. Em uma das gravações feitas com autorização da Justiça entre fevereiro e março de 2010, Ferreira pede ajuda a Agnelo para resolver suas pendências na prestação de contas com o Esporte. Torres lembrou que o partido apoiou a saída de José Roberto Arruda do governo do DF, envolvido no mensalão do DEM, mesmo ele sendo o único governador eleito pelo partido em 2006. Ele disse que o partido não será “leniente com a continuidade das barbáries no Distrito Federal”. Pressão - O democrata cobrou uma postura do PT e da Câmara Legislativa do DF. A base de sustentação do governador, segundo Torres, é de 22 dos 24 parlamentares. “Não podemos tolerar que o PT, que naquela época (mensalão do DEM) fez um carnaval, se omita diante de provas consistentes quanto à participação do governador no escândalo em que não faltam testemunhas sobre a sua participação.” Para o líder, se o PT não tomar posição, terá que assumir o rótulo de “ partido da boquinha”. “ É necessário conclamá-los à batalha pelo resgate da moralidade no DF, bandeira essa que o partido tanto empunhou nas administrações anteriores.” Torres disse que causa vergonha o comportamento dos deputados distritais diante das denúncias. “Os deputados distritais estão fingindo que nada acontece em Brasília, não dão bola para a opinião pública, é como se nada estivesse acontecendo, é como se Agnelo fosse um papa quando está envolvido até a tampa com toda espécie de corrupção”. (da agência Folhapress) ENTENDA A NOTÍCIA
Sob pressão, Agnelo exonerou 51 delegados - 43 deles chefes de departamentos - e dirigentes da Polícia Civil, inclusive a diretora-geral, Mailini Alvarenga. As demissões, publicadas ontem, ocorrem depois do vazamento de conversas telefônicas entre Queiroz e o policial militar João Dias.

4 de nov. de 2011

Rio espera maior epidemia de dengue da história e pede ajuda à população

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Hans Dohman, disse que a prefeitura está pronta para enfrentar o que espera ser a maior epidemia de dengue da história da cidade. Ele acrescentou que é fundamental que a população colabore com o trabalho preventivo. Por isso, está promovendo uma série de atividades para mobilizar os cariocas.

Secretario Hans Dohman participa dos trabalhos preventivos realizados no Rio de Janeiro - Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Secretario Hans Dohman participa dos trabalhos preventivos realizados no Rio de Janeiro

Nesta sexta, 4, a prefeitura organizou, em diversos pontos da cidade, caminhadas para incentivar a população a não recuar no combate ao mosquito da dengue. Profissionais de saúde participaram da ação, orientando as pessoas a identificar possíveis focos do mosquito transmissor da doença. Todas as unidades de saúde da cidade e algumas escolas municipais participaram da atividade.

“Esse esforço não será suficiente sem a participação dos cidadãos, cada um de nós que moramos no Rio de Janeiro tem que cuidar da cidade, fazer esse trabalho preventivo que está muito mais nas casas das pessoas que nas áreas públicas”, disse Dohman. Ele lembra que 82% dos focos do mosquito estão em residências.

O secretário também informou que a cidade vive o momento mais intenso no combate à dengue e que, este ano, foi montada a maior estrutura da história da prefeitura para atendimento à população e combate à doença. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, desde o início do ano foram registrados na capital fluminense cerca de 71 mil casos da doença, com 51 mortos.

3 de nov. de 2011

KMW divulga comunicado internacional sobre assinatura de contrato de manutenção de blindados em Santa Maria

2 de novembro de 2011

A Krauss-Maffei Wegmann (KMW) da Alemanha divulgou nesta quarta-feira um comunicado oficial, em inglês, confirmando a assinatura de contrato com o Exército Brasileiro para fazer a manutenção, pelos próximos cinco anos, dos 220 veículos blindados Leopard 1A5, comprados pelo Brasil. O blog já havia publicado essa notícia recentemente, mas agora há uma confirmação oficial. Com isso, há uma garantia para a KMW comprar um terreno em Santa Maria e construir seu prédio para fazer a manutenção dos Leopards a partir de março de 2012. O valor do contrato não foi divulgado, mas o texto da KMW afirma que é acima de 10 milhões de euros (acima de R$ 24  milhões) pelos cinco anos.

Além disso, no comunicado oficial, a KMW confirma que Santa Maria será mesmo a sede da empresa para toda a América do Sul, confirmando os planos de que a empresa pretende vender para vários países e, talvez, no futuro, montar carros blindados aqui em Santa Maria.

O Brasil também pode comprar outros 36 blindados que eram usados pelo Exército alemão na defesa antiaérea. São os Gepard, também fabricados pela KMW.

2 de nov. de 2011

Interpol adota manual da PF brasileira

A Interpol (Polícia Internacional) decidiu adotar o Manual Brasileiro de Investigações de Fugitivos, produzido pela Polícia Federal, como um dos parâmetros de busca de criminosos em âmbito internacional. Segundo o delegado Jorge Pontes, adido da Polícia Federal em Paris, a polícia brasileira acumulou experiência com a prisão de fugitivos internacionais e, agora, está exportando esse conhecimento para instituições policiais de outros países.

O manual, traduzido para o inglês e o espanhol, foi lançado ontem na Assembleia Geral da Interpol, em Hanói, no Vietnã, para ser seguido pelos 191 países que integram a organização internacional.

- O fato de o Brasil ter fama de ser um paraíso para fugitivos permitiu à Polícia Federal desenvolver essa expertise. Depois de prendermos muitos fugitivos, resolvemos colocar tudo isso no papel. A direção da Interpol gostou e decidiu acolher o manual - disse o delegado Pontes, que coordenou a produção do manual.

Segundo a Polícia Federal, o uso do manual teve importância decisiva no aumento de prisões de foragidos de outros países no Brasil, a partir de 2008. A polícia brasileira prendeu 58 fugitivos em 2009, 51 em 2010 e, até outubro deste ano, já foram detidos 44.

Com o avanço, o número de estrangeiros capturados no Brasil passou a ser maior do que o de brasileiros presos em outros países. O Brasil estaria entre os dez países que mais prendem procurados importantes da Interpol.